Eu não sabia como consegui resistir à tentação de não fazer nada com o Roberto ontem à noite. O desejo por ele me atiçou de tal forma que eu nem lembrava da importância da lealdade a minha irmã. Me sentia suja, uma péssima pessoa, por querer ter Roberto para mim, nem que fosse por apenas alguns minutos, mas a minha boceta, aparentemente, não se importava com o fato dele ser casado com a Rosane.
Depois de um banho, eu estava tentando fechar o colar de caveira no pescoço, mas não conseguia. Foi quando Roberto entrou no quarto, me assustando um pouco.
— Que pena que você está vestida... — Ele soltou o comentário malicioso com a voz rouca, carregada de desejo.
Eu ri, sem jeito, sentindo o calor subir pelo meu corpo. O que eu sentia por ele era errado, mas parecia tão inevitável.
Ele se aproximou, com seus ombros largos e a postura firme. Vestia uma calça preta que destacava sua silhueta forte, e uma camiseta branca que esticava sobre os músculos de seus braços. Seu cabelo preto e ondulado estava um pouco bagunçado, como se tivesse acabado de passar os dedos por ele. Cada detalhe parecia pensado para me desarmar. Ele parou atrás de mim, sua presença quente, e pegou minhas mãos que lutavam contra o fecho do colar. Com a facilidade que só ele tinha, engatou as duas pontas.
— Obrigada, Roberto — murmurei, sentindo o coração bater mais forte.
— Você fica linda de preto — ele elogiou, com um tom safado que fazia meu rosto arder.
O olhar dele parecia penetrar minha pele, e eu senti uma onda de calor tomar conta de mim. Seus olhos, intensos e sérios, tinham uma profundidade que eu não conseguia ignorar.
— É uma das minhas cores favoritas — respondi, tentando não parecer tão afetada. — Gosto de branco, cinza e rosé também.
Ele sorriu. Um sorriso que parecia me capturar, como se ele soubesse exatamente o efeito que causava. Tentei me concentrar no espelho à minha frente, tentando não me perder nele. Meu vestido preto caía com suavidade, as alças finas destacando meus ombros e o decote realçando minha clavícula. Eu me olhava, mas estava consciente do olhar dele me observando como um caçador observa sua presa.
Roberto se moveu para o meu lado, perto o suficiente para que eu sentisse o calor do corpo dele irradiando para mim. Enquanto comecei a trançar o cabelo, senti seus olhos me percorrendo, e não podia evitar o efeito que ele causava em mim. Roberto, com a mandíbula marcada e os olhos profundos, me atraía como um imã. O desejo que eu sentia parecia crescer cada vez mais, mesmo sabendo que aquilo poderia acabar em uma tragédia.
Se a Rosane suspeitasse de alguma coisa, eu estaria completamente perdida. Não consigo nem imaginar a decepção dos meus pais, perder o carinho deles por causa desse desejo inexplicável de me envolver com o meu cunhado.
— A Rosane vai viajar com a Bárbara hoje — ele disse de repente. — Vamos ficar só eu e você.
Engoli em seco. Ficar sozinha com homens sempre me deixava inquieta, um desconforto que eu carregava desde aquele dia.
— Você não fica com outras pessoas? — Tentei desviar o assunto, mantendo a voz firme.
— Fiquei com algumas mulheres desde que abrimos o relacionamento. Inclusive, com a Bárbara e a Rosane ao mesmo tempo.
— O quê? Achei que a Bárbara fosse lésbica.
— Acho que é bi.
— E você gostou?
Ele hesitou.
— Foi estranho. Ménage não é o tipo de coisa que eu curto.
— E o que você curte? — A pergunta saiu antes que eu pudesse parar.
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Conexão Obscena
Fiksi RemajaQuando Marina, a cunhada de Nascimento, vem passar um tempo na casa deles para se preparar para um concurso, ele a vê apenas como uma responsabilidade extra em sua já tumultuada vida. No entanto, a proximidade diária e as conversas inesperadas revel...