FESTA NA FAVELA

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A tarde estava terminando e o sol se escondia atrás das montanhas que cercavam a favela. O morro estava fervoroso com a notícia que Diego e seus homens haviam espalhado. FESTA NA FAVELA. Cartazes espalhados por toda parte prometiam celebrar o sucesso em impedir a invasão da Polícia Federal. Diego, com um sorriso satisfeito, dirigia-se às ruas, cercado por cinco de seus soldados.

Cheiroso, conhecido pela sua incrível habilidade de cheirar muita cocaína.

Furacão, o incansável provocador de caos.

Morcego, o mestre das vidas noturnas.

Sabonete, ágil e liso em cada movimento.

Gato Preto, o responsável por tirar vida das pessoas de forma simples.

Com megafones em mãos, Diego e seus soldados percorriam os becos e vielas, chamando a atenção dos moradores. Diego erguia o megafone e gritava: — A festa vai ser grande hoje! É noite de comemorar nossa vitória e mostrar a todos que o morro é invencível! Vamos fazer essa festa ecoar pela cidade! — Ele anunciava enquanto Cheiroso e Sabonete davam tiros para o alto.

As ruas estavam cheias de pessoas ansiosas, enquanto Cheiroso e Furacão ajudavam a montar o local da festa. Morcego e Sabonete garantiam que a segurança estivesse em ordem, e Gato Preto espalhava a notícia para que ninguém perdesse o evento.

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O sol ainda mal havia despontado no horizonte quando três carros pretos e discretos estacionaram em frente à luxuosa mansão de Stella. As luzes suaves da manhã refletiam na fachada moderna da casa, mas dentro dos veículos, a atmosfera era sombria e carregada de tensão. Os agentes da Polícia Federal sabiam que carregavam consigo uma notícia que devastaria aquela família para sempre.

O líder da equipe, um homem robusto com traços de cansaço e gravidade no rosto, saiu do carro primeiro, ajeitando seu terno escuro como se estivesse se preparando para uma tarefa dolorosa. Atrás dele, dois outros agentes, com expressões igualmente sérias, seguiram seus passos em direção à porta principal. Eles não precisaram tocar a campainha; Rubens, sempre atento, já estava à porta, pressentindo que algo terrível estava por vir.

— Posso ajudá-los? — Rubens perguntou, tentando manter a postura firme, mas a voz traía uma leve tremulação que denunciava seu nervosismo.

— Somos da Polícia Federal. Precisamos falar com a senhorita Stella — respondeu o líder, mostrando sua identificação com uma formalidade pesada.

Um calafrio percorreu a espinha de Rubens. Algo estava terrivelmente errado. Ele hesitou por um breve momento, mas logo assentiu, conduzindo os agentes para dentro da casa, o coração batendo acelerado com a certeza de que más notícias estavam prestes a serem reveladas.

Para Stella, o dia começava como qualquer outro. Ela despertou com a luz suave do sol filtrando-se pelas cortinas de seu quarto, sem suspeitar do turbilhão que estava prestes a tomar conta de sua vida. Ainda sonolenta, começou a se preparar para o dia, quando Rubens entrou no quarto, o rosto marcado por uma preocupação que ele não conseguia esconder.

— Stella... Está ocupada? — a voz de Rubens estava carregada de uma tristeza que Stella não conseguia entender.

— O que foi Ru? — ela perguntou, franzindo a testa, sem imaginar a gravidade da situação.

— Preciso que você desça imediatamente para a sala. Tem um pessoal querendo falar com você. — As palavras de Rubens eram pesadas, quase sufocantes, como se ele já soubesse o que estava por vir.

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