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NA PRIMEIRA vez que Félix abre os olhos, tudo está muito claro, ele pisca suavemente para se acostumar com a luz, sua cabeça lateja dolorosamente, mas é uma batalha difícil, logo seus olhos se fecham novamente.
Na segunda vez que acorda, está mais alerta, ouvindo o bip da máquina registrando seus sinais vitais. Quando Félix levanta a mão, ele vê a linha intravenosa ali. Félix tenta falar, mas sua língua está pesada, ele não consegue formular nenhuma palavra e mal registra o sussurro suave em seu ouvido.
— Oi, amor. — diz uma voz suave, sentindo o calor dos lábios que deixam um beijo em sua têmpora. — Você pode me ouvir?
Félix tenta falar novamente, mas apenas alguns ruídos saem de seus lábios, então ele se contenta em balançar a cabeça.
— Está tudo bem, não se preocupe. — outra voz fala, o ômega se vira levemente para ver outro homem, encostado na parede. — Durma um pouco, na próxima vez que você acordar, tudo estará melhor.
Félix quer discutir, perguntar como chegou aqui, quem são esses homens, mas não consegue. A voz que o alfa usou foi clara, um comando para seu ômega, então ele apenas fecha os olhos e o sono invade seus sentidos.
Na terceira vez que Félix acorda, ele se sente melhor, sua cabeça e seus olhos não doem mais por causa da luz, mas sua garganta está seca, então suas primeiras palavras são para pedir água.
— Beba, querido. — diz uma voz terna. Félix olha para cima e vê seu Hyunwoo, suas mãos tremem enquanto ele pega o copo de plástico, mas Félix corre para beber seu conteúdo.
Quando Lee termina, seu alfa acaricia as costas de sua mão e Félix se deita na cama. Hyunwoo sorri para ele e Félix espelha o gesto, eles se olham por mais um tempo. O ômega ainda está cansado, mas se sente seguro ao lado de seu alfa. Embora Félix se pergunte onde estão os outros dois, algo aconteceu com eles?
A porta do quarto se abre e tira os dois da bolha. Hyeon e Hyunjin rapidamente se aproximam de seu ômega e beijam suas bochechas. Félix solta uma pequena risadinha que se transforma em suspiro quando Hyunjin morde sua marca de acasalamento. O ômega fecha os olhos e ao abri-los novamente sente-se tonto, mas também mais leve, como se tudo estivesse resolvido, como se o que faltava tivesse sido completado.
— Idiota. — Hyeon rosna para seu irmão e o puxa para longe de seu ômega. — Seu corpo ainda está fraco. Você poderia ter induzido uma queda.
— Meu. — Hyunjin rosna. — Meu ômega.
O alfa tem olhos negros, seu olhar flutuando entre o irmão e o ômega de aparência perdida, mas um sorriso bobo pinta suas feições. Esse é o ômega de Hyunjin, o ômega que ele pensava ter perdido, com quem perdeu a conexão. Ele não ia deixar ninguém separá-los, seria a sombra do homenzinho, não o perderia de vista.
