Finalmente, Draco e Hermione foram chamados. Os dois se sentaram na frente do ministro e Hermione começou a protestar aos berros. Mas Draco deu um leve chute na perna dela, embaixo da mesa. Ela olhou para ele, indignada.
- Acho que antes de reclamarmos, temos que ouvir o que o ministro tem a dizer. Explique-se, ministro. Que tipo de chantagem é essa que tá fazendo todo mundo aceitar esses casamentos malucos? - Draco perguntou.
O ministro sorriu:
- Eu sei que a imprensa só vai falar dos trisais e dos gays e lésbicas que a magia arrancou do armário, mas particularmente eu acho que vocês dois são o casal mais improvável até agora. - zombou ele.
- Fala logo, ministro! Como o senhor está convencendo todo mundo a assinar os contratos de noivado forçado? - Hermione questionou, impaciente.
- Calma, senhorita Granger. A senhorita e o senhor Malfoy já vão descobrir. Basta caminharem até aquela cabine mágica. Lá dentro a privacidade é garantida. A cabine vai revelar o que os senhores já sabem: a fantasia sexual secreta de cada um e porque são tão compatíveis sexualmente. Eu não vou saber de nada a não ser que os senhores se recusem a assinar o contrato... se recusarem, as fantasias de vocês vão ser exibidas num telão para toda a comunidade bruxa... Até agora todo mundo preferiu assinar os contratos, mas de vocês dois eu espero tudo... Será que a senhorita Granger e o senhor Malfoy serão os primeiros que vão ter que lidar com a vergonha de verem os seus fetiches mais secretos na boca do povo?
Hermione tremia. Draco não conseguia imaginar o que a tal magia poderia descobrir de tão terrível assim. Os dois entraram na cabine e esperaram. E então, a verdade apareceu. Os dois sempre fantasiaram um com outro, desde muito jovens. Draco, desde o baile do quarto ano. E Hermione, quem diria, desde que o viu pela primeira vez no trem, aos 11 anos. No começo, eram fantasias inocentes. Beijos, passeios de mãos dadas, coisas bobas. Com o passar dos anos, as fantasias ficaram mais agressivas e pervertidas.
O problema mesmo foi que a magia descobriu uma fantasia muito íntima dos dois, um fetiche que eles nunca tinham compartilhado com ninguém, nem mesmo com os melhores amigos.
Hermione finalmente entendeu o porquê de todos os amigos terem assinado o contrato: dentro da cabine eles se viram em cenas, que os dois imaginaram em segredo ao longo da vida, de BDSM e spanking. Ela como submissa, ele como dominador. Cenas pesadas, muito constrangedoras. Não tinham como deixar aquilo vazar nem poderiam mentir que jamais fantasiaram nada daquilo. Os dois ficaram muito tempo vendo as cenas e mal se olharam, constrangidos pela revelação.
Saíram em silêncio da cabine e assinaram os contratos. O ministro ria tanto que Hermione torceu para ele ter um colapso e cair duro e morto no chão. Mas ele continuou vivo e gargalhando deles até saírem de lá.
- Desejo muitas felicidades, senhor e senhora futura Malfoy. Lembrem-se de que terão 6 meses para consumarem o casamento. Depois desse prazo, se não consumarem irão para Askaban...
Hermione, ainda muito pálida, encontrou forças para reagir:
- Já impetramos mandado de segurança: o senhor vai cair, Ministro! Essa sua lei ridícula será revogada! Espere pra ver!
O ministro continuou rindo:
- É uma pena que a magia não revele as fantasias de ninguém que assina esse contrato... Adoraria saber o que foi que fez a garota de ouro descer do pedestal do seu orgulho e assinar... - ele debochou.
Hermione não respondeu. Assim como todos os outros amigos, saiu de lá com o contrato assinado e de cabeça baixa.
Estavam todos muito chocados para falarem alguma coisa.
Neville resolveu tentar:
- A verdade é que todos nós temos segredos... Mas fantasia não é realidade! Não é justo que sejamos ameaçados assim!
- Impetramos o mandado de segurança, Neville. - Harry explicou. - É uma questão de meses para esse ministro maluco e pervertido cair...
- Mas até lá temos que cumprir o contrato que nós mesmos assinamos... - Hermione concluiu, conformada.- Mas não precisaremos consumar os casamentos pelos próximos seis meses. A gente cumpre o contrato, casa e depois espera a anulação...
Todos assentiram, em silêncio. Estavam chocados demais para continuarem falando.
Hermione ficou até tarde na biblioteca pesquisando mais sobre a estranha magia da cabine do ministro. Achava que, se entendesse como ela funcionava, poderia encontrar uma maneira de destruí-la sem expor os segredos de ninguém.
Draco aproximou-se dela silenciosamente.
- Vai embora! - ela pediu sem olhar para ele.
- Não dá para desver o que eu vi! Eu preciso saber se você fantasiou tudo aquilo mesmo... durante todos esses anos...
- A resposta é bem simples, Malfoy. Você fantasiou tudo aquilo ou a cabine exagerou? A minha resposta é a mesma que a sua.
Ele não disse mais nada, mas também não foi embora.
- A chantagem do ministro só deu certo com todo mundo porque todos os segredos eram reais, Malfoy. Mas você não é burro e sabe disso, então por que está aqui me atormentando?
- Venha para o meu apartamento.
- O quê?
- Só venha. Não tenho como desver o que eu vi nem como seguir em frente sem saber como teria sido experimentar você... pelo menos uma vez...
Ela foi.
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Nossas fantasias sexuais secretas
FanfictionA guerra terminou. O novo ministro da magia aprovou uma nova lei do casamento obrigatório com o objetivo de unir bruxos adultos com fantasias sexuais compatíveis. Segundo ele, se todos estiverem satisfeitos sexualmente, não haverá mais guerras, porq...