07- Não Sou Uma Empregada

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Isabela estava sentada em uma das cadeiras da sacada enquanto observava a paisagem, e ligou para Lisa.

Se eu fosse você aproveitava. Você tá em um apartamento de alto padrão amiga, se joga. — Lisa dizia empolgada ao telefone.

— Eu não sei não Lisa, a Júlia não gosta de mim, e não é certo eu tentar tirar proveito disso. — Disse Isabela totalmente insegura.

Já disse Bela, aproveita a oportunidade, se aproveita dos luxos que isso vai te proporcionar, deixa de ser boba. — Lisa disse novamente.

Isabela decidiu que aquela era uma hora para encerrar a conversa, então se despediu de Lisa e desligou o telefone o deixando na mesinha de centro. Pediu um suco a Maria, e observou a paisagem.

Ansiosa e animada para se mudar, Michele entra no apartamento de Julia para deixar uma malinha com seus pertences no que seria seu novo quarto.

Ela entre alegre e sorrindo na sala, vai em direção as escadas, mas para abruptamente quando percebe que tem alguém na sacada.

Ela deixa a pequena mala em cima do sofá e vai até a sacada, reparando em Isabela, que estava distraída com a paisagem.

– O filhinha, quem é você? — Pergunta Michele em seu tom mais arrogante.

Isabela olha na direção dela, mas não faz menção de levantar do lugar.

– Você por acaso e empregada nova? E alguma parente da Maria? Porque tá sentada na minha varanda como se fosse a dona daqui? — Michele tenta se impor e Isabela respira fundo para não surtar, ao escutar as falas absurdas da ex noiva de Júlia.

– Desculpa, mas eu tô cansada e não vou me levantar daqui. – Isabela disse em seu tom mais calmo tentando ser pacífica.

– Aí não acredito que eu tô ouvindo isso, escuta aqui filhinha, você tá na MINHA CASA, então, eu realmente espero que você me obedeça, ou senao vou ser obrigada a te demitir. Porque essa casa é minha e da minha noiva, não sei como ela permitiu que você trabalhasse aqui. – Michele disse e respirou fundo.

Maria aparece ao lado de Michele ao escutar as vozes alteradas e tenta apaziguar a situação.

– Maria, essa mulher é parente sua? O que ela tá fazendo sentada na varanda da minha casa, ela é uma empregada. — Michele diz e Isabela se levanta.

– Escuta aqui, eu não sou uma empregada, e se você me insultar de novo, não respondo por mim. — Isabela disse e Michele se enfureceu.

– Como se atreve a falar assim comigo? Fique sabendo que a minha noiva vai ficar sabendo disso. — Michele disse aos berros e Isabela revirou os olhos e entrou dentro da casa indo em direção às escadas.

– Vou falar com a Júlia sobre isso Maria, porque se for parente sua, você vai se dar muito mal. — Michele disse e foi para sala, pegou sua pequena malinha e saiu de casa, decidindo que levaria as suas coisas quando Júlia estivesse em casa.

Maria passou a mão na testa e balançou a cabeça soltando um suspiro frustrado. Sentiu pena da moça, pois parece que ela ainda não sabia sobre o cancelamento do próprio casamento.

******

Depois de um dia cansativo de trabalho, Júlia encerrou as atividades e foi para sua casa. Só precisava de um banho e sua cama.

Chegou em casa, trancou a porta e assim que avistou Maria suspirou.

– Onde está a nova moradora da casa Maria? — Pergunta Júlia tentando controlar a raiva.

– A dona Isabela está no quarto descansando senhora. — Disse Maria com um leve sorriso.

– Ela está no quarto de hóspedes né? – Perguntou Júlia indo em direção às escadas.

– Não senhora, ela está no seu quarto. Ordem do seu pai. — Maria disse e Júlia parou no meio do segundo degrau.

– OQUE VOCÊ DISSE? — Júlia praticamente gritou com o que ouviu.

Não podia acreditar que seu pai além de obrigá-la a se casar com uma desconhecida, ainda a colocou em seu quarto.

– Sinto muito dona Júlia, apenas cumpri as ordens do seu Roberto. — Disse Maria e Júlia apenas suspirou.

– Tudo bem? Maria, pode ir descansar, vou comer algo rápido hoje, tô muito cansada. — Julia disse e subiu as escadas.

Entrou no quarto e controlou sai raiva ao ver Isabela dormindo tranquilamente, em um dos lados da cama.

Foi para o banheiro, se despiu tomou um banho rápido, e foi para a cozinha, preparar um lanche.

Logo após, retornou ao quarto, escovou os dentes e se deitou, tendo que aceitar o fato de que não dormiria mais sozinha.

******

Durante a madrugada, Isabela levantou sentinfo enjoos e teve que ir ao banheiro, jogando tudo o que consumiu pra fora. Júlia acordou com os sons, mas não se deu o trabalho de ajuda-lá, pois aquela situação, estava acabando com sua paciência.

De manhã cedo, Júlia levantou, lavou seu rosto, e vestiu suas roupas de trabalho descendo para tomar café da manhã.

Enquanto tomava seu suco, Isabela apareceu envergonhada na mesa e parou em frente a uma cadeira.

– Eu, posso sentar com você? — Perguntou meio receosa.

– Infelizmente vou ser obrigada a conviver com você todos os dias, então não vou te evitar, senta aí logo. — Júlia respondeu rispida.

Isabela se sentou a mesa, e comeu apenas uma torrada acompanhada de um suco.

Júlia tomava seu suco com raiva e comia sua panqueca com raiva. Não aguentava aquela situação e sabia que não iria se livrar daquilo.

– Desculpa por isso, eu não queria deixar você brava, não era minha intenção que você se casasse comigo. — Isabela disse receosa.

– Claro que não era, claro, porque não tomou a porcaria do relacionamento remédio, por sua culpa eu vou ter que casar com você e cuidar dessa criança. — Julia respondeu brava e se levantou.

Pegou sua bolsa e saiu de casa batendo a porta com força. Isabela se sentiu mal por deixá-la irritada, mas parece que não podia fazer muita coisa. Então terminou seu café e resolveu distrair a cabeça.

Isabela sabia que sendo esposa de Júlia, não iria ser feliz, mas pensaria em fazer as coisas pelo menos ficarem amistosas pelo filho.

******

Júlia chegou a empresa e foi para sua sala. Se sentou em sua cadeira e começou a trabalhar, em poucos minutos seu pai adentrou a sala e se sentou na cadeira em frente a mesa.

– Marquei uma reunião hoje com a Michele e os pais dela. Vamos avisá-los sobre o cancelamento do seu casamento com a filha deles. — Roberto diz e Júlia suspira.

– Tudo bem, já que eu não posso fazer nada contra. — Júlia diz revoltada e Roberto apenas ignora o descontentamento da filha.

Ele entendia que sua filha precisava de juízo, e ele e sua esposa, estavam dispostos a impor limites para fazê-la ser uma mãe e uma esposa excelente. Basta saber se isso vai funcionar.

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