· My alibi

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Satoru Gojo

O dia passa rápido e mais tranquilo do que o normal.

Após minha conversa com Haibara no café da manhã, repensei muito a minha relação com “S” e realmente acho que coloquei
muita confiança cega nas palavras de alguém cuja única identificação que tenho é uma inicial – que nem sei o que
significa. Falando assim, realmente me sinto estúpido.

Tentei esquecer o livro histórico da Masters e me concentrar nas aulas. Aritmética; microbiologia; literatura. Almoço. Físico-química; inglês. Por último, temos aula de educação física – de todas, a mais fácil de me concentrar e me esquecer dos problemas.

Novamente, os calouros foram misturados aos veteranos.

Novamente, tive o desprazer de jogar com Sukuna.

Novamente, ele parece não tirar os olhos de mim. Em geral, senti uma extrema sensação de desconforto – uma que, é provável, a que deveria me mandar direto para a terapia.

O jogo de futebol acabou com derrota do time dos veteranos pela primeira vez, num clima bem amistoso, apesar de Sukuna e
alguns outros garotos não conseguirem esconder os egos feridos.

Suguru estava no mesmo time que Sukuna. Os cabelos estavam amarrados e cuidadosamente presos em um coque, a pele bronzeada estava muito exposta por conta do uniforme de educação física.

Eu juro por Deus que queria pular nele.

Tenho que parar de pensar nele.

Tomei um banho rápido no vestiário e agora me preparo para reencontrar Nanami e Haibara – que acabaram sendo
alocados para o segundo esporte oferecido durante a aula.

Estou sozinho num dos corredores próximos aos chuveiros.

Abro a caixa de metal número trezentos e doze, onde guardei minhas roupas, e as apanho. Caminho até o banco de madeira no centro do corredor, depositando as peças sobre ele, e coloco a mão na barra da toalha enrolada em minha cintura, pronto para ficar pelado e vestir minha cueca.

É então que vejo uma figura de braços cruzados apoiada num dos armários no final do corredor, me fitando diretamente.

Droga. — Dou um pulinho para trás, enrijecido. — Tá tentando me assustar entrando de fininho desse jeito? —
vocifero.

Suguru sorri e cruza os braços, encoberto somente por uma toalha branca na cintura, como eu. O peito completamente
desnudo me dá, novamente, a vontade de pular em seus braços e finalmente “completar” o que não acabamos naquele dia.

No entanto, me segurei.

O moreno começa a se aproximar de mim, com passos lentos, manhosos. Há excesso de água em seu corpo, dos pés à
cabeça; parece ter recém-saído do banho. Os fios escuros estão grudados na testa, gotas descem por seu rosto, então pela
garganta, pelos ombros, peito, abdome, e morrem em sua pelve estrangulada pelo tecido felpudo.

— Assim como você tava na cola de Sukuna esses dias — murmura Suguru, baixo e grosso. Imediatamente, me dou conta de
uma certa tensão em sua voz, e de um certo ardor em seu olhar. Alguém lhe contou sobe meu “encontro” com Sukuna.

-» Entre neblina e desejo / SatosuguOnde histórias criam vida. Descubra agora