Beatriz foi mãe muito jovem e passou a vida se dedicando a sua filha. Devido seu histórico familiar complicado, decidiu se manter distante de todo e qualquer relacionamento amoroso. Tem alcançado seu objetivo com êxito, mas o garoto de intenso olhos...
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Não consigo conter o sorriso.
Estou sentado na cama de Bia, observando ela trocar de roupa porque vamos jantar na casa de Hellen.
É um momento simples. Não tem nada demais, mas mexe comigo. Estamos... Ficando, eu acho que esse é o termo correto. Enfim, estamos ficando há cinco meses e é bom, na verdade é incrível.
Praticamente construímos uma rotina. Nos vemos algumas noites por semana, quase sempre aos finais de semana. As vezes passamos o fim de semana em algum resort ou pousada, cozinhamos juntos, maratonamos séries. E já saímos para o trabalho juntos tantas vezes que ela nem tem mais vergonha de se trocar na minha frente. Eu lembro daquela vez que sua mãe chegou e ela foi se trocar no banheiro meio envergonhada, mas agora simplesmente não se importa.
— Por que tá sorrindo assim? — Pergunta, me olhando com curiosidade.
Pisco os olhos, percebendo que agora ela está parada ao meu lado.
Sorrio e passo os braços por sua cintura, puxando-a para meu colo. Ri e tenta se levantar, reclamando que vou amassar seu vestido.
Deixo um selinho em seus lábios.
Meu peito se aquece e quase, por muito pouco, falo que estou apaixonado por ela.
O sentimento dobrou, triplicou, cresceu de maneira exponencial. Está cada dia mais forte. Intenso. Incontrolável. Reprimir está cada dia mais difícil. Os momentos em que preciso conter as palavras são cada dia mais comuns.
Eu amo essa mulher.
Eu a amo com todo o meu ser.
Mas não posso falar isso para ela. Corro o risco de perder isso que temos. Eu só preciso ser paciente, já conquistei sua atenção, algo que achava impossível, com um pouco de paciência consigo conquistar seu coração. Não é um desejo tão doido assim, é?
— Tudo bem? — Passa os dedos nas minhas sobrancelhas e percebo que estão erguidas.
— Tudo — sorrio e deixo mais um selinho em seus lábios. — Vamos?
Assente e levantamos.
Descemos juntos para o estacionamento e suspiro frustrado quando entro no meu carro e ela no dela.
Queria que pudéssemos ir juntos, queria chegar lá de mãos dadas com ela. Poder abraçá-la, beijá-la a vontade na frente de todos. Acho que estou ficando cansado de esconder isso.
Estaciono no o carro do lado oposto do prédio quase ao mesmo tempo que Beatriz.
— GUSTOSO! — O grito vem da maluca saindo do carro alguns metros a frente do meu.
Letty e eu nos cumprimentamos com um abraço e atravessamos a rua, a garota maluca grita animada ao ver Bia vir ao nosso encontro e se joga em cima dela, igual fez comigo. As duas quase caem e não seguro a risada.
