Oᴜʀ Hᴏᴜsᴇ

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07:10 AM

Quinta-Feira

– Não vão responder? - pergunto, apressada.

–Então, como foi ontem a noite? - minha mãe pergunta ao meu pai.

Eles não respondem nada, só  meu pai olha pra minha mãe fazendo um sinal com a cabeça dizendo pra ela vir pra fora com ele, com uma cara de sério.

Os dois saem.

–O que foi?...

–A gente discutiu um pouco sobre os ciúmes do seu pai... - ele me beija - Já estava com saudades, princesa.

–Que? - eu rio - E você não discutiu com ele também não né?

–Eh... Meio que sim.

–Michael! - dou um tapa no braço dele, que estava apoiado na cama - Por que você fez isso, homem?!

–Exatamente, princesa, era coisa de homem, eu não preciso te explicar agora...

–Aff, seu chato.

–Mas como foi com sua mãe ontem?

–Legal.

–Conversaram sobre o que?

–Ué, coisa de mulheres, você não precisa saber.

–Ha, ha, que graça...

Solto uma risada, e vejo a enfermeira entrando.

–Querida, você vai poder ir pra casa hoje mesmo, você se recuperou mais cedo do que esperávamos.

–O que?! Sério? - falo, com muita alegria.

–Sim! Só vai levar um remédio, para caso aconteça de não conseguir respirar muito bem, e se sentir dores pelo corpo é só tomar um remédio de dor normal, como você sempre tomou, ok?

–Ok, enfermeira! Muito obrigada por ter cuidado de mim esse tempo inteiro.

–Sem problemas, é meu dever. - ela sai da salinha, e eu abraço o Michael.

–Eu vou sair daqui! Eu vou sair... Daqui... - meu tom muda de alegre pra triste.

–O que foi, princesinha?

–Meus pais vão querer me levar pro Brasil... Como eu não pensei nisso?

–Ah... Mas nós podemos dar um jeito, eu prometo.

–Eu não quero voltar pra lá, você não tem noção de como era...

–Princesa, eu tenho uma casa aqui perto, tenho certeza que seus pais ficariam um tempo lá com você, pode deixar que por mim você não volta pro Brasil.

–Não sei se vai funcionar, mas podemos tentar...

Ele se aproxima mais de mim, me segurando na cintura e me beija. Logo meus pais entram na salinha, e ele se afasta um pouco.

–Pai, mãe! Eu vou poder ir pra casa!

–De volta para o Brasil, filha? - meu pai pergunta.

–Na verdade, eu não quero voltar pra lá. Vocês sabem disso... O Michael tem uma casa aqui perto, a gente podia ficar lá por um tempo até eu me fixar aqui de novo, não podíamos?

Meus pais suspiram, e se olham. Minha mãe dá uma cotoveladinha no meu pai, e ele fala.

–Tá bom filha, nós ficamos na casa do Michael.

Estranho um pouco a facilidade que eles deixaram, mas fico feliz mesmo assim.

02:48 PM

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