- Onde... onde eu estou...?
Ela novamente está perdida, uma ocorrência não muito comum. Mas esse local é familiar, de alguma forma, apesar de não saber como foi parar lá. Yasmin olha ao seu redor e contempla as árvores escuras e altas da floresta, uma visão relativamente normal, pelo menos em sua região, mas esse não é o problema. Está escurecendo, e ela começa a tentar se localizar, ou ao menos lembrar como chegou ali, pra começo de conversa.
- Que droga... por que comigo... sou sempre eu...
Yasmin murmura para si mesma, mas com a mesma entonação que conversa com as outras pessoas.
- Talvez aqui tenha algo que... espera, o que é isso aqui?
A garota encontra, apoiada em um galho, uma corrente. Ela segue as correntes, entrando em algum tipo de buraco. Bem, normalmente chamariam isso de uma caverna, mas seria um superlativo muito inadequado para descrever aquela entradinha úmida e escura com raízes feias e retorcidas balançando no teto. De lá de dentro, dá para ouvir o agudo, frio e metálico som das correntes se batendo em agonia, assim como Yasmin se sentia entrando ali. Ela não faz ideia do porque ter, de fato, entrado, mas existia um sentimento estranho que quase a obrigava a continuar seguindo o som.
- Aqui a corrente continua por dentro da terra. Deveria eu... puxar?
Hesitante, ela puxa a corrente da parede, revelando um brilho terrivelmente claro. Ok, na verdade, talvez não fosse tão claro assim, mas como estava numa escuridão sinistra, essa luz repentina a cegou de qualquer forma. Da fonte da luz, parecia haver um objeto vermelho e esférico, sua superfície parecia ser bem lisa, porém não aparentava refletir o brilho, nem o emitir. Sem pensar, ela estende seu braço e alcança a pequena bola vermelha.
Nesse instante, a corrente que ali recostava sob a terra escura se levanta e agarra-se ao braço de Yasmin, enquanto a bola rapidamente se deforma, assumindo o formato da mão da garota, como se estivesse vestindo uma luva grossa.
- O... O QUE É ISSO? NÃO!
Ela fecha seus olhos com medo, e os deixa fechados por alguns segundos até abri-los novamente, revelando estar de cara em seu travesseiro. Seria bizarro e cômico ao mesmo tempo, ter um pesadelo desses e morrer se sufocando com o travesseirinho.
- De novo essa desgraça de sonho...
Yasmin prontamente se prepara para demorar o máximo de tempo possível até se reencontrar com as responsabilidades da vida, mas ela logo terá bastante tempo para interpretar essa cena. Em breve isso será de grande importância para ela.
