𝗦𝘁𝘂𝗯𝗯𝗼𝗿𝗻 𝗯𝗼𝘆 | Chanmin

𝐎𝐧𝐞

ALGO que Seungmin mais odiava no mundo era forçar suas articulações e suar como um porco. Ele detestava o cheiro acre do suor, a sensação desagradável de seu cabelo ficar oleoso e a forma como o uniforme da escola — um short azul e uma camiseta branca com bordados azuis — grudava em sua pele, incomodando-o como se milhares de agulhas perfurassem sua derme sensível, que facilmente se manchava de vermelho.

— Vamos lá, Senhor Kim! Largue essa moleza! — bradava o professor de educação física, observando o aluno, apelidado de "nerdola" pelos colegas, esforçando-se para completar sua primeira volta ao redor da quadra. Todos os outros já haviam terminado as três voltas, mas parecia que ele mal conseguia cobrir metade do trajeto. Os colegas suspiravam, alguns entediados, outros frustrados; assistir aquela "lesma humana" correr era quase doloroso.

— Professor Park, desista! Esse aí é um caso perdido — bufou Soyeon, que, como o resto da turma, proferia xingamentos e comentários impiedosos sobre a lentidão de Kim.

— Não! Ele vai aprender na marra o que são exercícios físicos! E vocês, todos calados! — rebateu o professor. O comando foi recebido com bufos e suspiros dos alunos, espalhados pelos bancos e pelo chão da quadra, com pernas cruzadas ou esticadas, em posturas de total desinteresse.

Seungmin, finalmente, chegou até onde o professor Park estava, completando sua primeira volta com passos pesados e descoordenados. Grudou as mãos nos joelhos e respirou fundo, sentindo-se à beira de um colapso — sua cabeça rodava e o peito queimava, como se estivesse à beira de morrer de exaustão ou desidratação. Estava ofegante, suado, fedorento, e, o pior de tudo, suas roupas pareciam se fundir à sua pele como espinhos.

— Bom trabalho, Senhor Kim — o professor disse, exageradamente animado. — Pela primeira vez, conseguiu dar uma volta completa sem desmaiar no início! — Seu tom era de um orgulho desmedido, como se Kim tivesse acabado de ganhar uma medalha de ouro olímpica.

— E-eu acho que vou desmaiar ou... — Kim murmurou, com o rosto pálido e suando em bicas, ameaçando vomitar. O professor Park deu um passo para trás rapidamente, evitando qualquer possível resíduo nojento, mas a náusea era apenas uma onda momentânea.

— Senhor Kim, você tem que preparar seu corpo. Você é um garoto saudável e bonito, e... — Uma risada alta e estridente cortou o ar, chamando a atenção de todos. Park e Kim se voltaram na direção do som, Kim ainda ofegante, os pulmões queimando como se estivesse subindo uma montanha íngreme sem fim. Seus olhos se estreitaram ao reconhecer o dono da risada: Christopher Bang, o atleta mais popular da escola.

— Ah... desculpe, professor — disse Christopher entre risos.

— Posso saber o motivo da risada, Senhor Bang? — o professor perguntou, com uma expressão de aborrecimento, recebendo uma risadinha desdenhosa em resposta.

Os olhos negros de Christopher escorregaram do rosto do professor para o de Seungmin, que estava coberto de suor, com o cabelo castanho grudado na testa e óculos grandes, com lentes embaçadas. Um sorriso malicioso tomou conta dos lábios do atleta.

— Acho que temos um cachorrinho magricela prestes a morrer por correr um pequeno espaço — disse Christopher, passando a língua pelos lábios carnudos, mantendo aquele sorriso irritante. — Tome cuidado, senão os ossos frágeis do cachorrinho podem fazer "CLACK!" — A turma riu em coro, alimentando a diversão sádica de Christopher. Ele adorava ver o "nerdola" se encolher como um filhote indefeso.

— Chega de seus comentários maldosos, Chris! — o professor suspirou, lançando um olhar preocupado para Seungmin, cuja cabeça estava baixa. Sempre era assim, pobre garoto. Mas ninguém sabia que Seungmin não abaixava a cabeça de tristeza; ele estava se controlando para não xingar o cretino que fazia aquelas piadas escrotas e desnecessárias. Ele estava prestes a explodir como uma bomba-relógio, e era melhor que aquele atleta com cara de bonitão se preparasse. — Vamos lá, todos para a quadra! Hoje é dia de queimada! — Park ordenou. Alguns alunos resmungaram, enquanto outros exibiam sorrisos de antecipação. Seungmin apenas suspirou. Ele odiava queimada!

Nos jogos de queimada, o resultado era sempre o mesmo: ele tropeçava, caía no chão e era acertado na cara, como se todos descarregassem toda a raiva em cima dele. Seus colegas faziam piadas cruéis sobre sua incapacidade de desviar ou arremessar uma bola. Ele sonhava em poder mandá-los se foderem todos.

Já estavam devidamente divididos na quadra, cada grupo com cerca de 10 jogadores, todos em suas posições, prontos para o início da rodada.

— 3, 2, 1! — o professor assoprou o apito, que soou estridente pelo ginásio. Os corpos dos alunos começaram a se mover com intensidade, olhos brilhando com fúria e determinação para eliminar os jogadores adversários.

Seungmin, por sua vez, desviava das bolas sempre que vinham em sua direção. Ele poderia ser péssimo lançando ou agarrando, mas era excelente em esquivar. Depois de tantas boladas na cara, aprendera a sobreviver naquele ambiente hostil. Os minutos passaram, e os jogadores de ambos os times foram eliminados um a um, até restarem apenas dois: Bangchan, de um lado, e Seungmin, do outro. Ambos estavam suados e exaustos, especialmente Seungmin.

Christopher tinha um sorriso malicioso nos lábios, os olhos fixos no rosto suado e ofegante de Seungmin, o "nerdola" da sala. Ele era uma presa fácil, uma fonte inesgotável de risadas para o atleta.

— Ei! — chamou Bangchan para o Professor Park. — Acho melhor trocar o cachorrinho magricela; ele pode desmaiar com a bolada que eu der — passou a língua nos lábios, contendo uma risada prestes a escapar. — Acho que o cachorrinho magricela também preferiria isso. — Seu olhar desdenhoso se fixou no rosto de Seungmin.

— Hm... voc... — Seungmin o interrompeu.

— EI, BANGCHAN! QUAL É O SEU PROBLEMA COMIGO, SEU 'PORRINHA!? — gritou Seungmin, pegando a bola de queimada a seus pés e mirando com toda a fúria do mundo em Christopher. Ele tomou impulso e lançou a bola com toda a sua força, mas a bola não alcançou velocidade suficiente para atingir o alvo, e Christopher riu ainda mais.

— Acho que isso prova o que eu disse sobre a princesa magricela — provocou Christopher, lançando um olhar para o professor, que segurava a testa, envergonhado pelo fracasso do aluno em esportes. A turma inteira riu de Seungmin, que se sentiu o centro das chacotas. Aquele maldito ainda iria pagar por isso!

— Senhor Kim, troque de lugar com outro colega — ordenou o professor. Seungmin, de cabeça baixa, deixou a quadra sob olhares de deboche e risadas nada discretas. Ele apertou os punhos e mordeu a ponta da língua. Christopher iria se arrepender. Um dia, ele iria se ajoelhar e pedir perdão.

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Continua...