Nós três e a parasita pt.2

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                                                                     CAPÍTULO 20



     Seus olhos não se desviam de Mika, que estava sentada ao lado da fogueira apagada, um sorriso convencido brincando em seus lábios. Ela o olhava de uma forma que Jeonghan não gostava, como se tivesse algum tipo de vantagem invisível sobre ele. Antes que ele pudesse responder, Chan saiu da barraca, esfregando os olhos com sono, sua voz pequena e resmungona ecoando no ar.

— O que ela tá fazendo aqui, hannie? — ele perguntou, visivelmente chateado. — Eu não queria ela aqui.

     Jeonghan sorriu suavemente, caminhando até o garoto e o pegando no colo. Chan fez um bico, e Jeonghan, tentando dissipar a tensão, perguntou:

— Onde está o sorriso lindo que eu adoro ver?

     Antes que Chan pudesse responder, Seungcheol apareceu com sua energia característica, tentando animar o ambiente. — Vamos lá, galera! Está na hora de preparar o café da manhã. Chan, por que você não escolhe os ovos e o bacon para a gente fritar?

     O rosto de Chan se iluminou com a sugestão, e ele pulou para fora do colo de Jeonghan, correndo animado até os suprimentos. Enquanto isso, Jeonghan se ofereceu para preparar as torradas, tentando manter a leveza, apesar da mudança sutil na atmosfera desde a chegada de Mika.

     Com todos assumindo suas funções, a preparação do café da manhã começou. No entanto, havia uma diferença notável em relação ao dia anterior — a energia era menos solta, menos divertida, como se a presença de Mika trouxesse um peso silencioso ao grupo.

— Quantos ovos você que, hannie? — perguntou Chan, com um ovo em cada mão.

— Só um está ótimo, Dino. — Jeonghan respondeu com um sorriso, e Chan entregou o ovo ao pai para fritar.

— O que seria "Dino"? — A mulher riu com desdém.

— O hannie e o papai me chamam assim agora, mas você não pode me chamar assim. — Chan diz, com raiva evidente na voz infantil. Jeonghan tentou se segurar, mas o sorriso orgulhoso que estampou seu rostou deixou mika com raiva. — E quantos bacons, hannie? — continuou Chan, nitidamente aproveitando a tarefa.

— Três, — disse Jeonghan, e Chan selecionou cuidadosamente as fatias de bacon.

Chan entregou as fatias a Seungcheol e, com um sorriso, disse:

— Escolhi os mais bonitos para combinar com você,hannie.

— Então são muito bonitos mesmo, não é, Dino? — Seungcheol sussurrou para o filho, que sorriu assentindo.

     Jeonghan riu, sentindo-se tocado pela inocência de Chan e sem ouvir os cochichos de pai e filho. — Obrigado, meu anjinho. Você tem bom gosto!

     Foi então que Mika, já irritado com Jeonghan e sentada do outro lado da mesa improvisada, decidiu intervir. — Jeonghan, você deveria se cuidar. Com tanta gordura assim, vai tudo parar nas suas coxas.

     Jeonghan lançou-lhe um sorriso falso, sem perder o humor. — A única coisa que essa gordura vai fazer é me deixar ainda mais gostoso, — disse piscando para a mulher, enquanto começava a fatiar os pães para as torradas.

Mika bufou e, ainda insistindo, comentou:

— Você deveria cortar os pedaços menores desses pães.

     Jeonghan sentiu o olhar da mulher sobre ele, e a essa altura, sabia que ela apenas procurava motivos para criticá-lo. Ele ignorou o comentário e continuou preparando as torradas.

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