Why'd You Only Call Me When You're High? - Winrina

capítulo unico.

Oii docinhos, oneshot quentinho pra vocês, Boa leitura!!! 💕

O relógio marcava 2:47 da manhã, e Minjeong estava perdida em seus próprios pensamentos enquanto vagava pela cidade iluminada. As ruas eram um borrão de luzes e sombras, misturando-se com as lembranças dispersas da noite que acabara de viver. Havia algo de incrivelmente atraente na cidade à noite, uma sensação de liberdade que só o escuro podia proporcionar, onde ninguém era realmente o que parecia e onde as máscaras se tornavam irrelevantes.

Minjeong estava sozinha, mas não se sentia exatamente solitária. Havia uma diferença sutil entre as duas coisas, embora ultimamente ela não conseguisse distinguir claramente qual era qual. O álcool pulsava em suas veias, aquecendo seu corpo e sua mente, tornando tudo mais suportável e, ao mesmo tempo, mais confuso. Era como se todas as suas inibições tivessem desaparecido, deixando apenas a necessidade crua e primordial de preencher o vazio que a consumia por dentro.

Ela tropeçou em seus próprios pés, cambaleando levemente, e riu sozinha. Aquilo era ridículo. Ela estava ridícula. Mas isso não importava, não naquela hora da madrugada, não com as luzes da cidade como suas únicas testemunhas. As ruas estavam praticamente desertas, exceto por alguns carros que passavam apressados, indiferentes à sua presença.

Minjeong finalmente parou em frente a um bar que estava fechando. As portas estavam semiabertas, e os últimos frequentadores estavam sendo gentilmente empurrados para fora pelo segurança. Ela observou a cena por um momento, sentindo uma estranha afinidade com aquelas pessoas, todos tão perdidos quanto ela, buscando algo que provavelmente nunca encontrariam.

Foi então que seu telefone vibrou no bolso, trazendo-a de volta ao presente. Ela tirou o aparelho, os olhos semicerrados para se concentrar na tela que brilhava intensamente. As notificações acumuladas de mensagens ignoradas não a interessavam. Apenas uma coisa a fazia querer usar o telefone naquele momento, e seus dedos, quase automaticamente, encontraram o nome que parecia sempre pairar em sua mente quando estava naquela situação Karina.

Minjeong hesitou por um momento antes de pressionar o nome. Ela sabia que Karina estava dormindo. Sabia que a ligação provavelmente não seria bem recebida. Mas havia algo nela, algo sobre Karina, que a fazia ignorar todas as suas reservas, todas as suas dúvidas. Karina era como um farol em meio à escuridão que a rodeava, e mesmo que ela soubesse que a luz era perigosa, não conseguia resistir à tentação de se aproximar.

O telefone tocou uma, duas, três vezes antes de finalmente ser atendido. Minjeong quase conseguiu visualizar a expressão de Karina ao ver o nome dela piscando na tela, um misto de cansaço e frustração. A voz de Karina soou do outro lado, fria e direta, como se já soubesse o que estava por vir.

— Por que você só me liga quando tá bêbada, Minjeong?

As palavras de Karina eram como um golpe, cortantes e carregadas de uma verdade desconfortável. minjeong mordeu o lábio, sentindo o peso da acusação. Ela não tinha uma resposta adequada, porque sabia que Karina estava certa. Mas mesmo assim, a necessidade de ouvir a voz dela, de sentir a conexão que parecia esvanecer a cada dia que passava, era forte demais para ser ignorada.

— Eu só... eu só queria te ver, Karina  Senti sua falta.

A resposta foi quase patética, até para os próprios ouvidos de Minjeong. Era uma tentativa fraca de justificar o injustificável, de tentar transformar seus impulsos em algo mais aceitável. Do outro lado da linha, Karina suspirou, uma longa e pesada respiração que indicava seu cansaço com aquela situação repetitiva.

—Você não sente minha falta, Minjeong. Você só tá sozinha e bêbada.

Minjeong fechou os olhos, sentindo a pontada de verdade nas palavras de Karina. Aquilo doía, porque ela sabia que era verdade. Ela estava sozinha. Sempre estava, mesmo cercada de pessoas, mesmo em meio às festas e à euforia. E Karina... Karina era a única que parecia entender isso, a única que não se deixava enganar pela fachada que Minjeong erguia para o mundo.