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Safira

— Vamos, Safira! Todo mundo vai conhecer o novo bar do centro.

— Desculpe, amiga, eu preciso terminar este trabalho. Prometi ao meu professor que ajudaria — respondo, tentando suavizar a recusa.

— Ai, que saco! Você passa o dia todo na faculdade, à noite precisamos nos divertir — ela retruca, fazendo um bico, claramente desapontada.

Desde que minha mãe morreu naquele dia, meu pai não viu mais sentido em continuarmos no Japão, então passamos o restante daquele ano nos organizando para a mudança e Grazi foi uma amiga, confidente e parceira constante desde então.

Mas logo depois que chegamos ao Brasil, meu pai também ficou doente, mas foram anos de luta até que no último ano ele se foi. Quando ele morreu, me senti completamente sozinha, mesmo tendo minha tia e meu primo eles ficaram no Japão. Ela sempre foi um apoio importante, mas também tinha sua própria vida e responsabilidades. Com o vazio que ficou, encontrei refúgio nos estudos.

Dediquei-me de corpo e alma e, eventualmente, consegui uma bolsa para dançar em uma das maiores escolas de dança de São Paulo. Hoje, estou no meu primeiro ano de curso, e ser bolsista não é apenas um privilégio, é uma responsabilidade que eu levo muito a sério. Dou 110% de mim em cada aula, em cada ensaio, em cada movimento. Quero provar que mereço estar aqui, que todo o sacrifício vale a pena.

Por isso, faço o máximo para participar das atividades recreativas dentro da escola mesmo. Evito ao máximo gastar o dinheiro da bolsa com coisas supérfluas. Eu sei o quanto foi difícil chegar até aqui, e não quero desperdiçar nenhuma oportunidade. Cada escolha é pensada, cada passo é dado com cuidado, porque não posso me dar ao luxo de errar. Afinal, tudo que eu tenho agora são os meus sonhos e essa chance de fazê-los se tornarem realidade.

Sinto muitas saudades da minha tia e do meu primo Samir. Apesar da diferença de idade de quinze anos, sempre mantemos contato, atualizando um ao outro sobre nossas vidas. Grazi é maravilhosa, mas às vezes sinto falta das conversas longas e do apoio que Samir sempre me deu. Talvez, algum dia, ele decida vir para cá, e poderemos estar juntos novamente como antes.

— Vamos, Safira, por favor! A gente volta antes da meia-noite. Só vamos ver uns gatinhos e beber umas cervejas — Grazi insiste, seus olhos brilhando com aquele entusiasmo contagiante que só ela tem.

— Ai, que chata você — digo, sorrindo enquanto finjo relutar. — Desisto, porque se eu não for, você não vai me deixar em paz.

Grazi vibra, já pegando a bolsa e me puxando pela mão, como se tivesse acabado de vencer a maior batalha do dia. Eu rio e sigo com ela, meio a contragosto, mas sabendo que vai ser divertido no final. Ela sempre sabe como me arrancar da rotina, e talvez, hoje, uma noite de risadas e distrações seja exatamente o que eu preciso.

Enquanto seguimos em direção ao bar, percebo que, por mais que eu tenha tarefas a cumprir e responsabilidades a atender, esses momentos de leveza e amizade são preciosos.

Min Yoongi

Agarro o telefone com força, sentindo a tensão subir enquanto escuto o Conselheiro da máfia do outro lado da linha. O nome dele não importa, apenas a informação que ele está me passando. Namjoon deveria estar voltando para o apartamento que estamos usando como base, mas ao invés disso, conseguiu uma pista sobre o filho da puta que estamos caçando desde a Colômbia.

— Yoongi, o puto postou nas redes sociais que estava em um bar no centro. É muito burro mesmo se achou que se esconderia atrás de um nome falso. Os soldados vão levar cerca de 10 minutos para chegar até lá, e você levará 7, mas por favor, espere nossos homens chegarem antes de fazer qualquer coisa. Queremos esse maldito vivo.

Set Me FreeOnde histórias criam vida. Descubra agora