Tudo estava tão silencioso no início, aconteceu tão rápido que Ágata não teve tempo de pensar com clareza.
Tinha desmaiado?
O som agudo como um sino invadiu seus ouvidos no mesmo instante em sua visão se clareou com luzes vermelhas e azuis brilhando através de um parabrisa quebrado. Não ouvia nada além do zumbido a deixando tonta, sua cabeça latejava enquanto tentava entender as coisas ao redor, ao seu lado no banco do passageiro estava sua mãe inconsciente com os braços pendendo sobre a cabeça e as mãos tocando o teto do carro.
Estavam de cabeça para baixo.
Não conseguia se mover com o cinto de segurança a prendendo no lugar, uma dor lancinante em seu peito a fez grunhir enquanto procurava pela irmã no banco de trás.
— Mãe? Cecilia? O que aconteceu… ?
Seus olhos buscavam freneticamente pela irmã.
—Cecilia?! Mãe, cadê a Ceci?! — Sem resposta.
Uma pressão em seus ouvidos trouxe à tona todos os ruídos ao redor, era como se estivesse usando tampões esse tempo todo. O som das sirenes ficavam cada vez mais altas conforme chegavam mais perto.
O grito estridente de uma mulher do outro lado da rua chamando sua atenção para fora do carro. Havia um corpo pequeno ali diante da mulher desnorteada. Outro carro estava em chamas.
— Mãe… O que aconteceu? — Silêncio — Mãe!? - seus olhos ficaram borrados com as lágrimas começando a brotar. Passos apressados sobre cacos de vidros quase foram capazes de chamar sua atenção, se não estivesse focada em tentar alcançar a mãe. — Responde, por favor…
Um soluço escapou de sua garganta.
— Moça… Estamos aqui para te ajudar, ok? — A voz masculina atrás dela a fez se sobressaltar. — Consegue me ouvir? O que está sentindo?
— Ajuda minha mãe! Aonde esta minha irmã? — Ela sussurrou entre soluços. — por favor…
Havia outra paramédica do lado oposto do carro, verificando sua mãe. O olhar que os paramédicos trocaram foi esclarecedor.
— Não… — Outro soluço irrompeu fazendo seu peito doer ainda mais. Mas a dor física não superava a dor de perder sua mãe.
Ágata jamais se perdoaria.
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Além dos Seus Olhos
ParanormalÁgata vive sua vida reclusa, sem amigos, sem familiares. Apenas a companhia de seus velhos companheiros do alem. Ver fantasmas nunca foi fácil para ela, mas ela conseguiu encontrar nisso um conforto que ninguém jamais conseguiria entender se não for...