Louise se maquiava no mesmo tempo que uma tonelada de assuntos saia de sua boca. Ela é mais do que tagarela, é inquieta, não consegue ficar parada por um instante. Gosto disso nela, pois é em nossas conversas que me livro das decisões que muitas vezes preciso tomar.
— Você acha que ficou forte demais? — questiona, formando uma interrogação em seu rosto, à medida que se inclina em minha direção para que eu possa observar melhor a situação.
— Não, está maravilhosa — de fato, a garota é a pessoa que mais maquia bem na face da terra, ou pelo menos, eu acho isso.
— Hora, Emma, não seja falsa, pois se eu sair por ai feito uma palhaça, eu mato você – diz, empurrando o meu ombro com delicadeza.
— Essa produção toda ai é para você mesmo ou para um certo alguém — diminuo os olhos, curiosa, queria muito que admitisse logo que estava apaixonada por Luiz.
— Então, enquanto a ele... – relaxou os ombros, pensando no que vai falar enquanto morde os lábios.
Em um ato de ansiedade, arrumo a coluna e fixo o olhar bem na garota a frente, por que saísse uma coisa ruim em relação a ele, eu iria caça-lo e fazer se arrepender de ter machucado justamente a minha amiga. A minha única amiga.
— Ele o que? — interrogo, querendo uma resposta o quanto antes.
— Me pediu em namoro – ao instante que ela completou a frase, tive que tampar a boca para não esboçar uma gargalhada, pois a face que se encontra perante a mim, aparenta está bem seria – Emma! – reclama, batendo as mãos nas pernas, um pouco insatisfeita com a minha reação.
— Desculpa – fingi arrependimento. – Mas isso é realmente sério?
Embora visse os dois saindo diariamente, o motivo qual já era de se esperar essa notícia, ela não deixa de ser impactante, porque estamos falando de duas pessoas que nunca se apaixonaram na vida, e justo elas, estão entrando em um relacionamento juntos? Principalmente, Luiz! O cara trocava de ficante toda semana.
— Por que não seria? — Minha amiga cruza os braços, erguendo a sobrancelha.
— Por nada — digo, mostrando as palmas das mãos, em minha defesa. — E você aceitou? — agora é a minha vez de levantar as sobrancelhas.
— É ai que está o problema... — soltou o ar que prendia no peito.
— Você ainda não respondeu se aceita a ele, não é mesmo? — Leio a sua expressão.
— Não — negou com a cabeça.
— Está em dúvida com os seus sentimentos. Viu que não era só sexo casual?
Nesse instante o meu cérebro quase vai ao colapso, pois todas aquelas falas dela de ser apenas sexo era o que me sustentava na tese de que todas as minhas reações em relação a Dylan era apenas pela adrenalina do corpo. Era apenas o meu corpo repleto de desejo e não a minha alma perdida novamente nos sonhos deleitosos que tenho com o rapaz, aquele que anos atrás me apaixonei e me sentia amada. Meu estômago embrulhou, porque por mais que estivesse tudo certo entre mim e ele, havia a possibilidade de dar errado, pois experiência com isso eu tenho de sobra.
— Eu posso estar apaixonada — não diz isso com muito orgulho.
— O que sente quando está perto dele? — tento analisar.
— Eu quero ficar perto dele, eu gosto de está com ele, e o pior de tudo, eu senti borboletas na barriga – se deita no colchonete.
— Então, o que vai responder?
— Eu não sei – agarra um travesseiro e cobre o seu rosto.
— Opa, vai estragar a sua maquiagem — pego no objeto e puxo a sua mão para ela ficar sentada novamente. — Você vai achar uma resposta, tenho certeza disso.
— Como? — questiona curiosa, como se eu já soubesse a resposta.
— Siga seu coração — e finalmente exponho a frase mais clichê da vida, aquela que é falada justamente para as pessoas que não sabem dar conselhos amorosos.
— Está bem — confirma com a cabeça, decidida em seguir o que falei — Você também deve fazer o mesmo —completa, pegando em minha mão, como se agora eu quem estivesse precisando da frase.
— A minha situação é bem mais complicada, as vezes em que segui o coração eu me ferrei várias vezes pela mesma pessoa – respondo, envergonhada, enquanto mexia no colar em meu pescoço.
— Agora ele está com você, não?
— Sinceramente eu não sei por quanto tempo. Por mais que ele fale do sentimento que tem por mim, é difícil acreditar totalmente, mesmo que sinta verdade em suas falas.
— Gosta do Dylan a quanto tempo? — franze o cenho.
— Essa história é muito longa, vou lhe contar tudo. Começou em um natal...
***
As árvores balançavam suavemente à minha frente, como se dançassem ao ritmo de uma brisa invisível. O verde vibrante de suas folhas era tão hipnotizante, tão envolvente, que eu não pude resistir à vontade de capturar aquele instante. Senti uma obrigação quase sagrada de registrar a beleza daquele cenário. Com um suspiro de admiração, puxei o celular do bolso e comecei a fotografar a paisagem que se estendia diante de mim. A cada clique, o verde parecia mais intenso, mais vivo, como se a natureza estivesse posando para mim. Então, para minha surpresa, um sorriso com covinhas, tão familiar e querido, apareceu na tela da câmera, refletindo a luz suave do ambiente. Meu coração se aqueceu, e um sorriso largo e sincero brotou em meus lábios enquanto guardava o celular de volta em seu lugar. Naquele momento, o simples ato de capturar uma imagem se transformou em algo muito mais profundo...
— Trouxe algo especial para você — disse ele com um sorriso tímido, enquanto uma delicada flor deslizava de trás de seu corpo, como se fosse um segredo revelado.
— Obrigada, Dylan!— exclamei, surpresa e tocada pela gentileza inesperada. Minhas bochechas rapidamente adquiriram um tom rosado, denunciando o efeito que aquele gesto simples, mas cheio de significado, teve sobre mim. Peguei a rosa com cuidado, levando-a ao rosto para apreciar seu perfume doce e suave. Enquanto isso, observei Dylan, que ainda carregava o peso do machucado no pé, uma lembrança constante de suas recentes frustrações.
— Como está o seu dia?— perguntei, tentando aliviar a tensão com uma conversa leve.
— A melhor parte está sendo agora, porque o resto tem sido um desastre completo!— Ele admitiu, com um sorriso que não disfarçava a melancolia em seus olhos. Eu sabia bem o motivo de sua frustração, ele havia perdido a maioria dos jogos, preso àquela lesão que o impedia de fazer o que mais amava. Competir.
— Você vai se recuperar logo — disse, tentando infundir um pouco de esperança em suas palavras.
— Mas a competição já terá acabado...— respondeu ele, desanimado, a voz carregada de tristeza.
—Bom... sempre haverá outros jogos — murmurei, dando de ombros enquanto, sem pensar, entrelacei meus dedos nos dele, buscando transmitir conforto através do toque.
Dylan, com um suspiro profundo, mordeu o lábio antes de confessar, quase em um sussurro:
— Você nem imagina a vontade que estou agora de beijá-la — Seu desejo, tão suavemente expresso, fez meu coração bater mais forte, criando um instante suspenso entre nós.
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Capítulo leve para equilibrar com o próximo kkkkk pequeno spoiler. Boa noite florzinhaaas!!!
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Não Somos Irmãos
Teen FictionEmma, aos 10 anos de idade, nutre sentimentos pelo filho da melhor amiga de sua mãe. Porém, o mesmo a rejeita na época, por considera-la uma irmã. Eles crescem no meio de muitas brigas e confusões, até que Emma começa a sair e conhecer outros garot...