Uma manhã com as crianças

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Após a noite mágica em que Gustavo e Ana Flávia compartilharam o mesmo sonho, a rotina parecia ter ganhado uma nova cor. O dia começou de forma calma, mas havia uma tensão suave no ar, uma expectativa de que algo extraordinário pudesse acontecer a qualquer momento.

Gustavo estava na cozinha, preparando o café da manhã. Ele cortava fatias de pão e espalhava manteiga com a suavidade de quem estava perdido em pensamentos. Ana Flávia apareceu na porta da cozinha, ainda com o rosto suavemente marcado pelo travesseiro, e se aproximou, abraçando-o por trás.

"Bom dia, meu amor," ela sussurrou, descansando a cabeça nas costas dele. Gustavo sorriu, sentindo o calor do corpo dela contra o seu.

"Bom dia, minha linda," ele respondeu, virando-se para dar um beijo suave em seus lábios. "Como você se sente hoje?"

Ana Flávia suspirou e sorriu, ainda sentindo o efeito do sonho da noite anterior. "Ainda estou processando tudo. Foi tão real... As crianças, as lembranças... parecia que eu estava vivendo tudo de novo."

Gustavo assentiu, seus olhos cheios de carinho. "Eu sinto o mesmo. Como se eles estivessem aqui, com a gente, de alguma forma. É estranho, mas... reconfortante ao mesmo tempo."

Ela concordou, pegando uma xícara de café que Gustavo havia acabado de preparar. "Eu não consigo parar de pensar neles, Aurora e Benício. Eles pareciam tão reais, tão nossos... Como se fossem a parte mais verdadeira de nós."

"Eu sei," Gustavo respondeu, sua voz suave e cheia de emoção. "É como se o amor que temos agora estivesse projetando nosso futuro, como se tudo estivesse se alinhando perfeitamente."

Ana Flávia olhou para ele com ternura, sentindo uma conexão mais profunda do que nunca. "Você acredita que eles realmente são nossos filhos? Que, de alguma forma, eles vieram nos visitar antes mesmo de nascerem?"

Gustavo segurou sua mão e a puxou para perto, envolvendo-a em um abraço carinhoso. "Acho que tudo é possível quando o amor é tão forte como o nosso. Talvez seja o universo nos dizendo que estamos no caminho certo, que o que temos é especial, e que devemos continuar nutrindo isso."

Eles ficaram ali, abraçados na cozinha, sentindo a paz e a segurança do amor que os envolvia. A presença invisível de Aurora e Benício parecia preencher o ambiente, tornando aquele momento ainda mais significativo.

Depois do café da manhã, Gustavo e Ana Flávia decidiram passar o dia juntos, sem pressa, aproveitando a companhia um do outro. Resolveram sair para uma caminhada no parque, algo simples, mas que para eles era uma forma de se reconectar com a natureza e entre si.

Enquanto caminhavam de mãos dadas, o sol brilhava suavemente entre as árvores, e uma brisa leve acariciava seus rostos. Era como se o mundo ao redor estivesse em perfeita harmonia com o que eles sentiam por dentro.

No meio do caminho, eles avistaram um grupo de crianças brincando no parquinho. Ana Flávia parou por um momento, observando as risadas e a alegria das crianças. Gustavo notou o olhar dela e apertou sua mão com mais força.

"Você está pensando neles, não está?" ele perguntou, com um sorriso compreensivo.

"Sim... Não consigo evitar. Imagino como seria vê-los correndo assim, felizes, livres...," ela respondeu, sua voz carregada de emoção.

Gustavo a puxou para mais perto, beijando o topo de sua cabeça. "Eles vão estar aqui, um dia. E nós vamos criar um ambiente tão amoroso quanto possível para eles. Eu prometo."

Ana Flávia sorriu, sentindo a esperança crescer dentro dela. "Eu sei que sim. E quando esse dia chegar, será o mais feliz de nossas vidas."

Eles continuaram a caminhada, em silêncio, mas com os corações cheios de promessas e sonhos para o futuro. O tempo que passavam juntos parecia mais precioso do que nunca, e cada momento se tornava uma memória que seria guardada com carinho.

Quando voltaram para casa, decidiram que era hora de cuidar de Maria Alice, que estava ansiosa para passar o dia com eles. Ela chegou cheia de energia, e o casal logo foi envolvido pelas brincadeiras e risadas da sobrinha, que parecia não se cansar de correr de um lado para o outro.

À tarde, enquanto Maria Alice descansava, Gustavo e Ana Flávia decidiram fazer algo especial. "Vamos escrever cartas para Aurora e Benício," sugeriu Ana Flávia, de repente. "Pode parecer bobo, mas acho que seria uma forma de nos conectarmos ainda mais com eles, mesmo que ainda não estejam aqui de verdade."

Gustavo adorou a ideia. "Eu acho perfeito. Vamos fazer isso."

Eles pegaram papel e caneta, e cada um começou a escrever sua carta, expressando seus sentimentos, sonhos, e o quanto estavam ansiosos para o dia em que os teriam em seus braços. As palavras fluíam naturalmente, como se as crianças já estivessem presentes de alguma forma em suas vidas.

Ao terminar, colocaram as cartas dentro de um envelope, guardando-as em uma caixinha especial que decidiram manter em seu quarto. Era um pequeno gesto, mas que significava muito para ambos.

No final do dia, depois de Maria Alice ter voltado para casa, Gustavo e Ana Flávia se prepararam para dormir. O quarto estava tranquilo, e a presença das crianças ainda pairava no ar, como uma suave brisa que os envolvia.

"Você acha que teremos outro sonho como aquele?" Ana Flávia perguntou, deitada ao lado de Gustavo.

"Eu espero que sim," ele respondeu, segurando sua mão. "Mas, se não tivermos, saberemos que estamos no caminho certo, porque o amor que temos é mais do que suficiente para criar qualquer futuro que desejarmos."

Eles se beijaram suavemente, apagaram as luzes e se abraçaram, prontos para mais uma noite de sonhos. E assim, enquanto o mundo lá fora continuava a girar, Gustavo e Ana Flávia adormeceram, com a certeza de que o futuro que os esperava seria tão lindo e cheio de amor quanto os sonhos que compartilhavam.

My Boss - miotelaOnde histórias criam vida. Descubra agora