The Real Gold

Nem todo inicio é facil

.
.
.
.
.
.
.
.

A vida era feita de escolhas, e Rosamaria Montibeller sabia muito bem disso; ainda mais sendo uma atleta no auge de sua carreira com 34 anos prestes a disputar sua terceira olimpiada. Desta vez o Brasil era o favorito a ouro, e suas chances de ganhar eram quase que certas; levando em consideração a nova convocação feita por Zé Roberto para a posição de levantadora. S/N Bianchi Albuquerque, ou só S/N e até mesmo somente Albuquerque; como era chamada por seus fãs. S/N tinha 24 anos, completaria 25 naquele mesmo ano ao final dele; ela havia iniciado sua vida profissional no vôlei com 22 anos o que pode ser considerado tarde para muitas pessoas mas ela conseguiu provar que tudo era questão de esforço e vontade. Tanto que em um ano ela já havia conseguido entrar para o maior clube de vôlei do Brasil, o Minas e não demorou para que suas habilidades ficassem ainda mais em evidencia, Ze Roberto acompanhou a jovem de perto e trouxe ela para a seleção feminina de vôlei a pouco mais de 1 ano. E sem duvida alguma, S/N foi responsável pelo titulo do Brasil na VNL e no Mundial, aonde também se consagrou como a melhor levantadora do mundo.

E era justamente ela que estava fazendo Rosamaria não saber escolher.

Ela não sabia se era a risada de S/N, o sorriso torto e leve quando uma jogada sua dava certo ou até mesmo os olhos castanho esverdeados que faziam Rosa se arrepiar inteira quando a olhava. Rosa não sabia explicar, desde que S/N entrou para a seleção a aproximação das duas foi quase que imediata; S/N com seu jeito tímido e atrapalhado, mas ao mesmo tempo brincalhão encantou Rosa de primeira. E mesmo que a diferença de idade entre elas fosse de 10 anos, S/N transparecia muita maturidade para sua idade, além do seu corpo definido e escultural que fazia Rosamaria esquentar em poucos segundos.

Era evidente que entre as duas rolava muito mais que uma amizade de melhores amigas; tanto que o restante do time brincava frequentemente com um possível romance entre elas. Mas Rosamaria não poderia, afinal ela ainda se encontrava numa relação para la de conturbada com Cristal.

Mas S/N a fazia se sentir de uma forma que Rosa não saberia descrever, e a levantadora ao menos precisava se esforçar para isso. Mas Rosa sentia que se não tomasse uma decisão logo, acabaria perdendo S/N. Bom era o que Rosa pensava enquanto observava ao longe S/N conversar animadamente com Maeva da seleção francesa, Maeva tocava excessivamente em S/N o que deixava a Oposta com vontade de ir la e puxar S/N para longe, mas ela se continha somente encarando a situação. Mal sabia Rosamaria, que enquanto Maeva deixava claro suas intenções; S/N desejava ao máximo que fosse Rosamaria finalmente lhe dando uma chance.

- As vezes você poderia disfarçar não é, Montibeller? - A oposta arregalou seus olhos e olhou para tras, encontrando Roberta; sua melhor amiga e confidente.

- Disfarçar o que, Roberta? Não estou fazendo nada.

A levantadora riu se aproximando da amiga.

- Você sabe que não precisa fingir quando esta so comigo, ou você acha que eu não notei seus olhares pra S/N? Na verdade, vocês estão nesse chove e não molha desde que ela entrou pra seleção ne? - Roberta olhou para S/N e não conseguiu deixar de sorrir quando viu a mais nova abrir um sorriso enquanto falava animada sobre algo com a francesa.

Rosamaria ficou em silencio enquanto encarava Roberta. Sabia que mesmo que tentasse esconder até de si mesma seus próprios sentimentos, Roberta a conhecia o suficiente pra saber que a oposta estava em um turbilhão de sentimentos.

- Eu estou com a Cristal, Ro.

- Ta com ela? Vocês voltaram de novo, afinal? - Rosa suspirou apenas concordando com a cabeça. - Isso não é saudável, Rosa! Vocês estão assim desde do que? Tokyo 2020? E agora a gente ta aqui, nas olimpiadas de 2028 em los angeles e você ainda nesse relacionamento que não tem futuro.