𝓜𝔂 𝓸𝓷𝓵𝔂 𝓵𝓸𝓿𝓮 𝓲𝓼 𝓡𝓮𝓸𝓵𝓲

Capítulo 1: O Desafio

O estúdio dos Mamonas Assassinas estava em uma agitação animada. Sérgio Reoli, o enérgico baterista, estava ajustando seus tambores com precisão. Os membros da banda estavam dispersos pelo estúdio, alguns afinando seus instrumentos, outros ensaiando vocais. Era um dia típico de ensaio, mas o clima estava um pouco mais carregado.

- Ei, Sérgio! Olha isso! - exclamou Dinho, o vocalista, passando um tablet para Sérgio com um sorriso malicioso.

Sérgio deu uma rápida olhada e viu uma postagem de Iris, a baterista da banda rival (Eclipse), na rede social. A imagem mostrava Iris em plena ação, com uma legenda desafiadora: "Preparados para mais uma noite de derrota? Porque eu estou arrasando!"

Sérgio franziu a testa e revirou os olhos. Ele sabia que Iris tinha uma habilidade impressionante na bateria, mas sua atitude provocativa sempre o irritava. Era como se ela estivesse constantemente tentando provocá-lo e desafiar sua competência.

- Não posso acreditar que ela ainda está tentando provocar a gente - murmurou Sérgio, jogando o tablet de volta para Dinho.

- Ah, não se estresse com isso, cara. É só uma provocação - disse Dinho, tentando acalmar o amigo. - Vamos focar na nossa música.

Mas a provocação parecia ter um efeito maior do que o habitual. Enquanto a banda ensaiava, Sérgio se pegava pensando na postagem de Iris, suas mãos se movendo com mais força e intensidade nos tambores, como se tentasse superar a provocação com seu ritmo.

- Sérgio, calma! - disse Bento, o guitarrista, notando a agressividade no ritmo. - Tá tudo bem aí?

Sérgio respirou fundo e forçou um sorriso. - Desculpa, só estou um pouco irritado com a competição. Vou me acalmar.

O ensaio terminou, e a banda estava se preparando para sair. Sérgio ainda estava imerso em seus pensamentos quando recebeu uma mensagem de texto no celular. Era uma mensagem direta de Iris, enviada por engano durante uma troca de mensagens com alguém da sua banda.

A mensagem dizia: "Eu só queria que ele soubesse que estou aqui para vencer. Sempre."

Sérgio leu a mensagem várias vezes, tentando processar as palavras. Havia uma sinceridade na mensagem que ele não esperava. Em vez de sentir apenas raiva, ele sentiu uma estranha sensação de curiosidade. Talvez Iris não fosse apenas a rival arrogante que ele pensava.

- Que diabos... - murmurou Sérgio para si mesmo, guardando o celular com um misto de confusão e intrigado.

Naquela noite, enquanto se preparava para dormir, Sérgio não conseguia parar de pensar em Iris. A rivalidade que sempre alimentou sua motivação agora estava sendo desafiada por algo mais complexo. As provocações de Iris pareciam ter mais camadas do que ele havia imaginado.

Sérgio se deitou na cama, olhando para o teto. O ritmo das batidas de sua bateria ecoava em sua mente, misturando-se com a imagem de Iris. Algo no jeito dela, nas palavras da mensagem, parecia quebrar a barreira da competição e revelar um lado mais humano. Talvez houvesse algo mais ali, algo que ele ainda não havia compreendido.

Ele se virou para o lado, tentando afastar os pensamentos. Mas, por mais que tentasse, não conseguia ignorar a sensação de que a rivalidade com Iris estava prestes a tomar um rumo inesperado.