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    Eu matei minha mãe

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    Eu matei minha mãe.

    Porra.. eu estava parada, a duas horas desde que havia assassinado minha mãe, o que eu ia fazer, como ia explicar isso para a policia?

    Eu só conseguia pensar que eu não estava triste, não estava com remorso. Minhas mãos estavam ensanguentadas, sei que meu pai deve estar totalmente desapontado comigo, mas eu estava feliz, nunca me senti tão feliz quanto eu estava me sentindo agora.

    Sentada no pé da escada onde eu havia acabado de esfaquear minha mãe, eu olhava para o corpo dela estirado no chão, os olhos dela entreabertos e a boca ressecada, o rosto coberto pelo seu sangue.

    Levantei-me e fui direto para o banheiro tomar um banho, fiquei por uns 15 minutos encostada na parede fria vendo o sangue escorrer pelo meu corpo, sentindo a água quente queimar minha pele.

    Depois de ficar 1 hora debaixo do chuveiro e vestir uma blusa moletom junto a uma calça branca, coloquei minha roupa suja em uma mochila e voltei para sala, olhei mais uma vez para o corpo da minha mãe, pensei que quando eu voltasse para sala, por alguma razão ela iria estar viva, me sentia livre agora.

— Adiós mamá — Queria sentir o remorso a dor em minha voz, por ter acabado de matar minha mãe, mas minha voz saiu apenas com um alívio — Descansa en paz.

    Com uma última olhada em seu corpo estirado no chão da sala, eu caminhei em direção a porta, alguém iria achá-la alguma hora, e não iria levar muito tempo para as suspeitas virem até mim.

    Minha mãe costumava ser uma ótima mãe, até 2 anos atrás, quando ela virou uma bêbada desmiolada que me agredia com um chicote quando eu lavava um prato errado, ou quando deixava minha cama desarrumada.

    Sei que meu pai deve estar desapontado comigo, mas sei que ele está mais desapontado com ela.

    Parei no ponto de ônibus e só então peguei meu celular, e disquei o numero do meu irmão, quase nunca nos falamos, ele foi embora assim que meu pai morreu, ele costumava brigar diariamente com a minha mãe então, nos afastamos também.

    Ele atendeu no segundo toque da ligação.

— Oi Catherine — Fiquei em silêncio quando ouvi a voz dele, sinceramente, não esperava que ele fosse atender.
    Fui direto ao assunto, sem muita enrolação.

— Eu matei a mamãe — Disse e foi a vez dele ficar em silêncio, tive que tirar o celular da orelha para ver se ele não tinha desligado a ligação.

— Vem para minha casa Mia — Ele me chamou pelo apelido que me deu, depois de anos me chamando de Catherine — Agora.

    E então ele desligou. Ele nunca me chamou pelo apelido, não desde que saiu da casa de nossa mãe.

    Eu contei para ele porque esperava que quando contasse a alguém a sensação de culpa me dominasse, mas nada aconteceu, absolutamente nada, não a remorso, sem dor.

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⏰ Última atualização: Nov 10 ⏰

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Sweet Devil {em correção}Onde histórias criam vida. Descubra agora