Marlene estava indo se encontrar com seu lufano favorito quando ouviu de uma das salas um surto bem conhecido. Torceu o nariz e titubeou boas vezes antes de ceder ao impulso de se intrometer e sair como ruim novamente.
Revirou os olhos ao ver Dália tentar empurrar um armário no chão.
— Alô, estressadinha, está grudado no chão – Avisou impaciente, e Dália voltou os olhos enraivecidos para ela. Ótimo, se fosse grosseira Marlene devolveria em dobro. – Mas você é ótima em desperdiçar energia no lugar errado mesmo, continue aí!
Dália sacudiu como quem está com problemas na respiração, mas ao invés de destilar veneno em Marlene, como era hábito, ela desabou de joelhos e desengatou um choro horroroso.
Merlin, como Marlene odiava ver gente que não gostava chorar! Era horrível se apiedar de alguém, porque a pessoa quase sempre merecia o sofrimento e ela ficava com ódio de si mesma por ter se preocupado depois.
— Por Deus, não é possível que esteja remoendo desde ontem, você sempre consegue jogar a culpa em alguém! – A loira se aproximou ainda assim, bufando ao se sentar ao lado daquela garota intriguista. Já criara uma couraça em seu coração, não seria nem minimamente gentil. – Vai, fala logo.
Dália pensou que Marlene era ridícula por achar que ela lhe contaria qualquer coisa, visto o quanto a achava patética, mas sua boca falou por si, mesmo não querendo:
— Ela foi horrível! Ela falou coisas horríveis, jogou na minha cara que aquela sonsa da Mary...
— Ai, cale a boca – Qualquer tipo de piedade se foi. – Eu sabia que não devia ter entrado!
Ia se levantar, mas Dália tentou puxar o ar e o nariz estava trancado, então crispou os lábios e lhe deu um lenço.
— A Malfoy é uma vadia desde sempre, e você burra como é não duvido que fosse fazer o que ela quisesse...
— Ela não quis – Dália lamentou, e a cara de Marlene foi de nojo e indignação.
— Não acredito que chegou a oferecer!
Dália soltou uma lamúria.
— Ela não quis – Repetiu, soluçando novamente. - Não quis nada, falou como se fosse uma maldição me aturar e como se eu não fosse fiel a nada.
Marlene riu seca.
— E é?
Os olhos de Dália a olharam furiosos, mas as lágrimas escorreram e tornou a chorar.
— Sou! Aquela sonsa que me largou pelo idiota do Fenwick, um sonso que não diz nem sim nem não, carente, estúpido! Você acha que eu ia ficar lambendo ela igual você faz por...
— Ela foi amaldiçoada, retardada! Fizeram a cabeça dela ficar um caco, só por ser nascida-trouxa, ela chora até hoje, e você não fazia um pingo de esforço para focar nela, sempre assim, nojenta e venenosa, ela ia continuar do seu lado para quê? TODO mundo via o quanto ela estava doente, e foi o Benjy que a acolheu, tem dois anos já que ele vai ajudando mais do que você ajudou a vida inteira...
— Bom! Então Roxanne estava certa – Dália jogou os braços, exasperando-se, esperando que a outra negasse. – E pelo menos ela ser amaldiçoada a fez se afastar de mim!
— É, estava certa! – Retrucou inflexível, ignorando o ódio pela atual de Sirius. – Espantoso que você foi capaz até de trazer uma qualidade naquela víbora, de tão nojenta que você é.
— Ora, você...
— Olhe que engraçado, uma elitista prefere defender uma nascida-trouxa a ter você de aliada!
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Sirius Black e Roxanne Malfoy
Fiksi PenggemarLilian olhava Roxanne atentamente enquanto esta esperava Sirius descer, curiosa. Elas nunca tinham se dado bem, entretanto, ao ver os cantos dos lábios da sonserina retorcerem em um pequeno e discreto sorriso, Lilian sentiu que, talvez, ela valesse...