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Minha cabeça dói

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Minha cabeça dói. Provavelmente por conta do peso do ponto de interrogação que está martelando dentro do meu cérebro.

A frase "devíamos fazer isso mais vezes" pode significar milhares de coisas. Mas levando em consideração o que havíamos acabado de fazer, a única coisa que ele quer que continue acontecendo são nossos encontros quentes.

Não quero isso.

Eu não sei explicar muito bem, mas eu não quero que a partir de agora sejamos apenas parceiros no prazer. Isso faria com que tudo ficasse estranho entre nós. E nosso progresso até agora seria em vão. Não sei se o que Tom queria desde o início era isso, mas eu não descarreguei minha confiança nesse rapaz para no final ser taxada apenas como mais uma das menininhas desesperadas que acabaram se apaixonando pelo jeito engraçadinho dele.

Talvez eu estivesse imaginando que eu seria uma pessoa especial na vida do Kaulitz. Penso até que estava torcendo por isso. Não de forma romântica, mas pelo menos alguém que não é conhecida apenas por já ter transado com ele. Ou talvez eu só seja idiota por acreditar nisso. Talvez tudo o que está prestes a mudar seja a quantidade de vezes em que vamos nos fornicar. Ou talvez nada mude, e a única coisa que ficará em minha mente é o momento em que eu pensei que tudo seria diferente.

Estou me sentindo estranha. Como se tivesse me iludido. Mas me iludido pelo quê? Tom nunca me prometeu que eu seria melhor do que ninguém por estarmos "juntos". Acho que o mínimo de atenção que recebi dele depois de tanto tempo sem receber nada, me fez pensar que ele fosse alguém excepcional.

Bem, ele pode ser.
Ou não.

Estou enlouquecendo.

Preciso de maconha.

Hoje acordei mais cedo porque combinei de encontrar Samantha na esquina da Sunset Strip para irmos juntas à lanchonete, mas já estou aqui há quinze minutos, então suponho que ela não vá aparecer.

Bufo exasperada e olho para os dois lados antes de atravessar a rua, indo em direção a lanchonete em que trabalho. Esse nunca foi, e está longe de ser, o emprego dos meus sonhos, mas para ser sincera, gosto de trabalhar aqui. As pessoas são gentis.
Exceto por Thompson, nosso chefe. As vezes torço para que ele bata a cabeça com força em um poste no meio da rua, ou apenas acorde atrasado o suficiente para que não consiga chegar a tempo de ficar nos importunando durante várias horas seguidas.

Chego perto da pequena porta de vidro da entrada, pronta para abri-la, mas levo um susto quando sinto o peso de uma mão em meu ombro direito.

Me viro em um salto e só não dou um grito porque reconheço rapidamente que é minha colega parada à minha frente.

—Caralho. — Aperto um punho fechado contra o peito e exalo com força. — Não me assuste assim.

A garota abre um sorriso fraco, mas percebo que não há muita animação ali. Franzo as sobrancelhas e analiso seu rosto por mais uns segundos antes de notar a presença de mais uma pessoa aqui. Joe, o cozinheiro. Ele tem um cabelo loiro que combina com a cor dourada da aliança em seu dedo anelar esquerdo.

sua mente obscura - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora