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Você foi como um pirata, deslizava pela minha vida com palavras doces que me embriagaram, lançando-me em um mar de ilusões, onde eu acreditava que o amor que você prometia era verdadeiro.
Mas, como todo pirata, você deixou um rastro de promessas vazias e juras de amor jogadas ao vento, desvanecendo-se tão rápido quanto as ondas se apagam na praia.
Tantos sonhos que compartilhamos, tantas metas que agora se desfizeram como castelos de areia, desmoronando ao primeiro toque da realidade.
E você, com seu espírito insaciável, se afastou, decidiu navegar por outros mares, buscar novas sereias, deixando para trás o que um dia foi nosso.
Quando dei por mim, já tinha caído nas redes de um amor pirata, perdida em seus olhos castanhos que pareciam prometer o mundo, como se você fosse a única resposta para todas as minhas perguntas.
Me deixei levar pelas suas carícias, como uma náufraga que se agarra à última tábua de salvação.
Cada toque seu me afundava mais, me cegava para a verdade.
E agora? Que ódio tenho por mim! Mesmo depois de você ter despedaçado meu coração em mil pedaços, ainda te amo com uma intensidade insana, que me consome por dentro, que me queima e me destrói.
Hoje eu vejo o seu sorriso, aquele sorriso que tanto me encantava, aquele brilho nos seus olhos que me seduzia como um feitiço.
E sabe qual é o pior? Meu pirata, esse sorriso, esse brilho, não são mais por mim.
Eles pertencem a outra pessoa, enquanto eu sou apenas uma sombra do que fui, uma lembrança esquecida na tormenta da sua nova aventura.
O que antes era meu se perdeu, diluído nas ondas de sua indiferença. E eu fico aqui, tentando juntar os pedaços do que restou de mim.
Agora, tento viver indo de mar em mar, buscando outros piratas, como se o amor deles pudesse substituir o que você me fez perder.
Mas a verdade cruel é que cada novo encontro só me lembra do vazio profundo que você deixou em mim.
Eu não era uma sereia má, eu era apenas uma alma ingênua que, ao provar do amargo do amor, agora se vê presa nesse ciclo interminável de dor e revolta.
Você me ensinou a dureza do mundo, me fez entender que amor nem sempre é sinônimo de carinho, mas de perda e de engano.
Enquanto navego por essas águas turbulentas, cada passo se mistura com o gosto amargo da saudade, e a revolta se mistura à melancolia.
O amor, que antes deveria ser suave, se transformou em veneno nas minhas veias, corroendo tudo o que restava de mim.
Um grito silencioso ecoa no fundo da minha alma, um pedido de respostas que nunca virão. E assim continuo a vagar, perdida entre as ondas da saudade, da traição e do amor que me destruiu, sem saber se um dia encontrarei paz ou se estarei condenada a essa tempestade que você criou dentro de mim.
