𝗥𝗜𝗩𝗔𝗟𝗜𝗗𝗔𝗗𝗘𝗦 , 𝘳𝘰𝘥𝘳𝘪𝘨𝘰 𝘮𝘰𝘳𝘢.

𝟬𝟯.

𝗺𝗮𝗱𝗮𝗹𝗲𝗻𝗮 𝗯𝗿𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

— queres sair daqui, dar uma volta. - disse ele alto, devido ao volume da música do van zee que toca no fundo.

— okay. - eu quase fecho os olhos, a dssconfiar. ele ri-se e mete as mãos ao ar.

— sem segundas intenções. eu juro. - ele ri-se. faz-me rir também.

não trago casaco e estou com medo de morrer de tanto frio. ele abre a porta da casa do sousa e eu saia lá para fora. e cruzo os braços.

— tens frio? - ele perguntou a sorrir.

— não. estou a morrer de calor. - digo. ele sorri e tira o moletom por cima, e abana a cabeça para o cabelo ir para o lado, esforço-me para não morder o lábio, e consigo. ele está agora com uma camisola curta branca e com os mesmos calções.
ele veste-me o moletom dele pelos meus braços, eu meto as mechas do meu cabelo atrás das minhas próprias orelhas. e coro. — obrigada. - sorri e ele sorri para mim.

— não é nada. - ele mete as mãos nos bolsos e olha para o chão, a sorrir.
consigo morder o lábio sem que ele olhe, porque se olhar, posso aumentar o seu ego drasticamente.
sorri depois dele olhar para mim, e olho para onde estamos a caminhar.
— então, queres.. - ele gaguejou. eu franzi a testa, com os braços cruzados. ainda a morrer de frio. — posso levar-te a casa? não te quero ver a morrer de hipotermia nos meus braços. - ambos rimo-nos.

— sim, podes. - corei. fomos a caminhar e falar enquanto chegavamos ao carro do rodrigo.
era um tesla preto. arqueei as sobrancelhas e abri a boca, o frio que sentia foi-se embora por tempos.
é o carro dos meus sonhos, só que branco. ele cruza os braços e fica a admirar-me, enquanto eu admiro o seu carro. e não consegue não soltar um risinho. eu olho para ele.
eu sorri. e ele abriu-me a porta. uau.
é tão lindo por dentro como é por fora. sento-me no banco ao lado dele. e ele olha para mim, até eu olhar para ele, ele volta á vida real. e liga o carro. e depois o rádio.

— posso pôr música? - digo a olhar para os seus lindos olhos castanhos.
ele sorri a ligar o bluetooth.

— deves. e da boa, porfavor. - ele passou a língua no próprio lábio, quero dizer às minhas paredes debaixo para se acalmarem.  ele é extremamente lindo, por um momento, esqueço que o odeio profundamente. conectei ao meu telemóvel e coloco a música do richie campbell com o julinho ksd - dont lie. ele acena bastante vezes com a cabeça e aumenta o volume da música, rodando o volante. eu aponto para onde têm que seguir.

— gosto de gajas com bom gosto músical. - ele roda novamente o volante, as suas veias estão tão visíveis. engoli em seco e volto a olhar para a estrada.

— eu gosto de gajos que jogam bem á bola, ou seja, não curto de ti. - provoco. ele morde o lábio e aumenta o volume. olha para mim, e para as minhas pernas, que estão visíveis porque as calças têm buracos, ainda bem que tenho calções por baixo. ele segue o caminho que lhe indico.

— don't lie, I never said I give you more than one night.
i know something 'bout you, baby, don't lie.
i know you been fuckin' more than one guy.
baby, don't lie, said don't lie.
i know you been fuckin' more than one guy.
don't lie, baby, don't lie.
i know you been fuckin' morе than one guy. - cantou ele. vi que ele se calou porque não sabe a parte do julinho.

— dama bo ilude, problema ki n'ka tinha.
gossi djan ka tеni un munti.
dama ki nunca ka pega, ma bu kre discute.
hoji n'ka ta rola, n'ta manti só na nha puff.
txeu designer groovy.
xintadu sa ta lida, kre odja dinheru, só ta entra na nha vida.
dos mil pau na un apartamento ku kel piscina.
vivi tudo dia, sabi na sabura, odja nu corri di mentira. - ele acenou a cabeça de boca ligeiramente aberta. fiz-lhe uma vénia e ele soltou um risinho.

