Me dê um sossego.

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15 de Setembro, Liao Ning - China.

Já era a terceira vez que seu colega Junhui perguntava se estava tudo bem, sempre mencionando que a preocupação era por causa da perna de Minghao, que não parava de se mover para cima e para baixo em movimentos repetitivos.

— Eu estou bem, é só mania, Jun – Minghao resmungou, mexendo de um lado para o outro na tela de seu celular, passando por aplicativos. Seu coração estava agitado, mas ele não sabia exatamente o motivo, embora fosse sempre assim.

— Ok, mas você ficou assim logo depois de ver o nome "Jihoon" no computador – rebateu o amigo. Embora fosse um nome comum, ele ainda desestabilizava o mais novo, que passava por uma situação complicada.

— Não é nada! Está tudo bem, de verdade. – Minghao até achava fofo o cuidado do outro, mesmo com tão pouco tempo de convivência na empresa. Wonwoo era um rapaz sortudo por ter um namorado como Junhui.

Ele largou o celular em cima da mesa e respirou fundo, tomando um gole de água da garrafa plástica que sempre carregava consigo. Então, a tela do celular brilhou. Um "Woozi" apareceu na tela, e um sorriso meio dolorido surgiu no rosto de Minghao. A ausência de um "meu bem" acompanhado de um coração ainda o machucava.

📲 "Esse é o endereço do Airbnb onde ficarei nos próximos três dias. Quero te ver antes de ir embora."

Seu coração disparou, e ele largou o celular, incrédulo. Suas mãos ficaram frias enquanto mais mensagens chegavam daquele que o contatava. Ele respirou fundo, tentando não tremer, desbloqueou o aparelho e leu o endereço. Era na Zona Norte da cidade.

"Oi, boa tarde. Tudo bem? A que horas você chega?"

Ele tentava não soar tão seco, mas segurava o choro. Não podia desabar na frente de tantas pessoas. Decidiu desligar o celular por um tempo ou pelo menos esperar chegar em casa para lidar com a situação com mais calma e paciência.

A verdade é que ninguém nunca foi tão importante para ele quanto Jihoon. Minghao poderia facilmente escrever poesias sobre o mesmo e o oceano, pelo qual era apaixonado, e também pelo quanto o via como a cor vermelha. Talvez fosse errado pensar tanto em alguém, mas ele se perguntava se era errado amar tanto assim.

Sua mente o traía dia e noite, sem dar-lhe um momento de paz. Ele se pegava pensando nas palavras que o feriram inúmeras vezes, desde um "insuportável" até um "deixe-o em paz". Ele estava tentando, todos os dias tentava. Mas se perguntava por quê.

Antes daqueles quase oito meses, eles eram completos desconhecidos. Por que agora, que não se falavam mais, não poderia ser assim novamente? Ainda assim, Minghao acordava e ia dormir com algo para contar a Jihoon, alguma piada que ouvira, ou sobre o novo emprego, como estava sendo maravilhoso frequentar as aulas de dança.

Ele se pegava desejando poder acordar um dia e ler o "bom dia, meu dengo" que Jihoon sempre enviava, ou até um "acordou e não me deu bom dia? Não me ama mais?", aquelas pequenas brincadeiras que faziam um com o outro. Ele desejava que tudo aquilo tivesse sido apenas um sonho, mais uma invenção de sua mente.

Como da vez em que sonhou com Jihoon e seu ex-namorado, Jeonghan. No sonho, Jeonghan tentou atacá-lo ao vê-los juntos e falou mal da aparência de Minghao. Mal sabia ele... aquilo era um prenúncio do que realmente aconteceu, algo que não lhe foi contado. Jeonghan de fato havia falado mal de Minghao para Jihoon, já que o chinês não se encaixava nos padrões impostos pela sociedade coreana.

Mas, pelo menos no sonho, Jihoon o defendeu. E foi a coisa mais linda de se ver. Não só pela discussão com Jeonghan, defendendo Minghao do ex, mas pelo abraço que veio logo depois, acompanhado de um: "Você está bem, meu amor?" com aquela voz calma que Jihoon sempre tinha. Xu Minghao era completamente de Lee Jihoon, estava na palma de sua mão.

do i wanna know? [ woozi × the8 ]Onde histórias criam vida. Descubra agora