12 de abril de 1912

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Sexta-Feira, 12 de abril de 1912. Terceiro dia de travessia e o RMS Titanic se movia majestoso para oeste em sua velocidade máxima de 21 nós sobre as ondulações do Oceano Atlântico, sentido à cidade de Nova Iorque, onde deveria chegar nas primeiras horas da manhã da quarta-feira, dia 17 de abril.

 O dia amanhecera ensolarado, porém o vento que soprava era frio, fazendo muitos passageiros preferirem permanecer no interior aquecido da embarcação. O Oceano Atlântico estava calmo e sem problemas, mas em contradição à calmaria aparente, os os primeiros avisos sobre presença de gelo chegavam na Ponte de Comando. Os avisos vinham de outras embarcações, dentre elas o RMS Olympic, que atravessavam o Atlântico. No entanto, estes avisos foram descartados pela tripulação, que ignorantemente acreditava que o Titanic seria capaz de passar por qualquer obstáculo que aparecesse em seu caminho. Duas noites depois, pagariam pelas consequências da pior forma. 

 Alheios do perigo que se avizinhava, o clima a bordo era de descontração e confraternização. A festa que aconteceria no Salão Comum da Terceira Classe ao entardecer daquele dia era a prova da felicidade que seus passageiros sentiam de estarem indo viver uma vida melhor em terras estadunidenses.

 Para Natália, foi um dia comum igual aos outros. Maçante, chato,  fastidioso e tudo que havia de negativo para resumir como eram seus dias. Natália não recordava qual a última vez que sentiu felicidade genuína. Sua infância vivendo no Palácio Beloselsky-Belozersky, na capital do Império Russo, São Petersburgo, foi feliz e cheio de momentos bons ao lado da irmã mais nova. As duas Grã- Duquesas Natália e Yelena eram gentis, amorosas e carinhosas com todos à sua volta. Eram descritas pelos funcionários do Palácio Beloselsky-Belozersky como "Sôlnichko", porque ambas quando eram garotinhas emitiam uma felicidade que as fazia reluzir com o Sol. Elas eram as estrelinhas amadas por todos os funcionários, desde os responsáveis da limpeza e da cozinha até o mordomo de seu pai e as damas de companhia de sua mãe. 

 Mas bastou Natália completar doze anos para que tudo mudasse. A garota de cabelos ruivos e olhos verdes que antes era feliz, se tornou melancólica, uma mudança gradativa e percebida por todos à sua volta, mas seus pais não viam isso ou ao menos fingiam não ver para não admitirem sua culpa nisso tudo. 

 Quando seu corpo começou a mudar, a mãe Melina a fez usar espartilho pela primeira vez, o que era desconfortável e a dificultava de respirar. Ainda aos doze, sua primeira menstruação veio e Natália foi separada de Yelena, com quem dividia o quarto até então, e passou a dormir sozinha em outro quarto, pois sua mãe dizia que ela já era uma moça e não podia mais dormir com uma criança. Aos catorze, seu pai Alexei começou a falar de casamento e aos dezesseis, foi apresentada pelos pais à alta nobreza russa e à possíveis pretendentes no Baile Anual das Debutantes, evento o qual os jovens da nobreza que haviam completado dezesseis anos, eram apresentados à sociedade russa e possíveis planos de casamento começavam a ser feitos pelas famílias como forma de coalizão de poder e de fortuna. Foi no Baile Anual das Debutantes no verão de 1911 em que Natália conheceu Dreykov, um velho diplomata, Duque de não sei o quê, de quem ficou noiva em novembro do mesmo ano, quando completou dezessete. 

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⏰ Última atualização: Aug 29 ⏰

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