Eu não acreditava que Alex estava aqui na Califórnia, depois de ter sumido por dias. A última vez que o vi, ele tinha aquela expressão distante, como se estivesse lutando contra algo que não conseguia compartilhar. A ausência dele pesava no ar, e eu me perguntava se ele tinha decidido se afastar de todos nós ou se algo mais sério estava acontecendo.
Agora, ao vê-lo ali parado na calçada, meu coração disparou. Era como se o tempo tivesse parado por um instante. Ele parecia um pouco diferente — o cabelo bagunçado, os olhos com um brilho que eu não via há muito tempo. Foi um choque ver que ele realmente estava ali, em meio ao caos da noite, como uma âncora em um mar revolto.
"Alex!" exclamei, mal acreditando que ele aparecera do nada. O alívio e a confusão se misturaram dentro de mim. Eu queria entender o que o trouxe e por que ele havia desaparecido por tanto tempo. O desejo de saber o que aconteceu estava presente em cada palavra não dita entre nós.Ele estende a mão para me ajudar a levantar. "Vamos, se levante", diz ele, com um tom que mistura urgência e preocupação. Senti seu apoio firme enquanto me levantava, e um alívio percorreu meu corpo.
"O que faz aqui?" perguntei, mas antes de terminar a frase, esbarrei em alguém. Era o mesmo cara que eu não queria ver, e a tensão no ar se tornou palpável. A expressão de Alex mudou instantaneamente; a raiva começou a brotar em seus olhos, e percebi que ele estava prestes a partir para cima do cara.Eu não podia deixar isso acontecer. Com um impulso, segurei seu braço. "Não", falei firme, tentando transmitir minha determinação. Alex hesitou por um momento, e essa fração de segundo foi o suficiente para eu perceber que ele não era apenas frio — havia uma parte dele que realmente se importava.
A luta interna dele era evidente; ele respirou fundo, os músculos tensos relaxando lentamente enquanto eu o mantinha ancorado na realidade. O ódio que poderia ter sido liberado agora pairava entre nós como uma nuvem carregada de eletricidade. A conexão entre nós naquele instante era mais forte do que qualquer rivalidade, e eu sabia que ele estava lutando contra seus instintos mais primitivos por causa de mim.
"Vamos antes que eu perca meu réu primário", ele diz, puxando-me em direção ao carro. A forma como suas mãos se firmam em meus braços me faz sentir uma mistura de segurança e frustração. Enquanto ele me leva, minha cabeça gira, tentando processar tudo. O álcool deixa tudo mais nebuloso, como se estivesse vendo o mundo através de um vidro embaçado.
"Espera!" exclamei, parando bruscamente e puxando meu braço para trás. "Eu não vou entrar no seu carro! Você não pode simplesmente me tratar igual merda, vir para a Califórnia depois de sumir por dias e me pedir para entrar na porra do seu carro!" Minha voz ecoou na noite, um desabafo carregado de raiva e mágoa. A indignação fervia dentro de mim, e cada palavra parecia uma libertação.Ele passa a mão pelo cabelo, suspirando profundamente, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas em meio ao turbilhão. "Você apareceu e viu coisas que não deveria ver. Eu estava resolvendo tudo enquanto você fugia pra Califórnia", ele diz com um tom que misturava frustração e sinceridade.
"Eu não fugi! Diferente de você! Se você não fizesse essas coisas estranhas, você não precisaria fugir!" Eu o enfrento com coragem, a adrenalina pulsando nas veias. Cada palavra era uma facada na dor que sentíamos um pelo outro.
"Caralho, Kes!" Ele grita com raiva, os olhos brilhando com uma intensidade que poderia queimar. "Você me deixa maluco", ele continua, a voz tremendo entre a irritação e a vulnerabilidade.
"Você que está me deixando maluca! Você faz coisas malucas!" eu exclamo, a frustração transbordando. "A C4 não é só um clube, e eu sei das coisas ilegais, os favores! Eu sei de tudo." A verdade pesava entre nós como uma âncora.
"É, Kes. A vida não é um conto de fadas e eu sinto muito por não ser seu príncipe!" Ele diz isso com um tom de desespero, como se quisesse se libertar de uma expectativa que nunca poderia cumprir.
"Você era. Você é Alex!" minha voz agora tremia com a emoção contida. "Por que insiste em me magoar? E sempre desiste de nós." A decepção ecoava em cada sílaba; era como se as paredes ao nosso redor estivessem se fechando.
