Àquela altura do campeonato Seungcheol já encontrava-se tremendo de puro nervosismo, em sua mente nada se passava, a única coisa que rodava naquela cabecinha apaixonada era a letra e a melodia da música que havia passado a manhã e a tarde inteira ensaiando, naquele dia absolutamente nada poderia dar errado, não havia tempo para erros. Os dedos compridos de do rapaz de cabelos negros batucavam sem parar na superfície do violão escuro que repousava em seu colo, estava nervoso, seus lábios se moviam silenciosamente, cantando a música mentalmente para ter certeza de que a letra permanecia fresca em sua memória.
E naquele momento tenso, tudo o que músico podia fazer era permanecer ali enquanto olhava as gotas de chuva baterem contra a janela de sua pequena cozinha, escorregando rapidamente pelo vidro em um movimento repetitivo e que só deixava o rapaz ainda mais ansioso, o mundo praticamente desmoronava lá fora mas ele tinha que fazer aquilo, era agora ou nunca.
Sem muito pensar — ciente de que se cogitasse pensar, desistiria na hora —, Choi apanhou o celular e discou rapidamente um número bem conhecido por si, o número que sempre que aparecia na tela touch de seu celular lhe arrancava um sorriso de imediato. Jeonghan demorou alguns poucos instantes para atender, mas ainda assim atendeu.
— Cheol? — questionou ao que alguns instantes se passaram e seu amigo/ficante nada disse. - Achei que ligaria ma...
— Está em casa?
— Estou sim. Por que? — novamente perguntou ao mais velho. Do outro lado da linha Jeonghan franzia as sobrancelhas de forma curiosa enquanto passava as mãos entre os próprios fios e bagunçando-os, uma mania que tinha desde criança.
Ao obter a resposta do mais baixo, Seungcheol não pode evitar ficar ainda mais nervoso, era agora, aquele era o momento!
Os dedos do moreno pressionavam o celular deixando claro tamanho nervosismo do mesmo, colocava tanta força no aperto que seus dedos adquiriram uma coloração avermelhada, mas que importância aquilo tinha? Não tinha, por isso o estudante de música não se importou.
— Posso ir aí? Eu tenho uma coisa para te mostrar. — novamente, Jeonghan do outro lado da linha ficou confuso, mas não hesitou em concordar e com isso, desligar o telefone.
O Yoon adorava dias chuvosos, eram dias perfeitos para sentar no sofá e ler um bom livro, ou até mesmo deitar-se para assistir um seriado besta, era uma das coisas que mais gostava de fazer, isso quando não estava com o rapaz de fios negros, claro.
Naquele dia, o estudante de arquitetura aproveitou que não havia aula na faculdade para ficar jogado no sofá enquanto assistia um dos seus filmes favoritos, High School Musical, adorava aquele musical mas não admitia nem mesmo sob tortura. Segundo ele mesmo, se algum dia admitisse em voz alta sobre gostar daquela trilogia todos iriam descobrir seu lado boiola, o que era inadmissível, apenas Choi Seungcheol podia conhecer aquele lado, e olhe lá!
Já estava prestes a chorar com o Troy e a Gabriela cantando I gotta go my own way quando felizmente foi salvo por sua campainha tocando e ciente de quem era, tratou de desligar a tv, se levantar e correr até a entrada de sua casa. Assim que abriu a porta, um Seungcheol completamente encharcado por causa da chuva entrou em sua casa de supetão, largando o violão — bem protegido pela capa impermeável — e o capacete da moto em um lugar qualquer enquanto abraçava a si mesmo em uma falha tentativa de se esquentar.
— Garoto? Como você... por que não veio de táxi? Olhe só para você. — Jeonghan resmungou fechando a porta e indo em direção ao outro.
O mais velho já estava na sala, livrando-se de suas roupas molhadas sem se importar com sua nudez, não era como se ambos já não tivessem mais que acostumados a ver um ao outro sem vestimentas. O Yoon nada disse, apenas correu até seu quarto pegando as únicas peças de roupa que provavelmente caberia no maior, as de futebol, apanhou um conjunto qualquer e correu de volta para a sala jogando as peças no outro.
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Hero ↳ Jeongcheol [csc+yjh]
FanfictionDecidido a pedir seu ficante em namoro, Seungcheol aparece na casa de Jeonghan no meio de uma tempestade com o coração aberto e seu violão na mão, disposto a colocar para fora em forma de canção todos aqueles sentimentos que não conseguia dizer.