𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟽 - 𝙰𝚛𝚌𝚘𝚜 𝚕𝚎𝚝𝚊𝚒𝚜

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Uma outra lembrança atravessou brevemente sua mente.

29 de julho de 2020, Ceará

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29 de julho de 2020, Ceará.

Diego, Catupi, Calebe e Marcos estavam no quintal de casa em uma manhã ensolarada. Ao redor, a rua estava deserta, resultado do confinamento imposto pela pandemia. Era um ano difícil para eles, não só pela disseminação da doença e o aprisionamento que ela causava, como também pelo fato de Celina ter falecido há alguns meses.

Catupi e Calebe, em posição de luta, seguraram com firmeza a ponta da faca na mão, cada um com a sua, enquanto o som das galinhas barulhentas dos vizinhos se propagava.

— Vamos lá, se lembrem do treinamento! — disse o pai, enquanto comia um mamão com o auxílio de uma faca de mesa.

Calebe começou com um ataque; a irmã se esquivou.

Agora o ataque partiu dela; ele também desviou.

O irmão tentou atingi-la outra vez, tentou de novo e de novo, tudo num piscar de olhos.

Os 4 primeiros ataques não a pegaram, mas o quinto atingiu sua barriga, fazendo um corte não muito fundo, mas doloroso o suficiente para fazê-la soltar um grito de dor.

Catupi colocou a mão sobre o ferimento, se afastou e olhou para o pai.

— PAI! Vai deixar o Lebe fazer isso?! — gritou indignada com o fato de seu pai e seu irmão Marcos ficarem ali parados, apenas olhando aquela barbaridade.

— Eu te avisei que quando fizesse 14 anos, tu ia ter uma luta com faca de verdade, assim como seus irmãos. Tu concordou com isso.

— É, mas não disse que meu irmão ia tentar me matar!

— Acontece nas melhores famílias — comentou Calebe.

— Aê, Tupi, não reclama - começou Marcos. — Na minha vez, eu fui com o papai.

O irmão mais velho levantou a camiseta verde-escura, havia uma fina cicatriz em seu abdômen definido.

— Pelo menos com o papai foi sem querer — começou Calebe, com um tom de voz raivoso. — AGORA VOCÊ!

Ele levantou a regata preta, no abdômen havia uma cicatriz grossa que fez a do Marcos parecer apenas um arranhão.

Marcos riu.

— Vai rindo arrombado, cê tá me devendo 10 conto agora!

— Aé... — O sorriso de Marcos sumiu. — Égua Tupi, apostei dez conto que o Lebe não ia conseguir te ferir, achei que tu que ia ganhar.

— Cês são tudo cuzão, na moral! — bradou a irmã.

— Meninos! Vamo parar com a zoada, meus bacurin. Catupi, tu vai continuar?

A garota não perdeu tempo, avançou em Calebe procurando atacar sua barriga, tentou mais 2 vezes e o irmão, mesmo despreparado, desviou.

Ele levantou o braço com a faca a fim de atacá-la, mas a irmã o segurou e derrubou Calebe no chão, trazendo a faca para seu pescoço.

— Morreu! — exclamou Diego.

A garota fitou o irmão com um olhar de ameaça e tirou o objeto afiado de perto dele, mas ainda assim deu um chute em sua barriga como "vingança".

— Aaaouuuuu — gemeu Calebe de dor.

Marcos segurou o riso, escondendo o quanto adorou a situação.

Catupi estava frente a frente com o desconhecido robusto e então começaram a lutar, enquanto lá fora, uma chuva fraca começava a cair

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Catupi estava frente a frente com o desconhecido robusto e então começaram a lutar, enquanto lá fora, uma chuva fraca começava a cair.

As facas cortavam o ar em arcos letais, era uma troca de golpes rápida e veloz.

Ambos desviavam dos diversos ataques um do outro. Mas Catupi, sem muita enrolação, conseguiu cravar a faca na barriga dele, o fazendo se curvar de dor, e assim deu um chute nele com a força que chutava a bola numa partida de futebol. E ele, já fraco, caiu no chão.

Conjuntamente, um outro homem apareceu, um chinês alto que também segurava uma faca, reluzindo sob a luz fraca da lâmpada amarelada da cozinha.

A garota retomou a acelerar.
Porém, por mais rápida que tivesse sido, ela foi alcançada.

Um grito curto e esganiçado de pura dor escapou de sua boca, como o de um soldado na guerra.

De costas, ela foi atingida pela faca, que fez um grande e lancinante corte na parte de cima do dorso.

Intrépida: a relíquia do inventorOnde histórias criam vida. Descubra agora