Após fazer uma pausa na organização para finalmente colocar algo na barriga, todos voltaram aos seus afazeres. Aqueles que já haviam terminado se sentaram nos troncos de árvores que serviam como bancos improvisados, prontos para conversar e relaxar. O clima estava tomado por uma euforia contagiante, especialmente entre os garotos do time. Como todos sabemos, para esses caras, a competitividade é um elemento tão essencial quanto a hemoglobina.
Puxo o ar para dentro, passando a mão na testa. Estou soada e cansada. Tenho que terminar isso o quanto antes, porque se não vou ter que surtar com um grito. A barraca já estava completa, que por sorte, eu e Louise tivemos a ajuda dos garotos. Porém, ainda há o que fazer, por exemplo, arrumar os colchonetes e as nossas bolsa.
- Venha, agora é a nossa ver de descansar – Louise estendeu na minha direção, então, não pensei duas vezes antes de aceitar o seu convite e sair para fora daquela barra, que por Deus! Como estava calorenta!
- Nossa, como o tempo passa rápido – digo, olhando para o céu, onde a estrela amarela já se encaminha para o seu poente.
- Olha só, os meninos vão jogar vôlei agora – a garota aponta para os rapazes arrumando a rede.
Louise arruma as duas cadeiras de praias que foram tragas em nossas bagagens, e em seguida senta em uma e põe a mão sobre a outra, sinalizando para eu me confortar na outra.
- Mas já estão competindo? – questiono, diminuindo os olhos enquanto encarava o aumento da concentração dos jovens no meio do acampamento para ver a primeira jogo, e dar inicio a guerra.
É exatamente isso, uma guerra! Pois todos faram de tudo para estar no pódio final, ou seja, o pódio que reunirá os que conseguiram mais medalhas. Dylan ficou com o ouro no ano passado, ganhando de Liam por uma única medalha, foi tenso vê-lo quase perder o primeiro lugar. Ele parecia muito pressionado com isso, no entanto, entendo o seu lado, pois o treinador pega no seu pé em relação a tudo.
- Mas que demora – grita minha amiga, já impaciente – quero saber quem são os competidores logo – burfa.
Louise, como sempre, já deve estar se contorcendo de ansiedade para escolher o time que vai apoiar e, inevitavelmente, aquele que vai criticar com fervor. Não importa que ela mesma não jogue absolutamente nada – quando se trata de comentar sobre o desempenho dos outros, Louise é praticamente uma especialista autoproclamada. Ela se diverte mais torcendo e provocando do que participando ativamente, e todos sabem que, se há uma partida, ela estará lá, pronta para oferecer seu “valioso” feedback, mesmo que seja apenas para rir das jogadas erradas dos adversários.
A cena já é quase um ritual: Louise sentada à margem do campo, observando atentamente cada movimento, cada passe, cada erro, com um brilho travesso nos olhos. Ela escolhe suas palavras com cuidado, sabendo exatamente como atingir o ponto fraco de cada jogador. E, no final, pouco importa quem vença ou perca, porque o verdadeiro espetáculo para Louise é o caos que ela pode causar com suas observações afiadas e sua língua solta. Tenho certeza que o time de futebol americano já ganhou diversas vezes por causa dela, pela mesma ser o terror dos adversários.Então, quando todos saem da quadra improvisada de areia, apenas dois jogadores de cada lado permanecem, da esquerda, Liam e Max, da direita, Dylan e Luiz. O ficante da minha amiga acena para ela e faz um coração, fazendo-a ficar um pouco envergonhada, mas ela responde na mesma intensidade.
- Vocês são fofos – digo e recebo um tapinha no braço.
O jogo começa poucos minutos depois que Dylan tira a camisa, revelando seus músculos bem definidos, que brilham sob a luz do sol. A visão é hipnotizante, e cada detalhe de seu corpo parece esculpido pela perfeição. Só de lembrar do toque dos meus dedos sobre aqueles músculos, sinto uma corrente elétrica percorrer meu corpo inteiro. Cada fibra minha reage, entrando em erupção silenciosa, enquanto luto para manter o controle sobre meus pensamentos.
- O Dylan é um gostoso mesmo – diz Louise ao meu lado, ganhando minha atenção.
