- Alguém me dê a porcaria de uma arma neste exato momento! — Ebraim gritou em fúria, fazendo com que assim como os celulares, diversas armas lhe fossem oferecidas. — Sua maldita!
- Que boca suja, senhor Khan Al-Abadi. — A árabe ironizou, deixando que seu olhar caísse sobre a loira claramente confusa. Mantendo a sua expressão séria em meio ao sangue que corria por sua face, Zulema sinalizou am direção à mulher trêmula. — Não está vendo que estamos na presença de uma dama?
Pela forma com que a pistola balançava nas mãos de Ebraim, a loira não era a única a ter o corpo trêmulo ali.
- Você se acha muito esperta, não é?
Zulema deu de ombros, cuspindo no feno seco que cobria o chão o sangue que se acumulou em sua boca após o ridículo acesso de raiva de Seti.
- Seu erro é acreditar que eu sou esperta quando na verdade você é o único esperto na história, Ebraim. A sua astúcia é inegável quando o assunto é encontrar soluções práticas para os seus problemas, sempre usando os seus cachorrinhos enquanto fica apenas escondido atrás de uma mesa. — Zulema sorriu, mostrando seus dentes normalmente brancos, mas que agora se encontravam pigmentados por um vermelho vibrante. — Eu não sou esperta, Ebraim. Não tenho um senso tão bom para negociações quanto você. Apenas sou inteligente. Sei ser paciente e esperar a hora certa de surpreender a minha presa aplicando os conhecimentos que tanto demorei para aprender e entender.
- Insolente...
- Não sabe o quão fácil resolver problemas pequenos como você se tornou... — Tentou novamente se soltar ao dar alguns passos em direção ao velho, a soma da posição em que estava e as cordas apertadas realmente começava a machucar sua pele mais do que superficialmente. — Você realmente acha que é algo perto das situações em que o inferno me obrigou a me adaptar?
Ainda que Ebraim soubesse que as cordas seriam o bastante para impedir a árabe de continuar a se aproximar, foi inevitável mover as rodas para que sua cadeira fosse um pouco para trás.
- O-o que é você? — Notando a brusca mudança no comportamento de seu chefe, os seguranças ainda presentes sacaram suas armas e as apontaram para Zulema.
A árabe recuou ainda sorridente ao conseguir além do efeito desejado.
- Apenas um escorpião que com cautela acaba de localizar a presa perfeita, na qual eu poderia usar as minhas garras para segurar e manipular minha nova refeição refeição como eu bem desejar antes de a paralisar injetando meu veneno. — Seu sorriso só pareceu aumentar ao ter o olhos temerosos de Ebraim encontrando os seus. — E no momento eu estou faminta.
Bastaram breves segundos para que o idoso voltasse a retomar sua postura inabalável, ainda que desta vez soasse um tanto falsa.
- Mas ainda está em desvantagem.
- Será mesmo que estou?
Um tiro foi ouvido do lado de fora, ecoando dolorosamente nas paredes do estábulo denunciando que aquele disparo havia sido próximo. Ebraim sabia que o som daquele rifle não vinha de seu grupo munido apenas com pistolas.
- Você. — Se dirigiu à loira em um espanhol castigado por seu sotaque forte. — Macarena, não é?
A mais nova deu alguns passos para trás ao ser o assunto da vez, parando bruscamente ao ter a atenção das armas que anteriormente pertenciam a Zulema.
- Loira, não escuta ele.
- Ela não é quem você pensa, essa pessoa boa que você acredita gostar não existe. — Forçou seu sorriso mais gentil, que ao ver de Macarena tinha um ar completamente sombrio. Ebraim esticou o braço, oferecendo para a loira o cabo da arma que tinha em mãos. — Você ainda tem uma chance de fazer a coisa certa.
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Entre Grades e Sentimentos: Caminhos Traçados
Fiksi PenggemarEm uma penitenciária feminina, duas detentas compartilham um segredo delicado: uma delas oculta sua verdadeira identidade, mantendo em sigilo sua interssexualidade. O encontro inesperado no banheiro entre as duas desencadeia uma trama intensa de con...