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"fita amarela ao redor do corpo, foi a merda de um suicídio. seu rosto em camisetas e sua família traumatizada."
● Ynw Melly, murder on my mind.
tradução levemente alterada.
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"Hoje é sexta-feira, dia 17 de fevereiro. Daqui a dois dias é meu aniversário de 20 anos, e sinceramente, estou surpresa de ter conseguido chegar até aqui. Quando tinha 15 anos, jurei que não chegaria nem aos 18. Irônico, não?
Acho besteira escrever cartas ou mensagens antes de cometer suicídio, eu preferia que isso fosse algo que ninguém soubesse o porquê, eu preferia não dar satisfações.Mas, eu não posso deixar minha família assim. Minha mãe, meu irmão, eles são tudo pra mim. Não posso ser covarde assim, mais do que já estou sendo. A morte não é uma saída, não é uma opção para resolver seus problemas. Nunca foi, não é, e nunca será.
Eu sou tola, sou fraca. Não fui forte o suficiente para aguentar as consequências de minhas próprias ações. E agora, estou recorrendo à isso.Não sinto medo, não sinto remorso, me sinto calma, me sinto leve. Acho que nunca me senti assim antes, finalmente, eu me sinto bem, estou feliz.
Sei que não irei encontrar você, se a teoria de os suicidas irem para o inferno for verdade, eu jamais irei reencontrar você, amor.
Falo como se você estivesse vivo, a verdade é que você se foi há dois meses.Você me odiaria agora. Eu sou uma assassina. Eu matei nosso filho.
Tentei fugir da realidade, assim como eu fazia aos meus 15 anos, acabei exagerando na dose de remédios e isso me forçou um aborto, eu matei uma criança que nem sabia que estava em meu útero. Se eu soubesse daquela gravidez, nada daquilo teria acontecido.
Keisuke chegou a me aconselhar, disse para eu não me culpar, que se você estivesse vivo, iria compreender que não foi minha culpa.
Mas eu nunca fui capaz de me perdoar.
Era o nosso filho, era algo seu que foi deixado dentro de mim, eu deveria guardar aquilo, nem que fosse como apenas uma lembrança sua, eu deveria.
Mas eu falhei. Falhei como pessoa, como filha, falhei como irmã, diria que falhei como namorada, mas nunca namoramos de verdade. E o pior de tudo, falhei como mãe.Fui tão covarde de nem mesmo conseguir ir ao seu enterro, não tive coragem de olhar mais para ninguém depois de aquele dia. Creio que meu irmão e minha mãe esperam por isso, creio que devem estar preparado para esse dia. E isso me deixa feliz, de certa forma. Eles não irão me forçar a continuar carregando esse peso que esteve comigo durante 19 anos.
Então, Baji, mãe, eu espero que me perdoem. Não pensem em mim, finjam que eu estou viajando, ou até mesmo na Rússia, morando com meu pai. Com o tempo, o meu rosto vai sumir da memória de vocês, minha voz, nossas memórias juntos irão sumir, eu sei que vão. E espero que isso aconteça o mais rápido possível. Mas caso seja difícil, não pensem em mim como uma idiota que se matou, pensem em mim como a Sayuri. A filha mais nova dos baji's e uma garota que ama muito vocês. Juro que se eu souber que estão tendo memórias depressivas de mim, eu volto para puxar os pés de vocês.
Me sinto uma vadia carente por atenção por estar escrevendo isso, mas não quero atrapalhar a viagem de vocês. Eu espero que esteja sendo divertido aí na Rússia! E para o meu pai, bem... Não tenho nada para dizer à ele. E acho que ele pouco se importa com o que vai acontecer, esse homem sequer me considerava filha dele. Mesmo com toda aquela faixada de querer se "reconciliar" comigo, eu sempre senti aquele ar de rejeição vindo dele. Leonid jamais me veria como sua filha, a porra da imagem da sua mãe sempre estaria estampada em meu rosto quando ele olhasse para mim.
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𝐁𝐀𝐂𝐊 𝐓𝐎 𝐏𝐀𝐑𝐀𝐃𝐈𝐒𝐄 | Kazutora Hanemiya
Teen Fictionೃ࿔₊• Jovens para sempre. Sim. Eles seriam jovens para sempre. Talvez, no paraíso, eles sejam mais livres e menos conturbados para viverem o que não conseguiram em vida. apenas no wattpad. início: 05/08/2024 plágio é crime.