(09) and your point is?

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jaden hossler • point of view                  𝑙𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑔𝑒𝑙𝑒𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑓𝑜́𝑟𝑛𝑖𝑎

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jaden hosslerpoint of view
                  𝑙𝑜𝑠 𝑎𝑛𝑔𝑒𝑙𝑒𝑠, 𝑐𝑎𝑙𝑖𝑓𝑜́𝑟𝑛𝑖𝑎.

Alguém deveria me parabenizar pelo meu incrível autocontrole perto da minha secretária, Avano Gregg

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Alguém deveria me parabenizar pelo meu incrível autocontrole perto da minha secretária, Avano Gregg. Que, por alguma razão, fica a ponto de me esganar quando a chamo de senhorita Gregg, e não Avani. Ainda não tive coragem de perguntar o porquê, mas vou, e logo.

Eu passei longos catorze dias praticamente trancado no meu escritório o máximo de tempo que podia, evitando entrar naquela sala e encarar a morena atrás da mesa, e consequentemente me lembrar da noite que tivemos três semanas atrás.

Ela é uma tentação, e não sou o único que acha isso. Ouvi o braço direito do meu pai, Mike Carlton ― que tem quase cinquenta anos ― e seu assistente, Liam Johnson, de vinte e três, conversarem sobre ela um dia desses; eles disseram que ela tinha um corpo maravilhoso, um rosto angelical e a língua de um demônio.

Fiquei incomodado, mas eu não poderia discordar mesmo se quisesse. Avani tem um corpo maravilhoso, um rosto angelical e a língua de um demônio, de fato. Mas, fiquei curioso sobre como eles chegaram a essa conclusão sobre a última parte; espero que ela tenha sido rude com eles.

Ela fazia um trabalho excelente, não que carimbar papéis fosse muito difícil. Mas, a rapidez com que fazia isso era extraordinária. Meu pai adorou a eficiência dela, o que só firmou a sua contratação. Não sairia daqui tão cedo e eu não sabia se isso era uma coisa boa, ou ruim.

Era a hora do almoço agora, e eu não via Avani desde que entrei na sala, cinco minutos atrasado, e ela já estava na mesa dela, com aquele rabo de cavalo apertado e aquelas saias de linho, sempre azul ou preta, e uma camisa social, que sempre abre o primeiro botão depois de algumas horas de trabalho.

A primeira semana foi a pior. Apenas ter consciência da sua presença era o suficiente para criar um calor interno que mexia com a minha cabeça e tirava todo o meu foco. Mas, eu não podia fazer nada sobre isso.

Agora, as coisas estavam mais calmas; nós não nos falamos mais do que o necessário, praticamente nada além de bom dia e até amanhã.

Terminei a primeira remessa de papel às dez e meia, e sabia que isso era uma espécie de tortura para ela. Pelo que havia me dito, perdeu o celular naquele dia, e aparentemente ainda não conseguiu um novo. Então, ela não tem nenhum meio de entretenimento enquanto não tem trabalho há fazer, ou quando o acaba. Mas, não posso fazer nada sobre isso também.

Respirei fundo enquanto apertei o botão roxo no telefone no canto da mesa, e ouvi um bip baixo do outro lado da porta. Sua cadeira arrastou no chão, seus saltos se firmaram no chão a cada passo e a porta se abriu. Lá estava ela, Avani Gregg; vinte e um anos, veterana em moda e design na UCLA, originalmente escocesa e com um metro e setenta, um e setenta e três, talvez quatro, com os saltos.

Ela não disse uma palavra, e muito menos eu. Assisti enquanto ela caminhava até a minha mesa, pegou a pasta cheia de papéis assinados e essa merda, e se virou para a saída. Eu estava sozinho novamente em menos de um minuto. Estiquei os braços e estralei as juntas dos dedos, o tempo necessário para a minha porta se abrir mais uma vez.

⸻ Posso te ajudar? ⸺ Tento não soar tão irônico, mas acho que não consegui.

⸻ Sim, pode. ⸺ ela dá dois passos para dentro do meu escritório. ⸻ Olha, eu sei que agora você é o meu chefe e a qualquer coisa entre nós não passa de profissionalismo, mas eu já estou ficando agoniada de você mal olhar no meu rosto. Parece que você tem medo de me olhar, ou sei lá.

Balanço a cabeça.

⸻ E o seu ponto, é?

⸻ O meu ponto, chefe, é que talvez você pudesse criar um pouquinho de maturidade e deixar aquela noite para trás, e finalmente me tratar como um ser humano normal.

Deus, como eu adoro a audácia dela.

⸻ Eu poderia te demitir agora mesmo, sabia? ⸺ Sorri de canto, e ela aperta mais os braços.

⸻ Faça isso. ⸺ A sua sobrancelha esquerda se ergue um pouco, seu olhar ficando desafiador. Ela sabe que eu não vou demiti-la. ⸻ Mas, até lá, você pode pelo menos olhar para mim ao me cumprimentar? De onde eu venho, isso é falta de educação.

Suspirando, afasto minha cadeira para trás, mas não me levanto.

⸻ Olha, senhorita Gregg, eu não sei que tipo de emprego você está acostumada a trabalhar, ou como foi a sua criação na Escócia. Mas, aqui, nessa empresa, falar desse jeito com alguém acima de você não é só falta de educação, como é motivo de demissão.

Ela fica calada por alguns segundos, e quase consigo ver as engrenagens rodando na sua cabeça, decidindo se rebateria com algo rude á altura, ou simplesmente consideraria isso como um caso perdido.

⸻ Meu nome é Avani. ⸺ Ela diz, por fim.

⸻ Jura? Eu li senhorita Gregg em todos os seus documentos.

Ela respira fundo.

⸻ Apesar de tudo, nós trabalhamos bem juntos. Eu não interrompo o seu trabalho, você não interrompe o meu. Não faço nada para te incomodar, nunca fiz. Então, o mínimo que você pode me fazer em troca, é me chamar pelo nome que eu quero ser chamada. Avani, e ponto final.

Essa merda é séria, então. Eu podia jurar que era uma questão banal, como eu preferir que me chamem de Jaddm à Isaiah. Mas, é sério. Bastante sério, se levar a carranca dela em consideração.

⸻ Justo. ⸺ Volto a cadeira para o lugar. ⸻ Por favor, Avani. Feche a porta quando sair, sim? Obrigado.

Ela entende a dica, e sai. Mas, por dentro, eu queria ter estendido isso muito mais a frente. Queria saber porque ela quer ser chamada apenas de Avani, queria saber de onde veio a sua língua afiada: Da sua família, ou de algum outro lugar. Tipo, escola ou prisão juvenil, o que for mais conveniente. Mas, fiz o certo e ignorei tudo isso.

Avani é minha secretária agora, e a sua vida pessoal não é da minha conta. Não era antes, e definitivamente não é agora. Eu preciso apenas tirar da cabeça a imagem dela montada em cima de mim naquele banheiro apertado há três semanas, e tudo vai ficar perfeitamente bem.

No fundo, nem eu acredito que isso é possível; Avani não é do tipo que se esquece assim tão fácil. Mas, tentar não vai me matar.

bad day, jaden h.Onde histórias criam vida. Descubra agora