Capítulo 06

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Rubi Sentinelli

Gregório estava tão perto que eu podia sentir a respiração dele roçar em minha pele. Ele tinha acabado de dizer que me queria, e, por mais que meu corpo inteiro gritasse para ceder, minha mente sabia que o momento não era o certo. Tentei encontrar as palavras certas, aquelas que não o afastariam, mas que deixariam claro o que eu realmente precisava agora.

— Gregório... — Comecei, minha voz saiu suave, mas firme. — Eu... eu não posso negar que também sinto algo por você. Mas agora, minha prioridade é a faculdade, me formar e entrar na empresa de moda que tanto sonhei. Tudo isso consome muito do meu tempo e energia, e não sinto que seria justo começar algo com você se não posso me dedicar de verdade.

Ele me olhava com atenção, escutando cada palavra como se estivesse tentando entender o que se passava dentro de mim. A intensidade no olhar dele diminuiu um pouco, dando lugar a algo mais terno.

— Entendo, Rubi. — Ele disse, num tom mais sereno. — Respeito muito essa sua determinação. É uma das coisas que mais me atrai em você.

Senti um calor no peito ao ouvir isso, e, antes que eu pudesse responder, ele estendeu a mão e acariciou meus cabelos com uma delicadeza surpreendente para alguém tão seguro e intenso como ele.

— Vou estar por perto. — Ele continuou, sem desviar o olhar. — E não vou te pressionar. Mas não desisto fácil do que eu quero. Só saiba que, quando você estiver pronta, eu estarei aqui.

O toque dele no meu rosto era reconfortante e provocante ao mesmo tempo. Eu sorri, apreciando o carinho, mas mantendo meus pés no chão.

— Obrigada, Gregório. De verdade. Eu gosto de saber que você me entende. — Apertei de leve a mão dele, que ainda estava perto da minha. — Por enquanto, podemos ser amigos... e ver o que o futuro reserva.

Gregório assentiu com um sorriso enigmático, e o clima tenso entre nós se suavizou. Continuamos conversando sobre outras coisas, desde música até nossas paixões, enquanto a música no bar chegava ao fim e a pista de dança esvaziava.

Pouco tempo depois, Manuela retornou à mesa com os cabelos bagunçados e um sorriso de satisfação no rosto.

— Estou amando esse lugar! E vocês? — Perguntou ela, ofegante e se abanando com a mão. Percebi que ela nem tinha notado o clima entre eu e Gregório, o que me fez rir por dentro.

A noite seguiu animada. Entre piadas e histórias, eu e Gregório continuávamos a trocar olhares intensos, o que fazia Manuela resmungar de vez em quando por estar sendo ignorada.

— Ei, será que vocês podem parar de se comunicar com os olhos e me incluir na conversa? — Disse Manuela com uma careta exagerada, arrancando risadas nossas.

A noite terminou bem, com abraços e despedidas. Gregório me deu um último olhar cheio de promessas antes de partir, e eu senti um arrepio de antecipação que rapidamente empurrei para o fundo da mente. Eu sabia o que queria agora, e precisava manter o foco.

Cheguei em casa um pouco depois da meia-noite. O silêncio no corredor estava acolhedor. Tomei um banho rápido, deixando a água morna lavar o cansaço da noite. Minha mente, no entanto, estava longe de descansar. Ela vagava para os olhos de Gregório, para o jeito como ele me olhou, como suas palavras soaram tão sinceras.

Vesti uma lingerie de seda preta, delicada e suave ao toque. Me joguei na cama, mas em vez de me desligar e dormir, só conseguia pensar em como Gregório me fez sentir — Desejada, compreendida e, de certa forma, segura.

Por mais que eu repetisse para mim mesma que agora não era o momento para distrações, as emoções eram inegáveis. Eu não podia simplesmente ignorar o que estava acontecendo dentro de mim.

Doce pecado - Os Irmãos Frank 2Onde histórias criam vida. Descubra agora