Não acredito que caí em mais um dos joguinhos de Zac?
Estava em um momento vulnerável e ele se aproveitou disso para me zoar mais uma vez e eu permiti.
Devo mesmo ser uma idiota!
Depois que Zac me deixou feito uma palhaça na cozinha, subi correndo para meu quarto. Ainda tentava assimilar o que acontecera. Por um minuto, ele estava me abraçando e sentia suas mãos grandes e quentes em minhas costas. Depois, achei que ele fosse me beijar e confesso que até ansiava por isso, mas no minuto seguinte ele agira friamente como se nada tivesse acontecido. Talvez para ele realmente não seja nada.
Me joguei em minha cama e enterrei o rosto no travesseiro para abafar meu grito de raiva.
Óbvio que ele não iria me beijar, como o mesmo já me dissera, não fazia seu tipo. Aquela cena toda na cozinha era apenas mais uma de suas brincadeirinhas.
Cretino!
Aquele dia estava sendo péssimo desde cedo, acordei no sofá sentindo um aperto no peito, como se tivesse uma pata de elefante ali me esmagando e impedindo que respirasse direito. Angustiada e inquieta, resolvi pegar o carro e dirigir um pouco, acabei indo até o cemitério onde meus pais estavam sepultados. Chorei ajoelhada diante de suas lápides por horas, tomada por um misto de sentimentos, mas o maior de todos ainda era a saudade. Se eles estivessem vivos, hoje seria um dia alegre.
Minha mãe me acordaria entrando em meu quarto carregando uma bandeja repleta de tudo que eu mais gostava de comer no café da manhã. Meu pai estaria ao seu lado carregando um buquê de margaridas. Eles cantariam parabéns e diriam que organizaram alguma viagem ou uma festa, ou ambos. Betty chegaria mais tarde, alegre e vibrante. Ela adorava aniversários e fazia deles um grande evento todos os anos. Em algum momento antes da meia-noite, meu pai e eu teríamos a nossa tradicional dança ao som de The Way You Look Tonight. Mas eles não estavam mais aqui e, para completar, fora feita de boba por Zac, mas isso não ficaria assim.
Acabei adormecendo e, quando acordei, o sol já estava se pondo, deixando o quarto numa espécie de penumbra. Levantei e olhei as horas e já se aproximavam das oito da noite, a barra de notificações do celular indicava terem novas mensagens. Todas de Zac.
"Oi, me desculpe. Hoje é seu aniversário e tudo que fiz foi agir feito um babaca."
"Sei que você não quer comemorar, mas pensei em me redimir fazendo um jantar especial."
"O que acha?"
Depois de um tempo sem respostas minhas, ele continuou enviando mensagens.
"Você prefere frango ou carne?"
"Carne, então."
"Te espero no terraço às 20h"
Pois que fique me esperando, idiota!
Rumei para o banheiro na intenção de tomar um banho relaxante para voltar a dormir quando uma ideia surgiu em minha mente.
Encarava meu reflexo no espelho. Hoje, ele iria se arrepender de todas aquelas brincadeirinhas.
— Vamos ver se eu realmente não faço seu tipo.
Lavei, esfolei, depilei e hidratei toda minha pele.
Sempre fora muito vaidosa e gostava de me cuidar, mas devido aos últimos acontecimentos me deixara um pouco de lado.
Estava na frente do espelho finalizando meus cachos, decidi prendê-los em um semi preso e ficara perfeito. Fui para meu closet procurar o que vestir. A noite parecia estar agradável, então optei por um vestido verde menta que ia até a altura dos tornozelos. Ele tinha alcinhas bem fininhas que se cruzavam na parte de trás, deixando meus ombros e costas à mostra.
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I'll Stand By You
RomanceMadison é uma jovem universitária que tem seus pais brutalmente assassinados no que parecia ser um atentado. Depois disso ela se vê mergulhada em um pesadelo. A polícia parece não ter novas pistas, mas ela não desiste de descobrir o que aconteceu. A...