21.

51 11 5
                                    

—Cara, vira essa porra de controle para o outro lado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

—Cara, vira essa porra de controle para o outro lado. — Georg exclama sentado no sofá com uma perna cruzada sobre a outra, tentando não ser atingido por Gustav e suas mãos agitadas.

—É só não ficar tão perto de mim. Eu estou jogando, caralho. — O baixinho diz irritado, sem tirar os olhos da televisão.

Estamos enfurnados no apartamento de Georg há oito horas. E até agora não fizemos absolutamente nada que fosse útil. A sala de estar está virada do avesso, com latas de cerveja jogadas pelos cantos, caixas vazias de comida chinesa, e revistas adultas que Georg pensou que seria o máximo nos mostrar. Não sei bem o motivo de estarmos juntos o dia todo, talvez os garotos tenham programado algo para fazermos durante a noite, mas para ser bem honesto, estou torcendo para que não seja nada disso.

Minha mente esteve vaga durante todo esse tempo em que estivemos juntos conversando, e suspeito de que isso esteja começando a estressar meus amigos, porque com certeza está incomodando a mim mesmo.

—Aí, Tom. Tem certeza de que Bill não vem? — O mais velho pergunta.

Estou tão lesado que preciso de alguns segundos para entender a pergunta de Georg. Mas assim que o faço, nego com a cabeça.

—Problemas. — Digo apenas isso, e é o suficiente para que o rapaz entenda o que estou querendo dizer.

Estou sentado no chão, com minhas costas grudadas no sofá, próximo aos pés de Gustav. Minha atenção está toda para a televisão, por mais que eu sinta que não estou realmente concentrado no que está acontecendo ali.

Bill chegou da Alemanha há dois dias, mas é como se meu irmão ainda estivesse lá. Ele está a todo momento fazendo ligações com nossa mãe, e assinando papéis como um empresário. Não me arrisco em perguntar do que se trata, porque acabaria tendo que ajudar com tudo, e infelizmente não sou o gêmeo resolvedor de problemas. E algo me diz que tudo isso tem a ver com Rolf. Então para prezar a sanidade de todos, é melhor que eu não me intrometa.

E por mais que seja óbvio que nossas questões familiares me afligem, desconfio que não seja apenas isso que anda me perturbando e me fazendo parecer um fantasma enquanto converso com os meus amigos.

A maldita Zoe Fischer.

Faz apenas um dia que não a vejo.

Um.
Dia.

E é isso o que preciso para não conseguir viver sem ser intoxicado pela saudade de estar com ela.

Porra. O que estou dizendo?

Não estou com saudade dela. Não mesmo.

Ou estou?
Não. Não estou.

Talvez eu já esteja sentindo falta de nossas conversas sem sentido, ou de como eu me sinto capaz de ser alguém melhor quando estou com ela. Não costumo ter isso com outras garotas e gosto de saber que encontrei esse refúgio em Zoe. Mas é apenas isso. Somente isso. As vezes sinto que meu corpo gosta da incerteza que ela me proporciona, e também da sensação de que posso estar salvando a vida dela. Droga, tenho medo de que essa situação toda esteja apenas massageando meu ego no final das contas.

sua mente obscura - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora