Eu fui o caído?

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~{23}~

Seu coração batia forte contra seus ouvidos.

O rugido dos trabalhadores da construção correndo do lado de fora do prédio era apenas um sussurro em sua mente, ofuscado pelo batimento repetitivo de seu coração enquanto duas silhuetas familiares estavam no prédio. Uma delas era totalmente esperada, afinal, era por isso que eles estavam lá, para ajudar Atsushi e formular uma investigação simulada para dar conforto ao público.

Dazai não previu que Akutagawa também seria designado para o caso!

A Mafia do Porto nem mesmo tinha lugar na indústria de detetives! Por que ele estava aqui?!

"Akutagawa..." Atsushi rosnou baixinho, seu cinto tremulando ao vento que entrava pelo teto parcialmente desabado, quase parecendo a cauda de um gato agitado.

O homem apenas revirou os olhos e rangeu os dentes enquanto tossia em seu punho, "Eu não tenho tempo para suas teatralidades, jinko. Estou aqui simplesmente para identificar o corpo da vítima, não para lidar com você." Ele fungou com desgosto e colocou as mãos nos bolsos, dando um ar despreocupado apesar de estar exatamente o oposto.

Antes que Dazai pudesse sequer pensar em recuar pela porta, arrastando o ruivo com ele, tanto o cão raivoso da Mafia do Porto quanto o homem-tigre da Agência viraram suas cabeças em sua direção. Dazai observou com uma expressão perigosa enquanto o olhar de Akutagawa se movia lentamente além dele para identificar o rapaz menor que estava a alguns passos atrás dele, antes de rapidamente voltar para encontrar seus olhos castanhos, sua própria expressão mostrando nada além de medo um momento depois.

"D-" O garoto doente caiu em silêncio, seus dentes batendo juntos com a força de seu maxilar se fechando. A irritação de Atsushi rapidamente se transformou em confusão enquanto observava em silêncio o que acontecia entre eles, antes de soltar um suspiro agudo ao ver Akutagawa se curvou ligeiramente para frente, "Dazai-san. É maravilhoso vê-lo novamente. A Máfia do Porto sente falta de seu Executivo."

Quando Akutagawa ousou levantar a cabeça...

Ele teve a coragem de olhar para Chuuya.

Dazai lentamente olhou para ele também, sua expressão caindo para o desespero enquanto o fantoche se encaixava facilmente no papel que o Chefe da Máfia do Porto havia criado para ele. Rapidamente voltando sua atenção para Akutagawa, o verdadeiro demônio prodígio se revelou quando o moreno deu um passo à frente, sua intenção de massacrar seu ex-aluno clara em suas feições. Quase que instantaneamente, em resposta, Rashoumon saiu da jaqueta preta do garoto, e Atsushi engasgou de choque ao ver os dois.

"Nunca soube quando calar a boca..." Dazai sibilou entre dentes cerrados, praticamente sentindo o veneno ácido escorrer das presas afiadas que ele escondia há muito tempo.

Akutagawa apenas estreitou os olhos em resposta: "Você é um traidor da Máfia do Porto, um substituto tinha que ser feito de uma forma ou de outra."

Interpondo-se entre os dois de forma imprudente, Atsushi olhou entre eles e colocou suas mãos transformada em garras. No entanto, assim que sua mão tocou Dazai, os membros peludos se desintegraram em redemoinhos azuis brilhantes, deixando suas mãos normais no lugar. "Ei, ei. Olha, estamos em uma missão agora! Em público! Eu posso não concordar com o que a Máfia do Porto fez com Nakahara-"

"Dazai-san."

"Agora não, Akutagawa." Dazai disse com desdém, seus olhos parecendo brilhar em um vermelho profundo na luz fraca que passava pelas rachaduras do teto desabado. "Vamos apenas terminar o documento, depois levarei Chuuya para casa sem reclamações, certo, Chuuya?" Ele se virou, sua expressão endurecendo ainda mais ao encontrar os olhos azuis e apavorados que o encaravam.

Imagens distorcidas, memórias distorcidas {Tradução pt-br}Onde histórias criam vida. Descubra agora