Capítulo 19: A Verdade Revelada

2 0 0
                                    

O som do despertador soou estridente e cruel, interrompendo um sono perturbado e inquieto. Eu me sentei na cama, o corpo pesado e o espírito mais cansado do que nunca. Os sonhos haviam sido uma mistura de flashes confusos e imagens distorcidas, intercalados com momentos de clareza aterrorizante. A sensação de que algo estava prestes a acontecer, algo que poderia mudar tudo, estava se tornando uma constante em minha mente.

Levantei-me e fui para o banheiro, tentando me recompor. O espelho refletia uma versão cansada de mim mesmo, com olheiras profundas e uma expressão de desespero contido. Havia algo no ar, uma tensão palpável que eu não conseguia ignorar. As recentes descobertas sobre Anna, Miller e Gray haviam criado uma rede complexa de mistério e medo, e eu estava no meio dela, tentando juntar as peças.

Preparei um café forte, na esperança de que a cafeína pudesse ajudar a clarear a mente. Enquanto bebia, olhei para os documentos espalhados pela mesa. A carta de Jonathan Gray mencionava algo chamado "Experimento de Controle da Mente", e a referência a mim como uma "peça chave" era inquietante. O que eles estavam tentando alcançar e qual era a minha verdadeira ligação com isso?

A luz da manhã entrou pela janela, e eu decidi que precisava ir ao fundo das coisas. Precisava falar com alguém que pudesse me dar mais informações sobre Jonathan Gray e sua conexão com os casos recentes. Fui até a delegacia, com a mente repleta de perguntas e uma sensação crescente de urgência.

Ao chegar, encontrei Turner e Clara em uma reunião com alguns outros detetives. A expressão de Turner era tensa, e Clara estava concentrada, com papéis e gráficos espalhados pela mesa. Quando entrei, a conversa cessou, e todos os olhares se voltaram para mim.

— Preciso mostrar algo importante para vocês — disse eu, tentando manter a calma.

Coloquei sobre a mesa os documentos e a carta que havia encontrado. Turner franziu a testa ao ler as cartas, enquanto Clara estudava os papéis com atenção. A sala estava em silêncio enquanto eles absorviam as informações.

— Jonathan Gray parece ter estado muito envolvido em experimentos psicológicos obscuros — disse Clara, finalmente. — Se isso está relacionado aos crimes, precisamos entender exatamente o que ele estava tentando realizar.

— Precisamos encontrar Jonathan Gray — completou Turner. — E precisamos fazer isso rapidamente. Se ele está de alguma forma envolvido ou se tem alguma informação sobre o que está acontecendo, ele pode ser a chave para resolvermos esse caso.

— Concordo — respondi. — Mas onde podemos encontrá-lo? A última vez que ouvi falar dele, ele havia desaparecido sem deixar rastros.

— Deixe-me verificar alguns registros — disse Turner. — Pode haver algo que perdemos ou uma pista que nos ajude a localizá-lo.

Enquanto Turner se dirigia ao seu computador, Clara e eu conversávamos sobre a próxima etapa. O fato de que Gray estava envolvido em experimentos de controle da mente e que Anna estava ligada a isso tornava a situação ainda mais complexa. Precisávamos de mais informações sobre Gray, e isso significava explorar todos os caminhos possíveis.

Turner voltou com uma expressão de determinação.

— Encontrei um possível endereço — disse ele. — Parece que ele pode ter se refugiado em uma casa de campo fora da cidade. Vamos lá agora.

Partimos em direção à casa de campo, um local isolado e cercado por uma floresta densa. O caminho até lá era tortuoso, e o ambiente ao redor parecia carregado de uma sensação de desolação. A casa era antiga e parecia ter sido abandonada por um bom tempo. O telhado estava coberto de musgo e as janelas estavam empoeiradas e quebradas.

Quando entramos, o interior estava em um estado de abandono total. Poeira cobria tudo, e o cheiro de mofo e deterioração era forte. Exploramos a casa com cuidado, procurando qualquer sinal de que Gray ainda estava lá.

Foi Clara quem encontrou algo. No sótão, atrás de uma parede falsa, havia uma série de documentos e equipamentos. Era um laboratório improvisado, cheio de anotações e equipamentos que indicavam experimentos psicológicos. Entre os papéis, havia um diário que parecia pertencer a Gray.

Clara começou a folhear o diário, e suas expressões mudavam conforme lia. Finalmente, ela olhou para mim e Turner, com uma expressão de choque e realização.

— Este diário detalha os experimentos de Gray — disse Clara. — E há uma entrada que menciona um "projeto final", algo que estava planejado para ser o clímax dos experimentos. E o mais perturbador, ele menciona um "último teste" envolvendo uma pessoa com uma capacidade excepcional para resistir à manipulação psicológica. Jack, isso pode estar diretamente relacionado a você.

As palavras de Clara ecoaram em minha mente. O "último teste" poderia significar que eu era a peça central em um experimento cruel e sádico. A conexão entre Gray, Miller e os crimes estava começando a se formar em uma imagem mais clara, mas a verdade ainda parecia distante e nebulosa.

— Precisamos descobrir o que exatamente eles estavam tentando alcançar — disse Turner. — E por que você está no centro disso tudo.

JACK CARTEROnde histórias criam vida. Descubra agora