Angel&Devil •jjk+pjm•

tale ⏳| the begin

"The ground caves in when we're together"
MAKE THE ANGELS CRY - Chris Grey

🪽

A lenda começa há muito tempo, quando a bola flutuante grande e redonda que intitulamos "planeta terra", o mundo que conhecemos, ainda não existia e tudo era um completo vazio.

Quando um soberano sem súditos orbitava na escuridão infinita e não tinha ninguém, além de si mesmo, no vácuo.

Acima de qualquer compreensão, ele sempre existiu.

Não havia um começo e um fim nele, nada que indicasse ter sido criado. Ele sempre existiu. Um ser infinito, comandante do universo, mas um rei sem um trono.

Sua solidão foi tanta que seu próprio corpo infindável projetou extensões de si mesmo.

Assim, surgiram suas irmãs.

No entanto, as duas não conseguiam ficar no mesmo ambiente juntas.

Hemera, a mãe Sol, emanava uma luminosidade tão forte que fazia com que sua irmã, Nix, a mãe Lua, não suportasse olhar para ela. Era como se, caso ficasse muito perto, pudesse se queimar.

Sol possuía cabelos tão loiros e luminosos, que resplandecia, fios dourados e brilhantes se estendiam por todo o espaço. Como se fosse infinito. Seus olhos eram inteiramente brancos, mas se olhasse com atenção, um calor parecia emanar deles.

Mãe Sol fazia companhia a ele por algum tempo e, por isso, por esse tempo considerável cheio de luz, brilho, calor e risos, que esses momentos passaram a ter o nome de dia.

Nix, a mãe lua, por outro lado e como se fosse a força oposta de sua irmã, era cercada por sombras. Ela se fundia com o universo e podia se camuflar com a escuridão dele.

Lua possuía cabelos brancos, que se entrelaçavam com seu corpo, o qual tinha um tom de azul escuro. Ela flutuava pela imensidão e, em cima de sua cabeça, pontos prateados dançavam e sussurravam segredos a ela. Nix as apelidou de estrelas.

Sua companhia ao Soberano era silenciosa, momentos de calma e reflexão. Nix tocava uma música suave no objeto de cordas, que criou para esse fim, e suas poucas palavras eram quase sussurradas. Esse período, passou a ser chamado de noite.

Assim, os três seres divinos viviam em harmonia, porém algo os atormentava.

Emoções.

Sentimentos.

A trindade possuía emoções e reagiam a elas.

A reação a solidão do Soberano, foi a projeção de companhia e eles estavam temerosos com o que poderia acontecer caso seus sentimentos ficassem palpáveis demais.

Assim, eles precisavam de um equilíbrio.

Foi quando os anjos surgiram. Uma espécie que apelidaram de Saaru.

Mãe sol, projetou suas criaturas para serem semelhantes a si. Seres de luz.

Mãe Lua, por sua vez e seguindo os passos de sua irmã, moldou também seus filhos. Seres de sombra.

Dessa forma, os irmãos acreditaram que poderiam trazer o equilíbrio para as suas emoções e, essas criaturas que coexistiam junto ao universo, eram criações deles para eles mesmos. Para os adorarem pelo "favor" da existência e não deixarem que o caos se instaurasse no que poderiam chamar de "lar".

No entanto, para isso, tiveram que os criar sem emoções. Eram como robôs com funções programadas e tudo parecia estar de acordo com o que planejaram, os seus anjos não precisavam ser exatamente iguais a si mesmos. Eles queriam evitar o caos e até pensaram que o equilíbrio havia sido instaurado.