descubra-me no azul profundo

🌊🐚o garoto da praia🐚🌊

Dedicatória

eu te amo, do tamanho disso tudo - ele sorri. Estamos na frente do mar

Esta história é dedicada a todos que já sentiram a falta de quem amaram e descobriram, nas pequenas coisas, a beleza da conexão. Jungkook e Jimin nos lembram que, mesmo enfrentando a dor da perda, sempre há espaço para recomeçar e encontrar calor nos braços de outra pessoa.
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Jungkook

O dia começava a clarear, mas eu já estava acordado há horas. A luz filtrava-se pelas cortinas do meu pequeno e bagunçado quarto, destacando as sombras dos brinquedos de infância que ainda teimavam em permanecer ali como fósseis de um passado que eu gostaria de esquecer. Não era por falta de amor, mas a casa do meu tio tinha os seus próprios fantasmas. Ele sempre me lembrava da responsabilidade, do que era "apropriado" e "certo". Eu não estava sempre de acordo com isso, mas, com o tempo, aprendi a me calar. Não tinha mais pai nem mãe, e não havia espaço para revoltas em um lar onde a única constante era o silêncio pesado que se instalava entre nós.

Após um café da manhã - que sempre consistia em torradas e uma fatia de queijo - eu saí apressado para a escola. As aulas eram um emaranhado de rostos e conversas que pareciam distantes, e eu mal prestava atenção, perdido em meus próprios pensamentos. O que sempre me consumia era o mar. Nas aulas de biologia, enquanto o professor falava sobre oceanos e criaturas marinhas,

um nó apertava meu peito. Havia algo inexplicável em mim que sentia uma ligação profunda com aquele vasto horizonte azul, mesmo depois da tragédia que havia me separado dele.
Ao final do expediente, em vez de voltar para casa, decidi que precisava de um tempo só para mim; algo indefinido me dizia para ir à praia, embora eu não gostasse muito era o único lugar em que eu poderia ser livre

Quando a noite chegou, envolvi-me em um moletom e fui caminhando até a areia. Era um ritual que eu não podia explicar, um impulso que vinha de uma parte de mim que queria libertar as mágoas. O cheiro do sal do mar invadiu meus sentidos, e a brisa suave parecia sussurrar palavras reconfortantes. Aquela praia, que um dia fora um cenário de alegria e risos, agora era um abrigo para as minhas dores.
Quando cheguei, o luar refletia na superfície das ondas, criando um espetáculo de luz e sombras. Caminhei pela linha d'água, as gotículas geladas tocando meus pés descalços.

até que algo fora do comum chamou minha atenção. Havia uma figura estendida na areia, quase meio submersa, com o cabelo loiro e desgrenhado, como se acabasse de sair de um sonho. A princípio, pensei que era apenas alguém que havia exagerado na bebida de algum bar próximo, mas, à medida que me aproximei, percebi que havia algo de diferente naquela figura.
Meu coração disparou. Era um garoto, mas não era como os outros. Ele tinha uma beleza etérea, tão lindo quanto um anjo,Assim que me aproximei o suficiente para ver seu rosto, meu estômago se revirou. Era como se eu conhecesse aqueles traços de algum lugar, embora não conseguisse lembrar de onde. Seu corpo estava coberto de areia, e a água continuava a tocar sua pele pálida, quase como um abraço suave.

- Ei! - chamei suavemente, colocando a mão em seu ombro delicadamente. - Você está bem? - A resposta foi um silêncio pesado, e uma onda de preocupação me invadiu. Eu sabia que precisava agir, precisava trazê-lo de volta, como se a própria água estivesse implorando pela sua salvação.
Com cuidado, eu o puxei para longe da beira da água, sentindo o frio da areia. Coloquei os braços em volta de seu corpo, tentando não pensar na força que usava. Ele era mais leve do que imaginava

Eu levei o garoto até o meu carro, que havia estacionado perto da praia. O coração batia acelerado em meu peito, e, por um breve momento, perguntei a mim mesmo se estava fazendo a coisa certa.