𝐈𝐈.

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— A festa será na casa dos Miya.

— Miya? — perguntei.

— Sim, são irmãos gêmeos que aproveitam a ausência dos pais no sábado para organizar tudo. O Atsumu é quem cuida de todos os detalhes. O lugar é bem espaçoso e está entre as cinco melhores festas da região.

— Existe um ranking?

— Claro que sim!

Era tarde de sábado, os nossos planos consistiam em nos arrumarmos na casa da Rina, irmos para a festa, e depois retornarmos para passar a noite juntas. A casa dela ficava próxima ao local da festa, o que tornava o trajeto mais conveniente. Rina morava apenas com a irmã mais nova. O prédio inteiro pertencia à família dela: o primeiro andar abrigava o famoso restaurante, o segundo era a casa dos pais, o terceiro dos avós maternos, e o quarto, o das filhas. O negócio havia prosperado consideravelmente após minha partida da cidade. Lembro-me de quando o restaurante era apenas um lugar simples; hoje, é um estabelecimento luxuoso. Fico feliz por eles.

Enquanto ouvíamos música, ela dava todos os detalhes sobre as pessoas que eu iria conhecer.

— Nossa, quanta revista! Você sabe que a internet já foi inventada, né? — brinquei, mudando rapidamente de assunto ao notar a pilha imensa de jornais e papéis.

— Eu acho tão interessante ler sobre crimes reais. — ela respondeu, visivelmente constrangida, como se estivesse escondendo algo, talvez algum fetiche peculiar.

— Acho que crimes não são a minha praia. — revirei os olhos, impaciente, sugerindo que mudássemos de assunto.

— Voltando ao tema, os rapazes de lá são todos ligados ao esporte. Atsumu é jogador profissional de vôlei e também recebe dinheiro a partir das festas.

— Você conhece o Kageyama? — o nome dele ecoava na minha mente sempre que o vôlei era mencionado.

— Kageyama? Hmm... Acho que não. Mas você vai conhecer gente linda. As meninas são todas gatas! Algumas são namoradas dos jogadores, outras são antigas colegas de sala. Basicamente, é como uma grande árvore genealógica onde todos se conectam por meio de galhos.

— Comparação curiosa...

— Você vai adorar!

No caminho, Rina cantarolava animada, enquanto eu me concentrava em memorizar cada detalhe das ruas por onde passávamos. Muito havia mudado desde a última vez que estive na cidade. Já estava escurecendo, e as ruas eram ocupadas por jovens e adultos retornando do trabalho. O ambiente exalava uma nostalgia inconfundível; como eu amava Tóquio.

— Chegámos! — gritou Rina, empolgada. — Parece o carro do Iwaizumi ali... — ela rapidamente se inclinou para espiar o estacionamento em frente ao condomínio. — Meu namorado!

— Você tem namorado? — a surpresa era evidente no meu rosto; como ela pôde esquecer de mencionar isso depois de tanto tempo conversando?

— Pois é... — disse ela, meio encabulada. — Faz dois meses que estamos juntos. Nos conhecemos por meio dos gêmeos; ele é treinador na seleção japonesa e se formou fora.

— E como você conheceu os gêmeos? Nunca me contou.

— Eles são clientes regulares do restaurante.

— Oi, princesa. — nossa conversa foi interrompida pelo rapaz mencionado. Alto, de físico atlético e com um olhar penetrante, ele exibia um estilo bem diferente do de Rina. Era o típico casal de garota meiga e garoto oposto. Atrás dele, alguém se aproximava; com as luzes finalmente no ângulo certo, percebi...

𝐃𝐚𝐠𝐠𝐞𝐫 - 𝐊𝐚𝐠𝐞𝐲𝐚𝐦𝐚 𝐱 [𝐍𝐨𝐦𝐞]Onde histórias criam vida. Descubra agora