- É o que? – tento unir as sobrancelhas.
- Você está ai olhando para o Dylan e eu falei que ele é um gostoso – responde, sem receio algum. – Você sabia que ele gosta de uma garota.
Isso de um certo modo me causa interesse.
- O Dylan? – sorrio e interrogo, negando levemente a cabeça.
- Pensa, faz um tempo que ele não sai com ninguém. Não é possível que um homem largue a sua vida sexual do nada – dá de ombros.
- Louise, eu estava lendo um livro, o qual a principal fica indecisa entre dois garotos, um é o seu amor de infância, mas já machucou muito ela e o outro é um carinha que esta saindo.
- Por acaso estamos falando de você? – pergunta, se inclinando na minha direção. Sua curiosidade é evidente em suas íris.
- Claro que não – me faço de louca.
- Eu diria para ela deixar fluir, não pensar muito, por que de um modo ou outro, o de verdade permanecerá.
- Tem razão – digo, querendo encerrar esse dialogo a medida que minha atenção volta para os jogadores.
A partida segue acirrada, com ambos os times lutando ponto a ponto, mostrando o quão habilidosos são. A tensão no ar é extrema, cada jogada faz o coração dos torcedores tremer. Dylan, como sempre, se destaca, mostrando sua força e agilidade. Em um salto impressionante para defender a bola, ele alcança o ponto alto do movimento, mas ao aterrissar, algo dá errado. Seu pé toca o chão de maneira inadequada, e o impacto o derruba com uma força que me faz prender a respiração.
Meu coração dispara, e antes que eu perceba, estou de pé, movida pela preocupação. A expressão de dor em seu rosto me faz esquecer tudo ao redor; minha única preocupação é chegar até ele. Mas antes que eu possa alcançá-lo, Dylan já está de pé, tentando disfarçar a dor que ainda marca suas feições. Com um sorriso forçado, ele insiste que está tudo bem, que pode continuar o jogo. Eu sei que ele é forte, teimoso até, mas algo dentro de mim deseja que ele pare, que cuide de si. No entanto, conheço Dylan o suficiente para saber que nada o deteria de continuar. Ele é teimoso demais, e não seria uma queda que lhe faria para a competição.
***
Depois de muita luta finalmente saíram os ganhadores, já com uma medalha no peito eles vem em nossa direção, sorridentes, Dylan e Luiz. Normalmente os jogos de competição em grupo só têm duas medalhas, a de outro e a de prata, pois são muitos jogos para pouco tempo, por isso, são selecionados os melhores de uma vez só.
- Parabéns – diz Louise, agarrando o pescoço de Luiz e o puxando para um beijo.
- Obrigada gatinha – agradeceu.
- Vamos tirar uma foto ali- ela apontou para um lugar perto das árvores e não demorou para eles seguirem o caminho.
- Você venceu – sorrio, fitando a sua medalha. Não queria que ficasse um silêncio constrangedor no ambiente. Nessa situação, Dylan pega o seu prêmio, tira-o de si e coloca em mim.
- O que esta fazendo? – franzo o cenho sem entender o motivo da sua ação.
- Eu ganho para receber a sua atenção, nada mais justo. Ficou linda – elogia e as minhas bochechas coram. Ele está pegando no meu ponto fraco.
- Eu sei que estou péssima – de fato, o meu cabelo se encontra assanhado e a minha testa suada, não tinha como estar linda.
- Não está péssima – nega.
- E o seu pé? Como tá?
- Ele vai melhorar – comenta, olhando para si.
- Dylan, eu já tenho uma resposta – reúno a coragem e falo.
- E qual é? – o seu olhar duvidoso se encontra com o meu.
- Eu dou deixar você agir, mas isso não significa que dará certo – deixo bem claro.
- Relaxa, eu farei dar certo – Dylan sorri igual a uma criança quando recebe um brinquedo.
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Florzinhas, vão desculpando a escrita, é q eu tava com dor de cabeça agora pela noite, mas não podia deixar de postar para vcs, pois como estou de férias, a minha prioridade é escrever.
Boa noite! Amo vcs❤️
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Não Somos Irmãos
Teen FictionEmma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. Eles crescem no meio de muitas brigas e confusões, até que Emma começa a sair e conhecer outros garot...