"Te esperei por tanto tempo que não sei o que fazer para fazer você ficar", ele diz finalmente, a vulnerabilidade em sua voz quebrando um pouco da tensão.Um silêncio pesado pairou entre nós antes que eu tomasse coragem para quebrá-lo. "Me beija, e não me deixe ir", eu disse baixinho, quase como uma súplica. O desejo misturava-se à dor; era um pedido desesperado por conexão em meio ao caos que nos cercava.
Ele hesitou por um momento, os olhos fixos nos meus, como se estivesse pesando todas as consequências daquela escolha. Mas ali estávamos nós — à beira do precipício emocional — prontos para pular juntos ou nos afastar para sempre.O momento em que nossos lábios se encontraram foi como uma explosão silenciosa. O mundo ao nosso redor desapareceu, e tudo o que eu conseguia sentir era a intensidade daquele beijo. Os lábios dele eram quentes e firmes, e a forma como ele me puxou para mais perto fez meu coração disparar. Era como se uma corrente elétrica tivesse se instalado entre nós, percorrendo cada parte do meu corpo. O gosto dele era familiar e intoxicante, um misto de emoções que eu não sabia como descrever.
Depois de alguns instantes, ele se afastou, mas apenas o suficiente para me olhar nos olhos. Havia uma mistura de desejo e vulnerabilidade em seu olhar que me deixou sem palavras. Ele então me levou para casa, o silêncio entre nós agora carregado de promessas não ditas. A adrenalina ainda corria em minhas veias enquanto subíamos as escadas cautelosamente.
Assim que chegamos à porta da minha casa, eu hesitei por um segundo, mas a necessidade de estar perto dele superou qualquer medo. Antes que ele pudesse se despedir, eu me inclinei novamente e o beijei, dessa vez com mais fervor. As minhas mãos encontraram seu rosto enquanto os dele deslizaram pela minha cintura.
Com um sorriso satisfeito, ele me pegou no colo com facilidade, seus braços firmes me envolvendo como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo. Eu ri baixinho, tentando controlar o barulho para não acordar meu pai. Ele caminhou nas pontas dos pés até o meu quarto, cada passo cuidadoso e deliberado.
Assim que entramos, trancamos a porta atrás de nós, criando uma bolha de privacidade onde só existíamos nós dois. A atmosfera estava carregada de expectativa e um leve nervosismo pairava no ar. Eu olhei para ele com um sorriso nervoso e ele retribuiu com um olhar que dizia tudo — desejo, anseio e uma pitada de insegurança.
Aproximando-me lentamente, deixei minhas mãos deslizarem pelo seu peito forte enquanto eu me perdia em seus olhos. Ele respondeu inclinando-se para mais perto, os lábios quase se tocando novamente antes de finalmente se encontrarem com um calor renovado. O beijo era mais intenso agora; nossas bocas se moviam em perfeita harmonia, como se estivéssemos dançando uma dança antiga que finalmente encontramos.
Ele começou a explorar meu corpo com as mãos — primeiro na minha cintura, depois subindo lentamente pelas costas até encontrar meus cabelos. O toque delicado dos dedos dele provocava arrepios em minha pele. Eu sentia a necessidade crescente dentro de mim enquanto nossos corpos se pressionavam um contra o outro.
A cada toque, a cada suspiro compartilhado, a intimidade entre nós crescia. Ele começou a descer os lábios pelo meu pescoço, deixando pequenos beijos quentes que faziam meu corpo reagir de formas que eu nunca havia experimentado antes. Eu fechei os olhos por um momento, perdendo-me na sensação.
Então, num impulso quase instintivo, puxei-o para mais perto enquanto minha mão explorava seu cabelo bagunçado e seus ombros largos. Ele respondeu com uma intensidade crescente, suas mãos agora viajando para baixo novamente — explorando cada curva do meu corpo como se estivesse memorando cada detalhe.
O clima no quarto mudava rapidamente; o ar estava carregado de desejo incontrolável enquanto nossos corpos se moviam juntos em sincronia perfeita. Cada toque parecia acender uma chama dentro de mim até que finalmente chegamos ao ápice daquela conexão intensa — onde tudo parecia explodir em cores vibrantes ao nosso redor.
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O Diário de Kessie - Entre dois Mundos
RomansaKessie tem vontade de desfrutar ao máximo sua nova etapa na universidade planejando uma viagem com sua grande amiga, Lidia. Situações curiosas e excitantes estão prestes a acontecer, já que, de forma surpreendente, um rapaz aparece trazendo mistério...