O Pacto

Capítulo 1

O mundo nesse instante parou. Nada se move, e no entanto, tudo vive. Não se ouve um único som, mas dentro de mim algo ainda grita por você.

O silêncio aumenta, vendo a tristeza em um olhar. Um olhar que fala das desventuras, ressentimentos, de todos os tormentos que já vivenciou.

Eu escolhi te amar em silêncio, pois no silêncio eu não encontro a rejeição.
Eu escolhi te amar na solidão, pois na solidão ninguém possui você além de mim.
Eu escolhi te amar a distância, pois a distância me protegerá da dor, mas ainda dói não ter você aqui.

Meu amor, por ti eu clamo noite e dia e espero, desesperado, por ouvir em meu coração, tua doce boêmia. Mesmo que não fomos feitos um para o outro, sei que um dia nos encontraremos de novo.

Minhas mãos... Ah, minhas mãos. Instrumentos de ceifa. Olho-as tão mortas em toda a minha ambiguidade. E mesmo impedido pelas barreiras do inferno, ainda tenho a esperança de te ver novamente.

Nossa paixão ardia como uma chama ardente, iluminando nossas vidas e nos envolvendo em um vínculo profundo e inquebrável. Mesmo que tenha durado pouco, o que vivemos foi marcado por uma conexão que transcendia as barreiras do tempo e do preconceito.

Causei uma tragédia em nossos corações, fui inútil no fim das contas, um grande tolo por achar que poderia matar o amor. A realidade é que o amor não morre, ele só adormece, porém você chegou e o acordou, mas me recusei a acreditar.

Meu maior erro foi te perder em meio a minha confusão. Mas não podemos negar, que entre o céu e o inferno, fomos e somos o erro mais bonito.

Enquanto penso em você, névoa da solidão envolve minha alma enquanto caminho pelos corredores vazios da minha existência. Cada passo ecoa como um suspiro perdido, como uma melodia sombria que permeia meu ser. Em meio à penumbra da noite, sinto o fardo de um pacto feito com a própria escuridão.

Na sala, a chama da lareira dança em um balé de sombras, iluminando as páginas do livro que seguro com firmeza. Cada palavra impressa é um refúgio, uma fuga temporária dos suspiros perdidos que ecoam em minha mente. O crepitar do fogo acompanha o ritmo da minha respiração, enquanto busco refúgio nas histórias que se desdobram diante de mim.

Folheio as páginas com determinação, mergulhando em mundos distantes e personagens fictícios que me envolvem em suas narrativas. O calor reconfortante da lareira contrasta com a frieza que se instalou em meu coração desde que você partiu. Cada linha lida é um passo em direção à libertação, um passo para longe do peso do destino que parecia esmagar meus ombros.

Meu querido Thomas, espero ansiosamente por uma vida na qual eu consiga te fazer feliz como merece.

Assinado: Lyon Ollyver