Finish Line

25

    Yibo

Coisas que fazem você pensar “Mas que porra?”
Bob Esponja tem trabalhado no krab krusty por 31 anos.

Deus, ele ficava tão bem contra mim.
Um segundo eu estava me afogando nele. No próximo? A próxima vez tinha água em meus pulmões e me afogava em um significado diferente.
Tanto para ter meu poder de volta.
Estava começando a pensar que o único tipo de vida para mim era uma existência solitária...

..........

    Xiao Zhan

Coisas que fazem você pensar “Mas que porra?”
Louis Chevrolet, fundador da Chevrolet, morreu pobre, trabalhando como mecânico para a empresa que ele fundou.
Estava escuro e andava pelas ruas.
Não era um lugar desconhecido para mim, embora não fosse tarde da noite.
Minha insônia começou cedo esta noite. A névoa pendurava sobre todos os meus pensamentos, sem nenhum sinal de resolução em breve.
Eu estava de volta. De volta a onde estava há cinco longos anos.
Tão estranho, mas me abriu completamente os olhos nos últimos dias.
Você nunca percebe o quanto está magoado, o quanto sua vida está uma confusão, até que tenha uma pausa.
O meu indulto foi curto. Inferno, nem sequer foi total.
Mas foi o suficiente.
O suficiente para me deixar, agora, muito pior do que antes.
Era como estar doente por tanto tempo que você esqueceu o que era estar bem. Estando cronicamente exausto apenas para ter alguns dias de energia infinita.
Retornar deveria ser fácil, né?
Oh, não, não, não.
Era como ter algumas mordidas de um bolo de chocolate apenas para que fosse tirado e uma couve de bruxelas colocada em seu lugar.
Agora sabia o que estava perdendo. Apenas esse breve gosto, me levou de volta para doloroso nada e era chocante. Então, aqui estava eu. Já andando. Afugentando os pensamentos, deixando-me mexer como um pedaço de papel no vento.
Já passava da hora do jantar. A noite reclamou o céu e a temperatura caiu. A neve continuou a cair preguiçosamente, mas era aleatória, então provavelmente não equivaleria a muito mais do que a polegada que cobriu o chão naquela tarde.
Os bolsos da minha calça estavam pesados com o meu telefone, as chaves e a carteira que guardava todos os meus cartões e dinheiro. Me aproximei do café no quarteirão do meu hotel. Parei e olhei para as luzes de boas-vindas nas janelas e sabia que todo o lugar provavelmente estava perfumado com o cheiro de café.
Mas continuei caminhando.
Yibo não gostava desse lugar. E agora eu também não gostava.
Não sei por quanto tempo andei. Inferno, nem prestei atenção. Não poderia dizer quantas pessoas estavam nas ruas, como o trânsito estava ou qualquer outra coisa sobre o meu entorno.
Eu estava perdido na minha cabeça, repetindo a cena com Yibo continuamente.
Todas as lutas que eu tinha dentro de mim. Todos os conflitos, a culpa.
De alguma forma, surpreendentemente, isso começou a ser superado.
Superado por Yibo e pelo jeito como me sentia quando estava perto dele.
Como o olhar de seus olhos parecia arracar o coração do meu peito.
A maneira como ele me puxou do nevoeiro tantas vezes.
A maneira como me beijou com coragem, quando soube que o contato físico não era algo que estava acostumado.
Inferno, ele mesmo pulou entre mim e seu irmão. Desafiou Liu, algo que tinha certeza que poucas pessoas fizeram.
Por mim.
Ele tinha feito isso por mim.
Ele também me olhou com pânico no rosto. Com medo e até terror. Seus olhos,que amei quando se concentravam em mim, vidrados. Seus lábios, que eram úmidos e suculentos, o lugar perfeito para os meus para descansar, palavras sussurradas que pareciam como uma faca enfiada diretamente em meu coração.
Não foi a primeira vez que Yibo tremeu quando eu o toquei, mas esta foi a primeira vez que deixou isso superar o momento. Não apenas o momento; ofuscou tudo entre nós.
Corri.
Sem olhar para trás.
Tinha que me proteger. Eu tinha que guardar o que restava de mim.
Quem o protegerá?
Ele estava se protegendo exatamente como eu tinha feito.
Exceto que ele não fugiu. Ficou parado embora, tremendo e claramente se sentindo ameaçado. Ele pediu desculpas e tentou explicar.
Tenho medo de trazer você para baixo comigo. A pior coisa do que estou dizendo agora é que algum dia você olhe para mim e perceba que cometeu um erro.
