𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦 carrega o peso de um legado sombrio: filho de um notório assassino em série, sua existência é marcada pelo estigma e pela suspeita. Em um cenário em que todos o vê como uma extensão dos crimes de seu pai, ele se blindou contra o mundo...
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9 anos de idade
O frio cortante parecia dilacerar meus ossos. Observei o corpo desmembrado do animal favorito de meu pai sob meus pés, o sangue parecia pintar a neve desordenadamente. O coração palpitante do bicho em minhas mãos trêmulas era testemunha do meu ato brutal.
— Damian, o que você fez?
Ergo os olhos dilatados e encontro o olhar incendiário do meu pai.
— Segui seu conselho, papai.
— Do que diabos você está falando? — perguntou ele, com olhar sério.
Enquanto segurava a vontade avassaladora de fazê-lo engolir os restos mortais do Fritz, deixei que o coração inútil caísse de minhas mãos e pisei em cima. Eu não estava sendo um menino mau, tudo que faço é para aliviar os ensinamentos marcados em minhas costas e receber o que é meu por direito.
— O senhor me disse: Se algo atrapalhar seu objetivo, elimine-o. — sorri docilmente. — Não irá me parabenizar?
Klaus Klinger, meu pai, o homem cujo rosto se movia apenas para sorrir para os outros, e nunca para mim, estava neste se contorcendo sua face de ódio, um dos poucos sentimentos que podemos sentir. Não era o que eu estava esperando, mas serve.
Qualquer migalha de sentimento serve. Eu só queria que seus olhos caísse sobre mim, que visse que estava frustrado.
Ele andou em minha direção furiosamente e desferiu um tapa contra meu rosto lançando-me ao chão.
— Escute, Damian. — uma de suas mãos agarrou meu cabelo e puxou para trás, erguendo meu rosto. — Matar o cachorro que eu tanto adoro não me fará te odiar menos.
Algo dentro de mim se desgastou ainda mais, senti como se fios em minha mente estivessem se rompendo ainda mais rápido.
— Por quê? Não somos iguais?
Novamente um ardor se espalhou pelo meu rosto.
— Não se preocupe quanto a isso, podemos ser parecidos, mas não somos iguais. Você será minha obra prima. — soltou-me. — Lembre-se do motivo pelo qual respira. Se não puder fazer o que te ordenei, eu mesmo te matarei.
