JEONG YUNHO
Yunho respirou profundamente quando despertou do sono profundo, e devagarinho foi recobrando a consciência, se lembrando aos poucos da noite anterior. Ainda de olhos fechados, sentia um toque suave ao longo de sua espinha, que descia lentamente até o fim de suas costas nuas e nádegas quase expostas por não estarem bem cobertas pelo lençol. Ouviu uma risada nasalada assim que seu corpo arrepiou dos pés a cabeça, e então sentiu seu coração acelerar, se lembrando que a noite anterior não havia sido um sonho. Mingi estava mesmo ali.
— Você acordou antes de mim? Isso é um milagre... — a voz sonolenta de Yunho ecoou no quarto e abriu os olhos, vendo Mingi deitado de lado na cama, com a cabeça apoiada na mão e o cotovelo no colchão.
— Bom dia pra você também, raio de Sol. — Mingi brincou e Yunho riu, aproveitando pra se espreguiçar a se emaranhar junto ao corpo de Mingi com certa preguiça. Não demorou muito para que Mingi abrisse os braços, e então logo se encostou mais a ele.
— Bom dia... — disse meio preguiçoso, enroscando os braços no pescoço de Song. Ouviu ele rir baixinho e se aconchegou ao corpo dele, tentando se esquentar. — Como você deixou toda essa claridade entrar no quarto? Isso deveria ser crime.— brincou e voltou a fechar os olhos, logo sentindo Mingi puxar o edredom na ponta da cama para cobrir seus corpos.
— Acabei de acordar, e estava admirando você dormir. Se eu fechasse a cortina ia ficar escuro demais pra ver você. — ele se justificou e Yunho riu nasalado. Em seguida logo abriu os olhos, ajeitando a cabeça no mesmo travesseiro que Song usava, deixando seus rostos perto o suficiente ao sentirem a respiração um do outro.
— Então você está inocentado. — Yunho disse baixinho, formando um biquinho nos lábios que logo foi desmanchado quando sentiu Song selar o mesmo.
— Quem faz bico pede beijo! — Mingi brincou e ambos riram juntos.
— Aé? — Yunho riu, fazendo outro biquinho com os lábios.
— É! Aqui mais outro! — Mingi disse, e Yunho riu quando sentiu ele mais uma vez encostar seus lábios, agora num selar mais longo.
— Podemos ficar assim o dia inteiro? — perguntou baixinho assim que as risadas cessaram, encontrando seu olhar com o de Song quando nas entrelinhas procurava uma mínima afirmação, mas nem foi necessário procurar muito, pois a resposta fora dada na lata.
— A vida inteira, se você quiser. — Mingi afirmou sem titubear, e Yunho abaixou os olhos para o peito do rapaz, não sabendo como reagir com a sinceridade de outro e em meio ao embasbacar do seu coração.
Definitivamente estava grato por Mingi estar desde o início deixando claro quais eram as intenções que ele tinha quando voltaram a sair, mas Yunho sentia em um pedaço do seu coração que ainda não estava pronto para encarar mais uma vez a ansiedade de estar dentro do rótulo de ser "o noivo interesseiro do grande, rico e famoso Song Mingi". Ou agora de voltar a ser o atual, que há meses atrás foi ex-noivo. Não sabia se estava pronto ainda para lidar com todos os olhares em sua figura novamente, justamente agora que sua vida estava voltando aos eixos.
— Min... — tentou, mas logo sentiu a mão de Song em seu queixo, obrigando-lhe a voltar os olhos para ele.
— Ei, não. Não precisa explicar ou dizer nada, eu já sei, e está tudo bem.— ele disse baixo e Yunho negou com a cabeça, afastando um pouco o rosto.
— Eu não quero que pense que estou usando você. — Yunho disse e se levantou da cama, recolhendo a sua cueca no chão e vestindo-a. — Tivemos um jantar incrível, os beijos são incríveis e o sexo também, mas Min, eu não queria rotular a gente à algo tão cedo assim. — foi sincero, vendo Mingi assentir com a cabeça e se levantar da cama também. Estava odiando cada segundo por não conseguir ler a mente dele.
— Ei, ei! Eu não estou pensando isso! Realmente está tudo bem! — Mingi disse, negando com a cabeça. — Olha, Yun. A única coisa que eu mais quero nesse momento é estar com você! — e então viu ele vestir as próprias roupas também. — Não me importa se seremos amigos coloridos, ficantes premium... — e então Yunho de repente gargalhou com a sugestão do rapaz, ficando surpreso com o termo.
— Ficante premium? — Yunho riu, pegando a calça de moletom no chão e vestiu-a.
— Sim, ué! — Mingi riu. — É quando a pessoa que a gente fica é nosso único parceiro. Seja sexual, só pra dar rolê ou uns beijinhos. — Mingi explicou e Yunho riu, negando com a cabeça. — Mas é sério, Yun. Passamos por infernos antes de estarmos aqui, no agora. E depois de tudo isso, a única coisa que me importa é estar com você, e em paz. — Mingi disse devagar e Yunho o olhou nos olhos, assentindo com a cabeça devagar. — Não importa qual seja sua escolha, ainda estarei aqui quando decidir, e mesmo depois de decidir, ainda estarei aqui. Minha ligação com você é maior do que qualquer coisa, e não importa o que ela seja, eu vou continuar amando e respeitando você. Sempre. — ele disse e Yunho, vidrado nos olhos de Song, apenas assentiu com a cabeça, se sentindo um pouco estranho, como um comichão¹ no peito.
A droga de seu peito amava Mingi, mas o sentimento de insegurança que estava sentindo naquele exato segundo assombrava seu peito quando pensava em dar uns passos a mais, pois ainda sentia estar pisando em ovos. Achava que estaria pronto depois de meses se preparando pra algo que ainda nem sabia o que era, mas o jeito que seu corpo reagiu em meio a taquicardia e suor nas mãos, sabia que ainda não era a hora. Mas isso não significava que queria Mingi longe de sua vida, muito pelo contrário.
— Fica mais um pouco. Tome café da manhã comigo e depois você vai. — disse baixo, encarando o rosto de Song, vendo as íris escuras se iluminarem com seu pedido.
— Eu adoraria, Yun. — Mingi sorriu pequeno, e então Yunho sorriu junto, assentindo com a cabeça.
¹ comichar: provocar comichão; coçar.
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LOYALTY II - O passado fica para trás
FanfictionLivro 2 da saga Loyalty Meses após o escândalo de assumirem o relacionamento para a imprensa, todos os olhares estavam em Mingi e Yunho mais uma vez. Em uma nova fase de suas vidas, decidiram juntos esquecer o passado e superar cada momento doloro...