Ele não estava me rejeitando para me magoar. Estava tentando me proteger. Novamente.
E eu corri.
Meus passos pararam sobre o concreto de pedra-frio. Uma grande rajada de vento me golpeou no rosto, do nada, como se o próprio universo estivesse me golpeando no rosto.
Eu merecia isso.
Eu era egoísta. Egocêntrico. Pensei apenas em mim, mesmo lá, em vez de tentar suportar e lidar como Yibo.
A lembrança do dia no snowmobile cintilava em minha mente como um filme. A textura era granulada e ligeiramente atrasada, mas vi tudo tão claro.
Eu tinha entrado em pânico naquele dia. Estava inseguro e malditamente assustado. Ele não ficou com raiva quando recuei para o meu próprio mundo. Yibo se ofereceu para sair comigo. Quando recusei, ele pegou.
Pedi a ele para me trazer de volta. Pedi-lhe para me ajudar a ficar com ele.
Ele fez.
Me beijou. Ele me manteve perto. Era como se estivesse aprendendo a andar novamente e segurou minha mão, para me dar equilíbrio. Parei de andar de novo, curvado na cintura e coloquei minhas mãos nas minhas coxas.
Que merda eu fiz?
Não foi a primeira vez que ele respondeu com apreensão, quando as coisas entre nós esquentaram .
A primeira vez que fiquei com ele, ajustou o que eu estava fazendo e acabou bem.
Por que não fiz isso desta vez?
Por que não o puxei de volta do jeito que ele tinha feito comigo, mais de uma vez?
Foi uma oportunidade perdida. Uma chance de tirá-lo de sua concha, talvez entender um pouco mais sobre o que o machucou, para aqueles milhões de pequenas bordas irregulares.
Algo que Liu me disse ecoou pela minha cabeça.
Isso é para ele compartilhar. E quando ele quiser...
Ele não disse se, disse quando. Suas palavras implicavam que Yibo planejava falar comigo. Queria que eu soubesse.
Yibo ficou. Ele enviou seu irmão de volta ao seu avião e ficou. Ele escolheu a NASCAR. A maneira como ele me olhou quando disse isso? Parecia que ele me escolheu tanto quanto a NASCAR.
Fiquei tão eufórico que praticamente pulei em cima dele. Beijei-o tão ferozmente, que senti que estava queimando. Ele estava bem ali comigo. Eu sabia que ele gostava disso. Senti a eletricidade e a fome em seus lábios.
E então o coloquei contra a parede e rasguei sua camisa.
Porra.
Quanto mais a cena se reproduzia na minha cabeça, ouvia as palavras que tinham sido ditas...
Melhor, percebia.
Estraguei tudo.
Deveria ter pensado sobre ele. Deveria ter passado por minha própria dor e paranóia sobre ser derrubado pela perda novamente e o enxergado. Eu não deveria ter me concentrado no que ele estava dizendo.
Porra, o que ele deveria estar pensando agora. Provavelmente estava se debatendo, sentindo que não era suficiente.
Ele era.
Yibo era mais que suficiente.
Eu tinha que vê-lo, ir até ele. Como naquela noite que me colocou para fora e depois voltou atrás .
Ele veio até mim. Falou comigo. Eu também o afastei naquela noite. Disse a ele não conseguia .
O mesmo que hoje à noite .
Ele entendeu. Me levou de volta ao hotel. Ele não correu.
Comecei a correr. A neve caía cada vez mais. Os flocos gelados e molhados caíam nas minhas bochechas e apertei meus olhos quando corri. Eu me senti cego, entorpecido, mas tinha que chegar lá.
Um pouco de realidade caiu em mim e procurei no meu bolso da calça as minhas chaves. Uma vez que as tive, olhei para cima, percebendo o meu ambiente pela primeira vez em um tempo. Fiz uma varredura na rua pelo meu carro, pelo sinal do hotel. Preciso chegar ao Yibo.
Mais neve explodiu em meus olhos e pisquei furiosamente para tirá-la.
Uma vez que estava derretida, minha visão clareou. Este lugar era familiar para mim.
Me virei lentamente, olhando pela grande rua.
A pista de pouso estava lá.
Ver o aeroporto foi uma chamada de despertar ainda maior do que os meus pensamentos.
Mesmo me afogando na culpa, até mesmo superado pelo arrependimento... Me guiei aqui.
Para Yibo.
Corri para o outro lado da rua, aproximando-me da grande área cercada.
Meus passos diminuíram quando olhei para o portão. Estava aberto, algo que sabia era incomum.

Olhei para os hangares. Tudo parecia bem.
Mas sabia melhor do que a maioria que não significava nada.
....