Promessa de morte e o falso paraíso

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Jake não entendeu o que estava acontecendo e então sorriu, mas ele não conseguiu sorrir de volta. Aquele soldado estava impregnado do cheiro de Kazuha, ela o tinha marcado, e só havia um jeito de se fazer isso...

Heeseung fechou as mãos em punho e precisou conter a vontade de gritar. Jake agora pertencia a ela, era o seu humano e isso era irreversível. Em apenas algumas horas, tudo tinha mudado.

— Você veio atrás de mim, mesmo que eu tenha te pedido para não fazer isso... No fundo, estou muito feliz. — Jake se aproximou para tocar no braço dele, mas o Tenebris se esquivou.

Kazuha deu um sorrisinho travesso.

— O que foi? — O soldado não entendeu.

— Você... cheira como ela. — Heeseung cobriu o nariz com a mão.

— Hum? — Jake cheirou suas roupas, mas não sentiu nada.

O Tenebris estava se esforçando para controlar sua raiva e decepção; afinal, não havia o que fazer diante de tal situação. Seu coração estava partido em mil pedaços; nem mesmo vontade de brigar ele tinha...

— Você é dela agora, Jake. Eu me enganei em ter vindo até aqui.

Dito isso, ele virou as costas e saiu andando, deixando o outro confuso para trás. Jake tentou alcançá-lo, mas Heeseung o afastou novamente, como se estivesse com uma doença contagiosa. O que estava acontecendo?

— Não venha atrás de mim! Você pertence a outro Tenebris agora!

Ele olhou para Kazuha, que estava parada no lugar, apenas sorrindo e apreciando a situação que havia criado.

— Do que você está falando? Eu não pertenço a ninguém! — O soldado estava ficando irritado com aquele assunto sem sentido. Acaso Heeseung estava tendo uma crise de ciúmes?

— Ela te marcou! Isso é irreversível, ok? Agora você é o humano dela!

— Marcou?

— É! Você realmente quer saber como um Tenebris marca um humano???

— É claro que eu quero!

Heeseung engoliu em seco e ficou um pouco envergonhado. As palavras que saíram de seus lábios foram como uma lança cravando no peito do soldado:

— Na cama...

Jake se lembrou da noite passada e precisou conter um grito de pavor. Pela sua expressão, era óbvio que tinham dormido juntos; Kazuha não havia inventado algum outro jeito mágico de marcar um humano. Só de pensar nos dois juntos na cama, Heeseung sentia tanta raiva que poderia matá-los. Em vez disso, no entanto, apenas deu as costas e deixou aquele humano para trás para sempre, mesmo que isso lhe fosse doer por muito, muito tempo.

O soldado não sabia o que dizer; sentiu suas pernas fraquejarem e caiu ajoelhado no chão. Viu Heeseung desaparecer de vista em instantes e logo olhou para Kazuha, que não parecia ter nenhum sentimento em relação à situação. Ele tentou avançar em seu pescoço, mas ela usou seus poderes para detê-lo antes do ato. Por causa de tudo isso, Jake não sabia mais o que sentir.

— Você devia ter me dito!!! — Uma lágrima escorreu pela bochecha dele.

— Por que você gosta tanto dele? O que ele tem que eu não tenho? Ambos somos Tenebris Fairy, descendentes de Dux. A maldição funciona da mesma forma entre nós dois e vocês dois, então por quê? Por que Jake? Por que você não pode gostar de mim do mesmo jeito?

As mãos do soldado baixaram, e ele perdeu a força das pernas novamente, caindo de joelhos diante dela. Para todas essas perguntas, Jake não tinha a menor ideia. Não sabia dizer por que Heeseung era tão importante, nunca havia sentido essas coisas antes, e agora nem podia culpar a maldição. Se estivesse apenas sendo controlado por algo maior do que ele, desejaria Kazuha da mesma forma. Então, o que havia de diferente?

UTOPIA: A caminho do solOnde histórias criam vida. Descubra agora