Atenção taradas(os): contém conteúdo explicito.
Assim que abro a porta de casa, sou recebida por um silêncio quase ensurdecedor. A ausência do barulho habitual dos passos dos meus pais no corredor e o som reconfortante das conversas animadas na sala de estar logo pesou em meus ombros. A casa, normalmente cheia de vida, agora parecia desprovida de qualquer calor, como se estivesse mergulhada em uma espécie de letargia. Cada passo que eu dava ecoava pelo ambiente vazio, reforçando a sensação de solidão que começava a se instalar em meu peito.
Ao fechar a porta, solto um suspiro profundo, sentindo a leve pressão no peito aumentar. Paro por um momento na entrada da sala, esperando ouvir algo, qualquer coisa, que indicasse que eles estavam em casa. Esperava a voz da minha mãe me chamando ou o barulho da porta do quarto deles se abrindo. Era estranho estar sozinha.
De alguma forma, sempre contava com a presença acolhedora dos meus pais, prontos para me perguntar sobre o dia ou simplesmente estarem ali, para encher o espaço com uma familiaridade reconfortante. Mas, naquele momento, a ausência deles parecia destacar o tamanho da casa, cada canto que antes parecia familiar, agora parecia vasto e desabitado.
Caminho lentamente para a cozinha, onde costumava encontrar a minha mãe preparando algo, ou o meu pai se apresentando para ajudar. Ao entrar na cozinha, a luz suave do jardim que entrava pelas janelas iluminava o espaço de maneira reconfortante, mas não o suficiente para afastar a sensação de solidão que me envolvia.
O ambiente estava vazio, sem nenhum sinal aparente de que alguém havia passado por aqui recentemente. Sobre a bancada de mármore branco, havia um bilhete, escrito com a caligrafia apressada, mas ainda assim cuidadosa, de minha mãe.
"Fomos ao mercado comprar algumas coisas para a semana. Voltamos logo. Jimin passará para fazer companhia a você assim que sair do trabalho! Beijos, mamãe e papai."
Permaneço ali, parada, encarando as palavras no papel, sentindo o vazio ao meu redor se intensificar. Por mais simples que fosse o conteúdo do bilhete, ele carregava consigo um peso inesperado. Sempre soube que, em algum momento, ficaria sozinha em casa, mas nunca imaginaria que a sensação seria absurdamente desconcertante.
O silêncio agora parecia opressor, e a ausência física dos pais criava uma lacuna que eu não sabia como preencher. Depois do que aconteceu naquela praia, eu esperava encontrar com os meus pais e receber um pouco de apoio, mesmo que não fosse contar a eles sobre o que aconteceu entre mim e Jungkook, respeitando a posição dele.
Sinto um aperto no coração, imaginando o sorriso acolhedor que receberia de minha mãe e o abraço caloroso do meu pai, que sempre me faziam sentir que estava exatamente onde deveria estar. Era tudo perfeito com eles. O contraste com a realidade fria e vazia ao meu redor fez-me perceber o quanto dependia desses pequenos gestos diários, desses momentos de rotina que, de repente, pareciam muito essenciais.
Observo o relógio na parede, e o tique-taque constante parece ecoar a inquietação que a consome. A casa está muito silenciosa, exceto pelo leve zumbido da geladeira. Abro a geladeira, tirando uma maçã e a seguro com as duas mãos, mas não a como. Meu olhar está distante, perdido em pensamentos confusos. Coloco a maçã de volta na fruteira e fecho a geladeira, tentando ignorar a sensação de claustrofobia que me envolve. Acho que eu estou exagerando. Eles apenas foram ao mercado, e logo estarão de volta. Não deveria me sentir assim. Estou vivendo apenas um breve intervalo sem eles. Mas, mesmo assim, sinto uma falta imensa deles. A casa parece fria e sem vida sem a presença deles.
Eu sabia que era apenas uma questão de tempo até Jimin chegar, e a ideia de ter sua companhia aliviava um pouco o peso em meu coração. Jimin sempre conseguiu fazer-me rir, sempre sabia o que dizer para afastar qualquer sombra de tristeza. Com um suspiro, caminho para a sala de estar novamente, sentando-me no sofá. Abraço uma das almofadas com certa força, sentindo o vazio da casa intensificar os pensamentos que eu vinha tentando evitar desde o momento em que saí do carro de Jungkook.
VOCÊ ESTÁ LENDO
BLOOD SAMPLE | JK + Tae + S/N
RomanceAos 21 anos, recém-formada em jornalismo, S/N recebe um convite de sua emissora para realizar uma entrevista com Kim Taehyung, o mafioso mais procurado pela polícia internacional. Pressionada a aceitar, S/N embarca nessa aventura, mas isso acaba mud...