Daisies

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Kelvin estava em seu quarto sentado em sua cama. Olhava algumas fotos que acabara de revelar para colocar na parede acima de sua cama.

Entre fotos com seus amigos, com seu primo, fotos nos EUA quando iniciou sua carreira musical, se deparou com uma foto com Ramiro. Eles estavam em frente ao Naitandei. Ramiro usava as roupas de sempre e Kelvin usava seu macaquinho preso em apenas um dos lados, um tênis preto e um cropped azul claro.

Naquele dia mais cedo, tiveram uma longa conversa sobre como o patrão do peão o tratava e ele foi embora. Mais tarde ele voltou com um presente. Um buquê.

Foi a primeira vez que Ramiro o deu flores. Elas eram lindas e delicadas margaridas. Todas brancas. Mas Kelvin percebeu uma singular no meio delas: uma margarida rosa.

Para ele, o branco representa pureza e paz. O rosa, amor, vida e gentileza. Era isso que sentia quando estava com Ramiro.

Kelvin se encontrava lacrimejando enquanto lembrava de seus momentos com Ramiro.

— Oi, Rams! — o menor diz abrindo a porta do quartinho de Ramiro na casa dos La Selva.

— Oi, Kevin. — Kelvin sorri. Adorava quando o cacheado lhe chamava assim. — O que aconteceu? — ele dá passagem para Kelvin entrar.

— Ah, eu vim te chamar pra gente ir no rio. Você não tem muita escolha não. — ele se sentou na cama. — Tá bem quente e você disse que não tem nada pra fazer hoje porque o Doutor Antônio viajou.

— Kevin, é que... — ele coça a nuca como sempre faz quando está nervoso. — o patrão veio aqui hoje mais cedo e disse que eu tinha que cuidar das fazendas.

— Ah não, Ramiro. Eu planejei pra gente ir no rio. Agora você vai sim! - Kelvin levantou e puxou sua mão na direção da porta.

      — Êêêê... eu não posso ir não. — Ramiro não se moveu nem um centímetro.

— Nossa. Eu fiquei tão triste, Rams Rams. Mas sabe o que pode me animar? — ele se aproximou do mais velho.

— O que?

— Um... apertãozinho. — ele disse perto da orelha do Ramiro.

— 'Mai só um. Eu tenho muita coisa pra fazer hoje, sou homem trabalhador. — ele segurou na cintura do ruivo.

— Tá bom. Mas tem que ser bom.

Ramiro apertou sua cintura com pouca força. Quando olhpu para Kelvin, ele viu uma cara de desdém e o ouviu resmungando negativamente.
— Ah é? Então vou te mostrar o que é apertão de macho! -— ele o apertou com mais força e deu um beijo na lateral de sua cabeça. O mais novo o olhou com a boca aberta e um sorriso. — Agora é melhor ocê ir porque eu sou homem trabalhador e preciso ir trabalhar. — ele enxotou o mais novo de seu quarto.

— Tá bom, mas da próxima vez você vai sim.

— Kevin? -— o menor ouviu seu nome ser chamado e logo após uma tosse.

Kelvin estava arrumando as coisas em seu armário e limpando uma penteadeira que havia sido deixada por Cândida.

— Rams Rams? Tá tudo bem? — ele se dirigiu à porta do quarto.

— Eu tô meio doente, 'mai nada que me atrapalha. -— ele disse com um olhar de cachorro abandonado. — Só vim aqui porque não consegui vir ontem e te dar um... apertãozinho, 'mai já vou voltar a trabalhar.

— Não, não, não. Você tem que descansar. — ele o puxou em direção a cama. — Deita aí que eu vou cuidar de você.

Ramiro se deitou e tirou os sapatos. Kelvin levou uma coberta até ele e a estendeu, sentando ao lado do maior, que esticou o braço, enlaçando a cintura fina do menor.

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