— ela me trata como se eu fosse seu marido.
ela quer um gangster, então não fiques surpreendido. - rodrigo cantou. e eu sorri, remexendo o corpo. ele remexe o corpo a entrar na mesma vibe que eu. mas está atento na estrada, também.
a música acaba e ele faz beichinho, eu sorri.

— que música queres? - eu olho para ele.

— surpreende-me. - eu sei exatamente o que meter. vou á minha playlist de funk e procuro a música gaiola é o troco.
ele sorri para mim. eu aumento a música e rodrigo abana a cabeça a sorrir.

— se teu ex não te quis tem quem queira.
como foi que te perdeu assim de bobeira?
que tal dar um tempo de compromisso.
vem curtir a vida de solteira comigo. - ele olha-me cima a baixo. eu reviro os olhos e ele sai na terceira saída da rotunda.

— moça eu não quero me meter na relação.
mas não vale a pena dar moral pra vacilão.
mostra pra ele que hoje tu tá bem demais.
e se ele duvidar do que tu é capaz. - eu canto a remexer lentamente o corpo. ele sorri.

— então você chuta o balde.
nóis mete o louco.
se é dia de baile.
gaiola é o troco. - continuei a cantar.

— eu vem ficar comigo só por um momento.
é proibido se envolver com sentimento.
então vai
desce, desce, desce, desce, desce com tesão.
senta, senta, senta vai travando a bucetinha
sem essa de ficar dividida
troca o amor por putaria e vem curtir a vida. - surpreendida de como um gajo virgem gosta deste tipo de música. paro a música porque acabamos de chegar á minha casa.

— eu venho buscar-te amanhã, por volta das cinco e tal, porque tens o programa. - diz ele. claramente não queria que me fosse embora. eu vou sair do carro, depois viro-me para ele. e dou-lhe um beijinho na bochecha. o mesmo fica com as bochechas avermelhadas. eu soltei um risinho. dssligo o bluetooth do carro dele. desligando o rádio.

— boa noite. - digo.

— boa noite. - ele gaguejou. abro a porta de minha casa e olho para ele, que permanece lá até eu entrar em segurança, em casa. sorri mais uma vez para ele e ele para mim. fecho a porta e sorri, encostando-me nela.

𝗿𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝗼 𝗺𝗼𝗿𝗮 𝗽𝗼𝗶𝗻𝘁 𝗼𝗳 𝘃𝗶𝗲𝘄.

acabei de a deixar em casa, e só saí quando está mesmo dentro de sua casa. já fixei o lugar e o caminho.
acho que não decorei algo tão rápido. sorri e volto a ligar o carro.
conduzi até casa, abrindo a porta e entrando. tenho imensas mensagens do sousa e do chico. a perguntar se já pinei com ela. mas é demasiado cedo, e quando eles descobrirem que não sou como eles, a cabeça deles é capaz de explodir. só consigo pensar no sorriso dela, na risada única que têm. procuro o insta dela. e sigo o primeiro @ que me aparece. e é exatamente o dela, vejo que posta uma foto dela e da maria na casa de banho do sousa. e stalkeio-a enquanto me dispo e visto uns calções cizentos para ficar por casa.
olho para os posts dela, e talvez para os destaques. não quero ficar obcecado, mas acho que é tatde demais. penso na condição dela, mas não me entra na cabeça. pouso o telemóvel e sorri desajeitadamente.
suspirei fundo e volto a agarrar no telemóvel. pronto para ganhar atitude para lhe enviar uma mensagem de boa noite.

madalenaabrito_

boa noite, miúda gira :)

conversa off.

não penso duas vezes e cliquei no botão de enviar. desligo o ecrã do telemóvel e atiro-me para a minha cama. e suspiro fundo. olho novamente para o telemóvel onde vejo a mensagem dela. apoio-me pelos cotovelos e meto o telemóvel á frente dos meus olhos.

madalenaabrito_

boa noite, miúdo virgem :)

conversa off.

curti a mensagem. e meto o telemóvel na cómoda. olho para o teto do quarto e só penso nela.
não é suficiente, vou sonhar com ela.