**Disclaimer: A descrição a seguir é uma peça de ficção criada para fins de entretenimento e não deve ser interpretada como um guia para comportamentos inapropriados.**
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Por:"Aom"
**O Peso do Tempo: Entre Férias e Reflexões**
Já se passavam duas semanas desde que P'Fah, minha irmã mais velha, me deu férias. Na verdade, um ano sabático. E, para ser sincera, eu já estava entediada. Ela tinha razão; durante muito tempo, vivi a vida dela, girando ao redor de suas necessidades e vontades. Agora, sem essa rotina para me ancorar, eu estava perdida. Pintar e rearranjar os móveis no meu apartamento já não trazia mais a satisfação inicial, e a sensação de estar à deriva só aumentava. O silêncio do meu apartamento se tornava opressivo, e eu me sentia sufocada por uma falta de propósito que nunca havia experimentado antes.
Sentada no sofá da sala, o olhar perdido nas paredes recém-pintadas, minhas mãos acariciavam uma almofada de veludo enquanto minha mente se afogava em lembranças. Aos poucos, os ecos do passado começaram a preencher o vazio.
**Flashback: O Começo da Devoção**
Eu tinha seis anos quando nosso pai morreu. Engfa, minha P'Fah, tinha apenas nove, mas naquela época já era mais mãe do que irmã para mim. Aquele dia específico ficou gravado em minha memória, como se fosse ontem.
Eu estava sentada em um banco na diretoria da escola, esperando que nossa mãe viesse me buscar. As lágrimas escorriam silenciosamente pelo meu rosto, meu corpo pequeno tremendo com o choro contido. Eu não reclamava, não fazia barulho. Apenas esperava, sozinha, enquanto o peso da perda se instalava no meu peito.
De repente, ouvi passos apressados ecoando pelo corredor. Levantei o olhar e lá estava Engfa, toda suada, o cabelo grudado na testa, o uniforme da escola levemente amarrotado. Ela tinha vindo correndo da escola dela, que ficava distante da minha.
"Nong Aom, meu bebê, desculpa o atraso!" Engfa falou ofegante, mas com um sorriso que parecia iluminar o corredor. A visão dela me trouxe um alívio imediato, e o aperto no peito diminuiu um pouco. "Você chorou, não foi? Não vai ganhar o que eu trouxe se continuar assim," ela brincou, tentando me distrair.
Eu não consegui evitar; o sorriso dela era contagiante. De repente, o mundo não parecia tão assustador com Engfa ao meu lado. Aquele momento, simples e banal para qualquer outra pessoa, foi a semente da devoção que cresceria em meu coração nos anos seguintes.
**Flashback: Formatura e Ausências**
Anos depois, aos 21 anos, na formatura da faculdade no Canadá, essa devoção foi testada. Era um dia importante, e eu estava nervosa porque seria a oradora da turma. Minha mãe e meu padrasto disseram que não poderiam estar presentes. Engfa estava em viagem pela Europa, ainda no começo de sua carreira como DJ.
Eu estava com um nó na garganta, lutando contra as lágrimas enquanto colocava a beca. Tirei uma pequena foto do meu pai da bolsa, uma lembrança que sempre carregava comigo nos momentos importantes. "Papai, o senhor está feliz por mim? Sinto sua falta! Me ajuda? Desta vez, eu não tenho Engfa por perto..." Murmurei, beijando a foto antes de guardá-la no bolso.
Com um fio de esperança, olhei para a plateia, procurando algum rosto familiar, mas não vi ninguém. Quando a professora se aproximou, ajeitando minha beca, disse: "Aom, agora é sua hora. Está pronta?"
Eu forcei um sorriso, balancei a cabeça afirmativamente e subi ao palco. Mas assim que olhei para a plateia, meu coração parou. Lá, no meio da multidão, estavam Engfa, Pich, e Faye, todas lindas e sorrindo para mim. Eu travei por um momento, incapaz de iniciar o discurso. Engfa, percebendo meu nervosismo, fez um gesto sutil, apontando para a própria boca como se dissesse: "Vai, fala, Aom."
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Englot - De repente casadas
FanfictionDe Repente Casadas No mundo onde os contratos ditam os destinos e as alianças são forjadas por conveniência, o amor surge nos lugares mais improváveis. "De Repente Casadas" nos leva à vida de Engfa Waraha, uma DJ tailandesa que vive no Brasil, e Cha...