❝Eu não sou desses que implora pra voltar
Eu não sou desses que demora a superar
'Cê vai fazer amor de lá e eu de cá
E numa dessa o coração pode voar
E aí? Quer terminar mesmo assim?❞
-E AÍ? | Luan Santana
Ana Flávia Castela se formou em jornalismo...
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A Gabi e o Murilo acabaram de ir embora. Eu e Ana ficamos conversando sobre músicas até o momento em que ela também decidiu ir embora.
—Tenho que ir, meu horário de almoço vai terminar.
—Não pode ir agora! Tenho que te mostrar uma letra.
—Gustavo, tenho que voltar ao trabalho.— rebate.
—Aposto que não foi trabalhar pela manhã, não faz diferença se atrasar alguns minutos.
Ela abriu a boca pra me responder, mas antes que falasse alguma coisa, agarrei sua mão e a fiz me seguir até o pequeno estúdio de música no meu apartamento.
—O que quer me mostrar?
Peguei um papel com a composição inacabada e lhe entreguei.
—Uau, isso 'tá muito bom! Você que escreveu?
—Sim, 'tá duvidando da minha capacidade de escrita? — a provoquei.
—Não, é que tem muito sentimento nisso.— fala impressionada. —Essa música deveria existir quando terminei meu último relacionamento. Foi exatamente assim...
—Quer falar sobre isso?— perguntei vendo a morena ficar pensativa.
—Foi bobagem. Claro, uma pena ter acabado de uma forma tão trágica, por conta das festas e baladas que ele ia, me senti num esquema ou algo assim. Me entreguei mais do que deveria.
—Sinto muito.
—Ninguém morreu pra você sentir pena de mim, Gustavo. Aliás, já superei isso faz tempo e isso me fez lembrar de quem eu realmente sou.
Sorri sem mostrar os dentes e comecei a me questionar se deveria perguntar sobre mais cedo.
—Eu realmente tenho que ir...— ela diz caminhando até a maçaneta da porta do estúdio.
—Antes de ir, tenho que perguntar um coisa.— me aproximei do seu corpo.
Ela assentiu, como se desse permissão para minha pergunta.
—Ficou brava pelo que aconteceu hoje no avião?
—Não...
—Então porque foi embora sem se despedir?
—Eu... eu acho errado, você é praticamente meu chefe, pode me mandar embora da turnê a qualquer momento e...
—Nós dois sabemos que não tem nada haver.
—Ah, Gustavo, por favor, não faça as coisas mais difíceis. Nos conhecemos a uma semana.
—Aposto que já beijou pessoas que conheceu na mesma noite.— rebati e a encurralei, deixando ela entre meus braços, que estavam apoiados na parede.
