Parecia ser algo proibido, por que era.

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Gustavo Ribeiro.

Eram eles.

Eram eles. Os desgraçados me acharam, nem fudendo que eles queriam mesmo me torturar, porra, eu já dei a merda do carro e a porra do dinheiro, eu não vou entregar a minha mulher nem que me matem.

Acordei e a única coisa que conseguia enxergar era os filhos das putas reunidos de costas para mim, estavam bolando alguma coisa, eles não iriam descansar até que eu visse eles comerem a Isabella na minha frente, um por um.

Eu não vou deixar isso acontecer, nem que eu saia morto essa.

Me encontrava caído no chão, amarrado com cordas em uma cadeira e sentia meu rosto arder, eles são tão baixos que devem ter me batido enquanto eu dormia, pois sabem que comigo acordado, eles não tem chances.

Os caras eram tolos, mas não ao ponto de me deixarem aqui sem me revistar, eles tomaram o canivete que eu costumo levar para todos os lugares.

Comecei a me debater, tentando me arrastar até o pé da mesa.

— Olha só, se o belo adormecido não acordou. - Andrey disse junto de risadas com os outros do grupo.

— Você é tão baixo que para conseguir encostar um dedo em mim, teve que me apagar de surpresa. Pois sabe que comigo acordado e lutando de forma justa, não consegue triscar em mim. - Digo com o maxilar cerrado, a risada do desgraçado se rompeu e minha fala foi cortada com um soco em meu rosto.

Agora quem estava rindo era eu.

— Viu só? Você precisa dos seus capanguinhas para fazer com que eu fique impossibilitado de me mover, caso contrário, não consegue me bater. - Andrey me deu outro soco e eu apenas continuei o observando.

— Isso, me mate. Pois saiba que se você não me matar e eu conseguir sair vivo daqui, quem morre é você. - Digo com o mesmo tom de voz, observando todas as expressões corporais dele.

— Você é apenas um egoísta mimado que nasceu em berço de ouro. - Essas falas do desgraçado me fizeram rir.

— Berço de ouro? Acho que isso foi mais uma autocrítica. Diferente de mim, você não sabe o que é passar fome e ver sua família repartindo a porra de um pão. Você não sabe o que é trabalhar dês de cedo junto com os seus pais para conseguir sustentar a merda da casa para no final, serem roubados e toda a sua família ser morta. Você não sabe e nunca vai saber o que é entrar no mundo do tráfico por questões de sobrevivência, eu me arrependo por ter tentado o mais fácil e hoje em dia não conseguir sair disso. Você pode dizer de tudo, menos que eu nasci em berço de ouro e que eu sou mimado, o mínimo que eu tenho hoje, foi por que eu me fodi muito na vida para ter. - Nas últimas palavras o mais velho começou a me socar descontroladamente.

Os chutes no estômago estavam me fazendo querer vomitar, eu não conseguia sentir desespero e muito menos preocupação, eu sabia que uma hora ou outra isso aconteceria.

— Chega caralho, você vai matar ele! - Consegui identificar a voz de Matheo enquanto ele puxava o Andrey para longe, até que o filho da puta o empurra e volta a me bater.

— Isso, só pare quando me matar. Só não esqueça que mesmo comigo morto a 7 palmos da terra você não irá conseguir ser melhor do que eu. - Digo e sinto meu estômago revirar, comecei a cuspir sangue.

— CHEGA ANDREY CARALHO! - Alguns dos comparsas começaram a tirar ele de perto de mim enquanto a única coisa que ele conseguia fazer era me encarar com ódio nos olhos, o filho da puta era uma desgraça completa.

— Você vai pagar por tudo. - Andrey altera o tom de voz e eu sorrio, sentindo o gosto do meu próprio sangue.

— Pagar por ser melhor que você? - Minha voz sai falhando ao máximo e tudo o que eu podia fazer era ficar ali.

Entre luxos e simplicidade.Onde histórias criam vida. Descubra agora